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Júlia Arruda, Wesley Albano da Silva e Ellen Coutinho Lião da Silva, que vão participar da roda de conversa em 29 de maioJúlia Arruda, Wesley Albano da Silva e Ellen Coutinho, que vão participar da roda de conversa com o tema “Talento além dos privilégios", em 29 de maio

 

 

A diversidade é um tema que mobiliza corações e mentes — especialmente quando é tratada com profundidade, empatia e compromisso com mudanças reais. No Insper, a discussão sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) transcende as salas de aula e se faz presente na atuação da Comunidade Alumni, por meio do Comitê Alumni de DEI, liderado por Jacqueline Paiva e Renan Peppe Bonavita. Juntos, eles vêm conduzindo ações que buscam ampliar o diálogo e transformar realidades — tanto dentro da escola quanto no mercado de trabalho.

 

Criado em 2020, o Comitê Alumni de Diversidade, Equidade e Inclusão do Insper tem como propósito promover ações que contribuam para a construção de uma comunidade mais inclusiva, plural e consciente de suas responsabilidades sociais. Inicialmente estruturado em subgrupos temáticos — como raça, gênero, pessoas com deficiência, comunidade LGBTQIAPN+ e diversidade etária —, o comitê passou a atuar de forma integrada nos últimos anos, reunindo diferentes olhares em uma agenda comum. Seu trabalho se apoia em três pilares principais: sensibilização, por meio de conteúdo e eventos; proposição de ações e políticas voltadas para o Insper e sua comunidade; e representatividade ativa, garantindo espaços de escuta e voz para perfis diversos.

 

Neste ano, o comitê organizou uma série de rodas de conversa — ou “painéis com escuta ativa”, como Renan prefere chamar — para discutir temas que atravessam a experiência dos alunos, ex-alunos e suas trajetórias profissionais. O primeiro encontro de 2025 acontece em 29 de maio, às 19h, no Insper, com o tema “Talento além dos privilégios – Inclusão socioeconômica nas empresas”. A roda de conversa é parte da Campanha Alas, iniciativa que tem como objetivo captar recursos para o Fundo de Bolsas e viabilizar a criação de um programa exclusivo de mentoria e desenvolvimento, com foco na permanência e no fortalecimento da trajetória de jovens negros e negras no ensino superior.

 

“Essa roda de conversa surgiu a partir de conversas com os próprios bolsistas”, explica Renan. “Percebemos que a inclusão socioeconômica ainda não vinha sendo discutida com a profundidade necessária dentro da escola. Era um ponto cego.” A escuta ativa desses relatos mostrou que, embora o Programa de Bolsas tenha sido um avanço significativo para tornar o Insper mais acessível, o senso de pertencimento ainda precisa ser construído. “Incluir não é só permitir o acesso — é criar um ambiente onde essas pessoas realmente se sintam parte”, complementa Jacqueline.

 

Durante o processo de organização das rodas de conversa, surgiram relatos marcantes de bolsistas que ilustram bem os desafios enfrentados no ambiente acadêmico. Jacqueline relembra uma experiência significativa vivida durante um programa de mentoria. “Eu tive a oportunidade de acompanhar de perto a trajetória de uma aluna extremamente inteligente e dedicada. Mas, ao mesmo tempo, fiquei impactada com o quanto ela se isolava por não se sentir à vontade no ambiente”, conta. “A mentoria ajudou muito a construir pontes, a trabalhar a autoestima e a mostrar que havia espaço para se abrir para novas conexões.”

 

O painel do dia 29 de maio contará com a presença de Júlia Arruda, consultora na área de Recursos Humanos com mais de uma década de experiência no desenvolvimento de equipes plurais e de alta performance em organizações do setor privado e do terceiro setor. Também participará Wesley Albano da Silva, ex-bolsista e alumnus do curso de Engenharia de Computação do Insper, que atua como cientista de dados com foco em inteligência artificial. A roda de conversa vai contar ainda com Ellen Coutinho Lião da Silva, aluna do 7º semestre de Engenharia de Computação e integrante do coletivo Raposas Negras.

 

 

Programação ao longo do ano

 

Além da roda de conversa de maio, a comunidade alumni contará com outros encontros ao longo de 2025. Os temas já estão definidos:

 

  • Setembro – Acessibilidade e Neurodiversidade: como incluir autistas no mercado de trabalho
    A proposta é discutir as barreiras enfrentadas por pessoas neurodivergentes no ambiente corporativo e refletir sobre estratégias efetivas de inclusão. “É um tema pouco discutido, mas muito necessário”, afirma Renan, que compartilha com franqueza sua vivência pessoal com o autismo e o impacto disso em sua trajetória profissional. “Hoje eu consigo estar aqui falando com vocês por causa de um diagnóstico e tratamento que chegaram tarde, mas mudaram minha vida.”
 
