Programa Alumni de Mentoria é pano de fundo para relação de troca entre ex-alunos e estudantes
Michele Loureiro
Uma mentoria é um processo no qual uma pessoa com mais experiência em um determinado assunto se propõe a ensinar, com metodologia e prática, outra pessoa sobre a área na qual é especialista. Dados da consultoria americana Association for Talent Development mostram a importância da prática e apontam que 71% das empresas da lista da Fortune 500 têm programas de mentoria. Além disso, uma pesquisa da Harvard Business Review aponta que 84% das pessoas dizem ter tomado decisões melhores a partir de experiências de mentoria. Todo esse contexto tem sido vivenciado pela aluna bolsista Ana Beatriz Da Cunha, que cursa Ciência da Computação, no Insper. “A mentoria me ajuda a perceber que não estou sozinha”, diz a estudante.
Ela define o processo de mentoria como essencial no início da jornada estudantil e profissional. No segundo semestre do curso de Ciência da Computação no Insper e vinda do interior de São Paulo, ela encontrou um apoio que vai bem além da parte técnica. “Além de ajudar na organização da rotina e em uma perspectiva mais ampla da minha carreira, os encontros auxiliam no desenho dos meus objetivos, além de ajudar a me acostumar com o cotidiano de São Paulo”, diz Ana, de 20 anos, que mora em uma república com outros alunos do Insper.
Sua mentora, a executiva Daniela Kao, fez pós-graduação em Finanças no Insper e acredita que o encontro com a aluna ajuda a se desenvolver também. Ela é gerente de compras da Mondelez, fabricante de snacks como chocolates e biscoitos, e vê o processo como uma alavanca para desenvolver novas competências. “Pratico ainda mais a escuta ativa, consigo me atualizar e romper algumas barreiras entre a experiência e o início da carreira”, afirma Daniela.
As duas se encontram, presencialmente, uma vez por mês desde outubro de 2023 e reforçam um ponto fundamental na relação de quem deseja fazer ou aplicar mentoria: uma pessoa disposta a ensinar e uma pessoa disposta a aprender. “Nós temos conversas enriquecedoras e sinto que tem gente que realmente se importa com o meu bem-estar e crescimento”, diz Ana.
Para Daniela, não é apenas Ana quem sai ganhando com a relação: trata-se de uma troca. “Os benefícios desse processo são duplos. Como mentora, tenho a oportunidade de compartilhar meus conhecimentos e experiências, o que é extremamente gratificante. Além disso, tenho muito aprendizado e a chance de aprimorar minhas habilidades de liderança e comunicação. Sem contar o sentimento de renovação. É gratificante conhecer as novas perspectivas, motivações e dificuldades. É um apoio mútuo”, afirma a executiva.
Daniela conta que, antes de cada encontro, se prepara e estuda novos vocabulários e jargões para explicar conceitos complexos de forma mais clara e simples. “Há um senso de realização ao acompanhar a curva de crescimento a Ana, que um dia será uma ótima profissional”, completa.
Por outro lado, a aluna de Ciência da Computação diz que se sente mais segura por ter a mentora por perto. “Ela me ajuda a ter ideias sobre como posso aproveitar o Insper e os recursos que a escola oferece e como equilibrar a minha vida pessoal de maneira consciente”, diz a aluna. “Nas conversas, falamos sobre estágios e mercado de trabalho.”
Na relação, os pilares de confiança e resiliência ganham destaque. “Nossos encontros são momentos de empatia e satisfação. Me recordo do tempo em que vivi questionamentos, dificuldades e euforias parecidas. A diferença é que na minha época não tinha ninguém para me orientar. Acho valioso ter alguém de fora para troca de experiências”, diz Daniela.
Qualquer pessoa que tenha disponibilidade e interesse em compartilhar experiências — e vontade genuína de colaborar e fazer a diferença na vida de uma pessoa que está em formação — pode ser um mentor ou mentora. No Programa Alumni de Mentoria do Insper, a pessoa interessada precisa ter concluído algum curso na instituição, além de ser doador do Programa de Bolsas (valor mínimo de R$ 100 por mês) e ter disponibilidade de dedicar uma hora por mês.
Nas trocas, o objetivo é compartilhar experiências e conhecimentos, além de estimular o desenvolvimento de habilidades e competências ao contribuir com os processos de reflexão, auxiliar no desenvolvimento da autonomia e colaborar para o fortalecimento das próprias capacidades.