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“Meu objetivo sempre foi aproveitar ao máximo o que o Insper oferece”

A jornada de empreendedorismo de Andresa Bicudo, aluna de Engenharia de Computação que criou uma startup de marketing digital

Andresa Bicudo

A jornada de empreendedorismo de Andresa Bicudo, aluna de Engenharia de Computação que criou uma startup de marketing digital

 

Bárbara Nór

 

Fazer escolhas óbvias nunca foi a resposta para Andresa Bicudo, 22 anos, aluna do 10º semestre do curso de Engenharia de Computação no Insper. Quando ainda estava no ensino médio, ela era uma das únicas entre os colegas que não iria prestar Medicina no vestibular — foco do colégio em que estudava. Desde pequena, suas paixões eram o desenho e a criatividade. Tanto que suas escolhas estavam entre Publicidade e Arquitetura. Mas, em vez disso, Andresa decidiu cursar Engenharia de Computação.

Em parte, a decisão veio porque ela queria se desafiar. “Eu percebi que na engenharia teria mais espaço para aprender o que eu não aprenderia sozinha”, diz. “Senti também que seria uma área mais desafiadora, e eu queria algo que me possibilitasse desenvolver as ideias e projetos que sempre tive.”

Se a ideia inicial era estudar em uma universidade pública e ficar no interior, perto de São José do Rio Preto, sua cidade natal, Andresa acabou tomando outra decisão: se mudar para São Paulo e estudar no Insper, que conheceu por meio de um amigo da família. “Ele fez um tour comigo pelo prédio, e algo brilhou nos meus olhos”, conta. “Me apaixonei pela estrutura e pelo espírito empreendedor do Insper e queria muito fazer parte disso.”. Foi assim que, em 2019, ela se mudou para a capital paulista e passou no vestibular do Insper.

Pouco tempo depois, no entanto, Andresa precisou voltar para casa, por causa da pandemia da covid-19. Em meio ao desânimo por se afastar do ambiente da faculdade, o que a manteve inspirada e animada foi justamente uma eletiva de empreendedorismo que cursava na época. Pouco depois, o professor da disciplina convidou Andresa para um estágio de férias no setor de marketing de sua empresa. “Foi ali que conheci aquele que viria a ser meu sócio [Juliano Marchesine, que estudou Economia no Insper]”, diz Andresa. “Começamos a trabalhar juntos, gerenciando toda a produção de redes sociais.”

Mesmo depois do término do estágio, Andresa continuou trabalhando para a empresa durante o ano de 2021. “Eu me engajei muito no trabalho, queria sempre pensar em novas ideias e inovar”, diz.  Porém, em 2022, se preparando para voltar a São Paulo, ela decidiu parar e focar nos estudos. Mas a pausa no trabalho não durou muito tempo. “Logo uma pessoa que trabalhava comigo me indicou para a irmã, que tinha uma escola de aulas de reforço e queria ajudar com o marketing no retorno da pandemia”, diz. A cliente, por sua vez, trouxe mais outras duas indicações para Andresa. “Senti que havia ali uma empresa surgindo”.

Para Andresa, era a oportunidade de tentar colocar em prática suas ideias e criatividade. “Meu intuito sempre foi testar e quebrar a cara”, diz. A ideia era criar conteúdo e estratégia de marketing para um público que normalmente não teria condições de contratar uma agência de marketing: pequenos e médios empreendedores. Ela procurou seu amigo Juliano e, juntos, fundaram a Backstage Ed ainda naquele ano.

Desde o começo, conta Andresa, eles tiveram apoio do Hub de Inovação e Empreendedorismo Paulo Cunha, do Insper, onde são empreendedores residentes. “Esse apoio tem sido bastante importante”, afirma. “Fazemos acompanhamento com as mentorias do Hub.”

Para montar o primeiro time, Andresa mandou um formulário no grupo de WhatsApp da faculdade. “Todo mundo achava que eu estava em um esquema de pirâmide”, ela ri. Mas, com o tempo, as pessoas foram entrando e Andresa conseguiu montar sua primeira equipe de design. “A gente se propôs a criar uma agência em um modelo tradicional para então aplicar as inovações de startup.

