Realizar busca
test

A transformação da rua Uberabinha em um espaço mais amigável para as pessoas

Proposta do Laboratório Arq.Futuro de Cidades é estreitar a relação do Insper com o entorno e tornar o corredor que separa os prédios 1 e 2 um lugar de encontro com a vizinhança

Proposta do Laboratório Arq.Futuro de Cidades é estreitar a relação do Insper com o entorno e tornar o corredor que separa os prédios 1 e 2 um lugar de encontro com a vizinhança

 

 

“Pra refletir, repensar, se reconectar/ Com o que há de melhor na nossa própria cidade/

Pra quem mora, quem estuda ou quem tá só de passagem/Encontrará na Uberabinha uma nova oportunidade”.

A manhã da segunda-feira 22 se encaminhava para a sua última meia hora quando os versos acima, cantados na contagiante batida do rapper MMoneis, Rafael Gomes da Silva, que há pouco passou a integrar a equipe do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, invadiu a área externa do prédio 1 da escola situada na esquina da rua Quatá com – é claro – Uberabinha. Composta especialmente para a ocasião, a música era um misto de convite e boas-vindas para a roda de conversa “Rua Uberabinha – Placemaking Insper”, promovido pelo Laboratório. O objetivo do bate-papo foi discutir a proposta, apresentada pelo Insper à Prefeitura paulistana, de fechar para o trânsito de veículos aquela via que une a Quatá à avenida Hélio Pellegrino, deixando-a livre apenas para os pedestres.

A partir dessa ideia, a  Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (Smul) lançou em março a consulta pública “Repensando os espaços públicos – Rua Uberabinha”, com prazo para o recebimento de sugestões e comentários até as 11h59 de 23 abril.

A iniciativa conhecida como placemaking vem ganhando adesões nas últimas seis décadas pelos quatro cantos do mundo. Inspirado nas teorias da ativista Jane Jacobs (1916-2006), da organização Project for Public Spaces (Nova York) e do escritório Gehl Architects (Copenhague), o placemaking propõe repensar espaços urbanos para transformá-los lugares com maior equidade, acessíveis e propícios a uma melhor vivência e convivência dos habitantes de uma cidade.

No caso do Placemaking Insper, a intenção é estreitar a relação da comunidade da escola com o seu entorno. Falando na abertura do evento, Tomas Alvim, coordenador-geral do Laboratório, ressaltou a importância disso: “O Insper não vai sair da Vila Olímpia. Sua relação com a vizinhança é a mesma que têm com o seu entorno a Columbia e a NYU “. Alvim chamou ainda a atenção para o fato de o placemaking dar ao aluno da escola “uma vivência real da cidade”.

Natascha Vital, pesquisadora do Núcleo Arquitetura e Cidade do Laboratório, sublinhou que o Placemaking Insper, na realidade, representa uma faceta de um projeto maior, que inclui o Placemaking Masp, já em curso, que trabalhou em uma pesquisa sobre o uso do vão livre do icônico museu da Avenida Paulista.

Convidado para o evento, o assessor de Gabinete e Gestão Estratégica da SMUL, Renan Hayashi, explicou a tramitação do projeto e falou de uma iniciativa semelhante, na rua Leôncio de Carvalho

Também presentes, Leticia Sabino (mestra em Planejamento de Cidades e Design Urbano Pela University College London e fundadora e diretora do Instituto Caminhabilidade) e Mauro Calliari (doutor em Urbanismo pela FAU-USP e autor do livro Espaço Público e Urbanidade em São Paulo) lançaram luz sobre a ideia de que a rua deve ser amigável com o cidadão, focalizando critérios de caminhabilidade comosegurança, conforto, atração, enfim, “urbanidade”.

Apresentando-se após os depoimentos do alunos Jean Sales e Fabrício Neri Lima, ambos da graduação em engenharia – que vêm trabalhando com o Laboratório em projetos de placemaking –, Sérgio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana, foi assertivo na defesa de um uso cada vez maior das ruas pelas pessoas e não por automóveis. “Precisamos acabar com alguns mitos, como o de que rua foi feita para carro ou que a gente vai consegir diminuir o trânsito alargando ou inaugurando mais avenidas”, afirmou Avelleda. “São Paulo tem 17 mil quilômetros de ruas, avenidas, alamedas etc. Noventa por cento deles são ocupados por veículos. Mas esses mesmos veículos não transportam 90 por cento da população e sim apenas 31 por cento”, explicou ele. “Quando a gente está dentro do carro, estamos isolados, não vemos o outro. E cidade é encontro, é troca”, enfatizou.

Conversas assim provocam a a participaçãoda sociedade em geral e da comunidade Insper em particular com o propósito maior de contribuir para transformar São Paulo.  “As mudanças culturais e a inovação acontecem não apenas no ensino ou nas pesquisa, acontecem na cidade, na vivência do espaço urbano”, declarou Laura Janka ao encerrar o evento.

O Placemaking Insper pode, de fato, como diz o rap de Rafael Gomes da Silva, dar à rua Uberabinha, “uma nova oportunidade’’ para “refletir, repensar, se reconectar/ Com o que há de melhor na nossa própria cidade”.

(Ouça a música clicando aqui AQUI)

Este website usa Cookies

Saiba como o Insper trata os seus dados pessoais em nosso Aviso de Privacidade, disponível no Portal da Privacidade.

Aviso de Privacidade

Definições Cookies

Uso de Cookies

Saiba como o Insper trata os seus dados pessoais em nosso Aviso de Privacidade, disponível no Portal da Privacidade.

Aviso de Privacidade