[{"jcr:title":"Dados de saúde podem tornar mais eficiente o atendimento aos pacientes"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Dados de saúde podem tornar mais eficiente o atendimento aos pacientes","jcr:description":"Na política pública baseada em evidência, dados são usados como insumo para intervenções a serem feitas pelos gestores públicos, possibilitando avanços no trabalho preventivo"},{"subtitle":"Na política pública baseada em evidência, dados são usados como insumo para intervenções a serem feitas pelos gestores públicos, possibilitando avanços no trabalho preventivo","author":"Ernesto Yoshida","title":"Dados de saúde podem tornar mais eficiente o atendimento aos pacientes","content":"Na política pública baseada em evidência, dados são usados como insumo para intervenções a serem feitas pelos gestores públicos, possibilitando avanços no trabalho preventivo   Bruno Toranzo   A inteligência artificial é uma das ferramentas disponíveis para coleta e tratamento de dados e que podem se tornar importantes aliadas da medicina. A partir desses dados, é possível identificar os problemas de saúde mais comuns em determinadas regiões, bem como o atendimento adequado para as necessidades dos pacientes. “É a chamada cultura de uso dos dados de forma prospectiva, e não reativa. Antes da proliferação de uma doença, podemos intervir não apenas do ponto de vista de saúde individual, mas de saúde pública, olhando para toda a coletividade”, disse a professora Isabela Brandão Furtado, coordenadora do [MBA Executivo em Saúde](https://www.insper.edu.br/pos-graduacao/mba/mba-executivo-em-saude/) no Insper, durante o painel [“Dados em Saúde: Explorando o Presente e Antecipando o Futuro”](https://www.youtube.com/watch?v=-ePuF00wC5E) , no terceiro e último dia da [Tech Week Insper](https://www.insper.edu.br/agenda-de-eventos/tech-week-insper/) , em 9 de maio. Na política pública baseada em evidência, segundo Isabela, os dados são usados como insumo para as intervenções a serem feitas pelos gestores públicos. “Os dados servem inclusive como uma ferramenta para auxiliar em contexto mais amplo, já que trazem evidências de outras localidades com intervenções similares”, explica. Em relação à dengue, por exemplo, o cruzamento desses dados provenientes de regiões diferentes permite um esforço conjunto ou integrado de combate à doença. No entanto, há ainda uma dificuldade no Brasil de mostrar ao profissional de saúde a relevância dos dados, o que prejudica seu engajamento na coleta dessas informações durante o atendimento ao paciente. “Muitas vezes, esse profissional não tem visibilidade da importância desse trabalho porque não enxerga efetivamente os dados sendo usados como insumo de políticas públicas. Ao mesmo tempo, precisamos pensar no pilar da análise de dados, estimulando a formação de técnicos voltados para isso”, afirmou Isabela.   Criação de uma cultura de dados O aculturamento da relevância dos dados é, para Michel Fornaciali, professor da pós-graduação em [Data Science e Decisão](https://www.insper.edu.br/pos-graduacao/programas-avancados/data-science-e-decisao/) no Insper, que também participou do evento, fundamental para as iniciativas de saúde do setor público e para as operadoras no mercado privado. “Ao olhar para o passado, por meio dos dados, é possível perceber alguns padrões de comportamento dos pacientes ou de ocorrência de doenças. Em relação ao futuro, por meio da análise preditiva oferecida por ferramentas como a IA, podemos evitar doenças ou, ao menos, suas complicações. Evitamos os danos ou minimizamos seu potencial negativo com a identificação do que vai acontecer”, disse. Há, no entanto, alguns desafios para trabalhar com os dados médicos, que são considerados sensíveis pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que prevê uma utilização mais restrita ou sujeita a mais regras. “Os dados de saúde são ricos em formas e volumes. Eles podem ser uma imagem, um áudio ou um vídeo. Antes de mais nada, é preciso descobrir a qualidade desses dados, o que envolve dominar as técnicas de tratamento, além de saber o que pretendo fazer com os dados, como o problema a ser resolvido ou minimizado por eles”, explicou Fornaciali. “Outro pilar são justamente as pessoas, que precisam de capacidade técnica para aplicar modelos e análises sobre dados. Ao mesmo tempo, os gestores devem saber quais as perguntas mais relevantes no âmbito da administração da saúde”, disse. A própria qualidade do atendimento ao paciente pode ser elevada por meio do uso inteligente dos dados médicos, o que inclui sua disponibilização por meio da internet, assegurando nesse processo toda a privacidade necessária. A utilização de sistemas online de prescrição médica e de prontuários eletrônicos, com a possibilidade de visualizar remotamente os exames, traz ganhos para a relação entre médico e paciente. Dispositivos e aplicativos inteligentes de monitoramento remoto dos pacientes ajudam a aumentar os pontos de contato, podendo até mesmo viabilizar à distância interferências ou procedimentos mais simples.   Agressão às mulheres Os dados de saúde podem ser interpretados para trazer evidências de agressão às mulheres. Para isso, os prontuários médicos que indiquem lesões comuns nesse tipo de violência são a principal fonte dos dados. A análise do sistema de IA se concentra nos campos semânticos desses documentos, identificando os termos mais comuns ligados a essas agressões. “Muitas vezes, no atendimento médico, a mulher não indica que se tratou de uma agressão, mas que houve um acidente, tendo caído da escada, por exemplo. Os dados podem indicar uma situação de potencial agressão, chamando a atenção de quem possa interferir nesse processo, ainda que não haja a denúncia da vítima”, afirmou Erik Santos, pós-graduado em Data Science pelo Insper e atualmente cientista de dados na organização global Vital Strategies, com foco em prevenção de violência e epidemias. “A falta de integração dos dados não permite que as unidades básicas de saúde se comuniquem. Uma mulher agredida que vá a uma determinada UBS nesta semana e para outra na semana seguinte não gera visibilidade para o sistema como um todo. Esse é um fator que limita os estudos baseados nesses dados de atendimento”, comentou."}]