Graziela Tonin, docente do curso de Ciência da Computação, participará da XP Conference, em junho. Ela comenta a importância de a escola marcar presença nessa área no cenário internacional
Michele Loureiro
A necessidade de modernizar a educação para formar líderes adaptáveis que enfrentem os desafios em evolução motivou a professora Graziela Tonin, do curso de Ciência da Computação do Insper, a escrever um artigo sobre “Abordagens de aprendizagem ativa aplicadas no ensino de metodologias ágeis”. O material foi aprovado para participar da XP Conference, principal conferência de desenvolvimento ágil de software, que combina pesquisa e prática. A apresentação acontecerá em junho, em evento a ser realizado em Bolzano, na Itália.
Doutora em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo, na área de Engenharia de Software, Dívida Técnica e Metodologias Ágeis, a professora Graziela escreveu o artigo com o objetivo de apresentar as abordagens modernas utilizadas para o ensino de metodologias ágeis no curso de Ciência da Computação. “Além de empregar metodologias ativas, incorporamos o aprendizado baseado em problemas, simulação de casos reais, dramatização de cenários e outras atividades dinâmicas”, diz.
No resumo do artigo, a professora afirma que o programa de Ciência da Computação do Insper é projetado para modernizar a educação e formar líderes capazes de interpretar contextos em um mundo complexo e criar soluções que contribuam para um mundo melhor. Todo o programa é desenhado para refletir essa necessidade com uma infraestrutura inovadora, currículo e parcerias industriais. O artigo foca especificamente as abordagens utilizadas para o ensino de metodologias ágeis no curso.
“Usamos abordagens de aprendizagem ativa para ensinar metodologias ágeis e desenvolver soft skills para resolver problemas do mundo real. Nos concentramos em comunicação não violenta, técnicas de feedback, trabalho em equipe, atividades práticas, simulação de casos reais e interação constante com profissionais da indústria, que compartilham suas experiências com os alunos. O objetivo é o desenvolvimento de habilidades para prepará-los para os desafios na era digital”, afirma a docente.
A aprovação do artigo na XP Conference é emblemática. Classificada como Qualis A3 — avaliação de alto prestígio e reconhecimento —, a conferência está em sua 25ª edição e reúne nomes importantes do cenário internacional. “Publicar em conferências de renome internacional, e com um Qualis tão alto, mostra que o nível do trabalho realizado está entre os melhores do mundo. Este é um dos maiores reconhecimentos que um cientista pode almejar na carreira: estar entre os melhores do mundo”, diz.
Ela acrescenta que também é importante representar o Insper no cenário internacional, como uma escola que é protagonista em áreas tão importantes e referência em formas contemporâneas de ensino. “Na plateia estarão renomados líderes da ciência de importantes universidades e executivos das principais empresas de tecnologia. Isso permitirá uma troca de conhecimento riquíssima e pode abrir portas para parcerias futuras, tanto no ensino como na pesquisa”, avalia Graziela.
Segundo a professora, o objetivo de divulgar o artigo é incentivar o uso da metodologia ágil para o desenvolvimento e aprimoramento de soft skills em sala de aula. “Buscamos constantemente promover o crescimento pessoal e profissional dos alunos, capacitando-os para entregar os melhores resultados nas empresas e equipes em que irão trabalhar. Além disso, incentivamos a se tornarem líderes na construção de ambientes mais seguros e inclusivos, gerando soluções que tenham um impacto positivo no mundo”, afirma.
As abordagens propostas visam trazer novas formas de ensino para a graduação. “O foco é um cenário onde o professor passa do papel de detentor do conhecimento, para cocriador, dando ao aluno o protagonismo do aprendizado. O professor atua como um guia, um pensador estratégico de como unir tudo isso e aplicar em contextos reais, de tal forma que alunos sejam habilitados a liderar a construção de um mundo melhor”, explica a docente.
Para ela, é necessário criar um ecossistema vivo, que absorve o conhecimento em tempo real, gera novos insights e ideias de evolução, que já podem ser endereçados na próxima execução daquela abordagem. O foco é criar espaços onde todos contribuem com seu conhecimento e experiência, cocriando para desenvolver soluções para o mundo real. “Acredito que a maioria das instituições de ensino no mundo já tenham percebido a necessidade de mudança nas formas de ensino, mas poucas conseguem de fato traduzir isso para a prática. É ainda menor o número das que o fazem com sucesso, o Insper é uma delas”, afirma.