Logo nos primeiros meses, os clientes foram chegando por meio de indicação, conta Andresa. Ao mesmo tempo, o time foi também amadurecendo. “No fim do ano já não eram mais conhecidos trabalhando conosco. Havia pessoas de fato estagiando com a gente”, diz. Já no ano passado, Andresa passou a assumir a operação, enquanto o sócio se encarregava da parte comercial. “Eu foco cada vez mais em otimizar o processo e em deixar a experiência do cliente bacana”, afirma Andresa. “A gente tem essa visão de expansão.”

Em meio a isso tudo, conta, um de seus maiores aliados tem sido o próprio Insper, onde Andresa é presidente também da Liga de Empreendedores. “Nós recebemos aqui muitos mentores legais, que até voltaram para falar com a gente sobre nossa empresa”, afirma. Além disso, no Alumni Day, encontro voltado para ex-alunos do Insper, Andresa e seu sócio também conheceram uma consultora de marketing que está dando mentoria para eles. “Ela tem sido uma grande inspiração, porque está no mercado há muito tempo.”

 

Técnica e criatividade

Aproveitar o ambiente da faculdade sempre foi, na verdade, o objetivo de Andresa. “Quando entrei, eu já sabia que queria absorver tudo que o curso podia me oferecer”, diz. “E também já sabia que não queria ser só a profissional técnica. Eu queria ser alguém que conseguisse amarrar tudo, técnica e criatividade.”.

Nesse sentido, ela conta que nunca se sentiu somente uma aluna de Engenharia. “Quando comecei a entrar no mundo do marketing e empreendedorismo, todo mundo estranhava”, lembra. “Diziam: mas por que uma mulher engenheira está trabalhando com isso?”

Mas foi justamente a união de todos os conhecimentos que acumulou no Insper e em suas experiências de estágio que mais ajudou. “Quando começamos a de fato empreender, foi quando mais precisei da sinergia que tudo isso tem”, afirma. No começo, Andresa diz que até ficava confusa de passar a manhã fazendo reunião sobre estratégia e marketing e depois à tarde em uma aula de cloud computing. “Com o tempo, entendi o tanto de bagagem que a Engenharia me proporcionou, como meu conhecimento de tecnologia e em metodologias ágeis.”

Ir atrás dos conhecimentos necessários de forma autônoma também foi algo que ela aprendeu no Insper. “Quando saímos da escola, achamos que precisamos seguir uma cartilha, fazer só o que o professor diz”, afirma. “Aqui [no Insper], aprendi a pensar. Foi uma quebra de paradigma. O Insper me ensinou a intercalar e cruzar informações. No fim das contas, eu pertencia a vários lugares e a nenhum, mas, ao mesmo tempo, de uma maneira que fazia sentido”.

Afinal, não era só como alguém trabalhando com marketing que ela se sentia outsider no curso de Engenharia, mas também como uma das poucas mulheres no curso. Além disso, as mulheres ainda são minoria no mundo do empreendedorismo. “A gente é criada para buscar menos”, diz. “Sempre duvidei um pouco da minha capacidade de fazer algo diferente. A cada passo que dava, eu não sabia se ia dar conta. Mas a gente tem que fazer mesmo com medo.”.

Por outro lado, o apoio do sócio, da família, dos amigos e do próprio Insper a ajudaram a vencer essas dificuldades. “Eu me senti muito abraçada porque, mesmo testando uma coisa muito diferente, há espaço para ser bem recebida em um projeto, para ser ouvida”, afirma. “Cheguei a participar do diretório acadêmico, sou presidente da Liga. Tem muita coisa para fazer no Insper, com muitas coisas florescendo e pessoas prontas para ouvir e dar suporte”.  Para ela, um dos projetos mais importantes do Insper é o Women in Tech, iniciativa que busca aumentar o número de mulheres na tecnologia. “Esse projeto foi algo que me deu muito suporte, porque nos inspiramos nas pessoas em quem conseguimos nos enxergar.”

Agora, prestes a terminar seu curso de graduação, o desafio de Andresa é conseguir fazer a empresa — que já tem 30 clientes — ultrapassar a média de 50 clientes, comum entre agências. “A partir desse ponto, elas aumentam o tíquete e pegam projetos de milhões para não ter que aumentar a carteira”, diz Andresa. “Mas queremos continuar acessando pequenos e médios empreendedores e, para isso, precisamos ser cada vez mais eficientes.”

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