  • Novembro – Mentoria e Networking para a população negra
    Coincidindo com o Mês da Consciência Negra, o evento buscará discutir como a construção de redes e o acesso a mentores pode impulsionar carreiras de pessoas negras. O foco é refletir sobre quais políticas e práticas ajudam a romper barreiras estruturais e sociais. “Precisamos olhar muito para as dificuldades e para quais políticas ajudaram a quebrar esses obstáculos. Não é sobre contar histórias de superação, mas sobre entender o que precisa mudar para que essas histórias deixem de ser exceção”, afirma Jacqueline.
 
  • Tema em avaliação – Saúde mental na comunidade LGBTQIAPN+
    Inicialmente previsto para junho, esse painel está sendo reavaliado. O comitê reconhece a importância do tema e deseja abordá-lo com o devido cuidado e representatividade. “Como o comitê está atualmente desfalcado de integrantes atuantes do grupo LGBTQIAPN+, estamos buscando alternativas para realizar esse encontro com escuta e curadoria adequadas”, explica Jacqueline.

 

 

A força do diálogo

 

As rodas de conversa são mais do que eventos pontuais — elas geram conexões, materiais, reflexões e desdobramentos que reverberam dentro e fora da escola. “A última roda, sobre etarismo, no final do ano passado, foi maravilhosa”, lembra Renan. “No começo, queríamos falar sobre profissionais 50+, mas, conversando com os convidados, percebemos que o recorte mais rico era o do diálogo intergeracional. E isso só foi possível porque construímos juntos, ouvindo experiências reais.”

 

Essa abordagem horizontal e aberta é, segundo os coordenadores, o segredo do sucesso dessas conversas. “A troca entre pares, entre diferentes realidades e gerações, é o que traz riqueza. Não é uma palestra. É um espaço de escuta ativa, de construção coletiva”, resume Jacqueline.

 

 

Desafios e motivações

 

Desde sua fundação, o Comitê Alumni de DEI passou por diversas mudanças e atualmente conta com apenas dois coordenadores ativos. A dificuldade de engajar mais alumni e manter uma estrutura constante é um desafio recorrente. “Temos planos de realizar muitas ações, mas às vezes falta braço”, admite Jacqueline. “Já fizemos podcast, pílulas de conhecimento, conteúdo para redes, mas hoje focamos nas rodas de conversa, que são consistentes e geram impacto real.”

 

Para ela, o que a mantém engajada é a sensação de que, no Insper, é possível provocar transformações profundas. “Eu já participei de vários grupos de diversidade, mas escolhi focar no Insper porque aqui podemos mudar o sistema. Estamos dentro de uma escola que tem poder, que forma lideranças. Se conseguirmos transformar a cultura aqui dentro, o impacto será muito maior.”

 

Renan, por sua vez, encontrou no comitê um espaço de acolhimento em um momento pessoal muito difícil. “Eu estava lidando com um diagnóstico tardio de autismo, com sintomas muito pesados. O comitê me acolheu quando eu estava mal, e isso fez toda a diferença. Me deu motivação para transformar dor em ação. Eu quero abrir caminhos para que outras pessoas não passem pelo que passei”, relata.

 

 

Caminhos para o futuro

 

Apesar das limitações, o comitê segue acreditando que é possível evoluir. Para isso, deseja ampliar o alcance das rodas de conversa, atrair novos membros, estabelecer parcerias com outras áreas do Insper e continuar provocando reflexões — sempre com escuta e empatia. “Queremos que esses alunos bolsistas que hoje se formam e se tornam alumni possam, no futuro, puxar outras pessoas, abrir portas, formar redes. Esse é o ciclo de transformação que queremos ver acontecer”, conclui Jacqueline.

 

Em tempos de retrocessos no discurso público sobre diversidade, iniciativas como essa mostram que é possível construir pontes — e não muros. Com coragem, escuta e ação coletiva, a Comunidade Alumni do Insper reafirma seu papel de agente de mudança. Afinal, diversidade, equidade e inclusão não são apenas valores bonitos no papel: são práticas que moldam o futuro que queremos.



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