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Uma noite para relembrar 25 anos de história — e refletir sobre os próximos 25 anos. Assim foi o evento de celebração do aniversário da Graduação do Insper, realizado na noite da última segunda-feira (25/11), no Auditório Steffi e Max Perlman do Prédio Claudio Haddad.

 

A comemoração reuniu profissionais que ajudaram a construir essa história, membros do Conselho Deliberativo e da Comissão Externa de Avaliação da faculdade, além de autoridades como o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab. 

 

O fundador e primeiro presidente da escola, Claudio Haddad, subiu ao palco com o economista Marcos Lisboa, que presidiu o Insper de 2012 a 2022, para fazer um balanço dessa jornada voltada à busca pela inovação e excelência.

 

 

Das origens ao presente

 

Esta é uma história que começou em 1998, quando Claudio Haddad vendeu o Banco Garantia e decidiu investir no setor de educação. Filho de professores, Claudio cresceu com a ideia de que a “educação é uma coisa fundamental”. “Via naquela época uma carência de instituições de ensino superior”, contou.

 

Coincidiu, então, que o Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), fundado em 1975, estava à venda e foi adquirido por Claudio e seu sócio na época, o economista Paulo Guedes.

 

“O que me atraiu particularmente foi começar em São Paulo do zero. Queria fazer uma coisa diferente e melhor”, disse à plateia. “Foi uma temeridade. Não tinha nem campus quando nós mudamos.”

 

De fato, o então Ibmec — que viria a ser o Ibmec-São Paulo e, a partir de 2009, o Insper, nome que vem da justaposição de “inspirar” e “pertencer” — começou do zero na capital paulista. 

 

O primeiro campus da faculdade, um edifício na rua Maestro Cardim, no Paraíso, foi construído andar por andar, ao longo dos anos. O primeiro vestibular, em 1998, preencheu as 50 vagas de Administração, enquanto Economia começou com 30 alunos.

 

 

Consolidação do crescimento

 

O alto nível de exigência da instituição, defendido por Claudio desde o início, logo trouxe resultados. No primeiro Provão — antecessor do atual Enade — do qual o (então) Ibmec participou, em 2003, a escola ficou em 3º lugar em Administração e 1º lugar em Economia. Naquele mesmo ano, Claudio tornou-se o único proprietário da unidade paulista, que se tornou uma instituição sem fins lucrativos e passou a se chamar Ibmec-São Paulo. “Foi o começo do Insper como é hoje”, disse Claudio.

 

Mesmo com a reputação consolidada, o Insper não se acomodou. Em 2015, criou os cursos de Engenharia Mecânica, Mecatrônica e de Computação. “Achei que trazer a parte tecnológica para o Insper seria fundamental”, ressaltou Claudio, graduado em Engenharia e Administração. 

 

Sempre em busca das melhores práticas, o fundador do Insper visitou a Olin College of Engineering, em Massachussets, nos Estados Unidos, com a qual estabeleceu um acordo de parceria que foi fundamental para o desenvolvimento do curso, voltado à prática.“O que nós fizemos aqui passou a ser modelo para várias escolas de engenharia”, afirmou Claudio.

 

 

Nova gestão e novos desafios

 

Sempre preocupado com a perenidade da instituição, Claudio contou sobre o momento em que começou a pensar em sua sucessão, época em que instituiu processos de governança colegiados. 

 

O economista Marcos Lisboa, que dividiu o palco com o fundador, assumiu a presidência do Insper em 2015 (antes, de 2013 a 2015, foi vice-presidente). Nesse período houve a implementação dos cursos de Engenharias, Direito e Ciência da Computação, além do fortalecimento do setor de pesquisas do Insper.

 

“Sempre tive uma visão de universidade um pouco diferente do tradicional. A universidade brasileira é meio isolada do mundo, mesmo os bons centros de pesquisa. Via que faltava ao Brasil uma instituição de ensino e pesquisa que fosse resolvedora de problemas, usando pesquisa científica para tratar de problemas”, disse Marcos.

 

O economista vê como desafio, não apenas do Insper mas das instituições de pesquisa, manter um saudável equilíbrio entre a produção de conhecimento abstrato e o conhecimento aplicado. “O desafio é: como você equilibra esses dois mundos sem que um elimine o outro. Espero que o Insper consiga conciliar isso”, afirmou.

