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A arte de tecer múltiplas carreiras

Para Helen Campos, analista de apoio à pesquisa no Insper que é apaixonada por música e escrita, viver sem arte não é uma opção

Helen Campos

Para Helen Campos, analista de apoio à pesquisa no Insper que é apaixonada por música e escrita, viver sem arte não é uma opção

 

Bárbara Nór

 

“Acho que a gente não é uma coisa só”, diz Helen Campos, analista de apoio à pesquisa no Insper. “E fazer o que se gosta é imprescindível.” Atuando no escritório de apoio aos professores no Insper desde 2022, Helen está em sua terceira passagem como analista na escola — ela já atuou na área de apoio acadêmico em dois períodos, entre 2007 e 2013. E, antes disso, passou onze anos na Orbitall, empresa de pagamentos do Grupo Stefanini. Mas, mesmo tendo feito a maior parte de sua carreira no mercado corporativo e sendo mãe de dois filhos — Otto, de 13 anos, e Theo, de 11 anos —, ela nunca deixou de flertar com seu lado artístico.

Desde cedo, a arte faz parte da vida de Helen. Aos 12, ela já sabia que queria escrever. Durante a adolescência, fez parte de um grupo de teatro. Já na faculdade de Letras, na USP, que cursou tanto pelo seu amor à literatura quanto à escrita, ela fez parte do coral da universidade, o CoralUSP, onde se descobriu contralto e, às vezes, mezzo soprano. “Não consigo me desassociar da arte. É algo que faz parte de mim”, diz.

Não é à toa que sua pós-graduação, concluída em 2017, foi sobre a arte de contar histórias — algo que, para Helen, junta o teatro, a educação e a literatura. Ela chegou, inclusive, a coordenar a equipe do Programa de Iniciação Artística da prefeitura de São Paulo entre 2017 e 2022, além de ser convidada para contar histórias em outros espaços, como na Japan House, em São Paulo. “Acabei trabalhando com uma prática japonesa que se chama Kamishibai.” A técnica, que significa “teatro de papel” em japonês, emprega ilustrações para contar histórias e era usada por monges budistas do século XII para ensinar crianças e pessoas analfabetas por meio de contos.

Na mesma época, Helen se uniu a uma amiga para narrar histórias bilíngues em alemão e português em escolas, em projetos no Consulado alemão e no Instituo Goethe. Outro de seus projetos foi pesquisar o processo de contar a história de vida com narrações para adultos. Mas Helen estava longe de parar por aí.

Em 2020, ela foi convidada por uma de suas professoras da pós para fazer uma outra pós em escrita criativa, chamada “Gestos de escrita como prática de risco”, que aconteceu na Casa Tombada, centro de estudos e pesquisa em educação, arte e cultura em São Paulo. “Esse curso foi uma das coisas mais importantes que fiz com relação à escrita”, afirma.

Escrever é algo que nunca deixou de estar presente na vida de Helen. “Desde nova eu escrevo, participava de concursos na escola e ganhei alguns prêmios”, conta. Entre contos e poesias, ela diz recorrer à escrita em vários momentos do dia. “Escrevo na hora que faltam os olhos e quando tenho algo que possa ser colocado na palavra escrita.” Um de seus trabalhos envolve a observação de pequenas coisas que acontecem no cotidiano. “Escrevo sobre o que vi na rua, sobre a frase que alguém trouxe e aquilo me despertou e me levou para outro lugar.”

Ao longo dos anos, Helen desenvolveu um processo: se um texto pode surgir espontaneamente, ele depois precisa ser revisitado e lapidado. É aí que ele vai “para parede”, para que ela possa visualizar o que está produzindo. “A escrita requer um trabalho. Você sempre vai e volta no texto”, afirma Helen, que tem o plano de um dia divulgar mais sua escrita.

 

Retorno à música

Já o coral, que Helen havia começado na faculdade, teve uma pausa ao longo dos últimos anos. Foi em 2022, depois de oito anos de hiato, que ela voltou a cantar, no então coral da Casa das Rosas, hoje uma entidade à parte da instituição. O reencontro com a música foi marcante. “Acredito que nunca mais vou parar”, diz.

Para ela, uma das coisas mais importantes no coral é o fato de que é preciso que todos trabalhem juntos para funcionar. Entre sopranos, contraltos, baixos e barítonos (os chamados “naipes”, que compõem o coral), é preciso encontrar uma harmonia. “Você não é uma voz única. Precisa cantar junto, timbrar, saber em que momento é para você ser o destaque, em que momento é para o outro brilhar”, afirma.

Chamado “Asa da palavra”, o coral canta poesias e desenvolve projetos com músicas brasileiras. “Buscamos músicas que sejam, de alguma forma, ligadas a poemas e que tenham relação com a palavra.” Em 2022, o grupo cantou a Ópera do Malandro. Já no ano passado, o projeto o Pauliceias Desvairadas, com músicas a respeito de São Paulo, por ocasião do aniversário da cidade. Neste ano, a ideia é continuar os dois programas, inclusive com uma apresentação na Biblioteca Mário de Andrade, no dia 28 de maio. Agora, Helen diz que adoraria também montar um coral para funcionários e alunos no Insper.

Mas se engana quem pensa que o trabalho no ambiente corporativo não é também uma de suas paixões. “Eu amo o que faço no trabalho”, afirma. “E estar com artistas, vivenciar tudo isso nesse lugar do sensível, na verdade, me ajuda no Insper a lidar com as pessoas e com os compromissos.” Por outro lado, sua experiência com o corporativo também ajuda no lado artístico, como quando atua como coordenadora de projetos, lidando com outros artistas. O fato é que, para Helen, o que mais importa é fazer o que faz sentido para ela. “Eu nunca vou parar de fazer o que gosto. Acho que ganhar ou não com o que você faz é uma outra coisa.”

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