 

Marcos contou também que é fundamental para uma instituição voltada à pesquisa permitir que as pessoas inovem, o que foi fundamental para a concepção e implementação dos cursos surgidos nos últimos anos.

 

“Eu sempre acho que começa com gente, gente muito talentosa. Meu trabalho foi muito mais protegê-los [os professores e pesquisadores] do trabalho convencional do que qualquer outra coisa.” 

 

 

Diversidade e futuro

 

A segunda parte da noite contou uma conversa entre a atual presidente do Conselho Deliberativo, Tania Haddad, e o presidente da instituição, Guilherme Martins. 

 

Guilherme contou que o “master plan” criado pela atual gestão partiu da história do Insper, seus princípios e valores, para desenhar o futuro. Entre os aspectos desse plano estão o projeto de expansão da instituição, que conta atualmente com mais de 3.500 alunos, 10% deles bolsistas, e sete cursos na Graduação. Entretanto, esse crescimento precisa estar balizado pela manutenção e aprimoramento da qualidade e capacidade de inovação. “A taxa de crescimento numa escola que busca excelência é muito importante”, afirmou. “A ideia é fazer coisas novas.”

 

Por sua vez, Tania Haddad contou que viu o Insper nascer na época em que finalizava sua graduação, na Escola de Economia de Chicago, e destacou a preocupação da instituição com seus alunos desde sua fundação. “O Insper nasceu com esse olhar não só de garantir que os alunos tivessem aula e estivessem aprendendo”, disse.

 

Mestre em Psicologia, com especialização em Carreira, Tania trouxe para a instituição a sua preocupação com o apoio ao aluno, fundando a Área de Carreiras. Esse setor hoje compõe o Student Life, que inclui ainda parte da área internacional, voltada às parcerias e programas de intercâmbio, e o Multi-Insper, dedicado a apoiar o desenvolvimento dos alunos dentro e fora da sala de aula. “É um conceito novo e que diferencia a escola”, ressaltou.

 

Tania destacou, ainda, a importância da Comunidade Alumni para a sustentabilidade do Insper e a promoção da diversidade, um dos focos do Insper para o futuro.

 

Hoje, o Insper realiza vestibulares em 10 cidades fora da capital paulista e tem colhido frutos na busca pela diversidade. Na última prova de ingresso, 65% dos alunos eram de fora da cidade de São Paulo. Dez anos atrás, 90% dos alunos eram paulistanos.

 

Ainda assim, o Insper se vê diante do desafio de expandir seu Programa de Bolsas, diversificando suas fontes de receita. “A partir do momento em que você depende menos da mensalidade, a questão de ter o melhor aluno fica mais clara”, enfatizou o presidente. 

 

Guilherme vê a busca pelo equilíbrio entre a excelência e a eficiência enquanto se trabalha pela inovação como um desafio. “São pilares que, no dia a dia, não são triviais. Equilibrar esses aspectos é essencial para o equilíbrio da escola.”

 

Tania, por sua vez, vê como desafio crescer mantendo os valores que fazem o Insper ser o que é. “Como você cresce mantendo o princípio de transmitir ao aluno como pensar e não o que pensar.”

 

 

Apoio e reconhecimento

 

O evento contou ainda com declarações, em vídeo, dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, da 3G Capital, que apoiaram Claudio na fundação da escola. 

 

“Nós entramos pelo fato de querer ajudar o Brasil a ter uma faculdade de ponta”, disse Lemann. Sicupira, por sua vez, destacou “o foco na excelência e não no resultado” e o trabalho de atrair os melhores professores para atrair os melhores alunos. “O melhor aluno é mais importante que tudo. É ele quem vai divulgar e aumentar o nível.” Já Marcel Telles afirmou se tratar de um sonho que os fundadores estão passando para a nova geração. “Dá para andar muito ainda.”

 

Ex-professor da escola, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou de Brasília uma mensagem na qual destacou seu “orgulho de ter feito parte dessa comunidade”, “um lugar muito inspirador”.

 

A noite terminou com uma apresentação do coral do Instituto Baccarelli, associação sem fins lucrativos que forma jovens musicalmente.



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