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Brasil inicia projeto-piloto de semana de trabalho de 4 dias

Iniciativa da organização 4 Day Week Global busca melhorar qualidade de vida dos funcionários sem redução de salário nem perda de produtividade

Iniciativa da organização 4 Day Week Global busca melhorar qualidade de vida dos funcionários sem redução de salário nem perda de produtividade

 

 

A partir de novembro deste ano, o Brasil testará um modelo de semana de trabalho com quatro dias. A iniciativa, encabeçada pela organização 4 Day Week Global em parceria com a consultoria Reconnect Happiness, visa redesenhar a jornada de trabalho, buscando melhorar a qualidade de vida dos funcionários e aumentar a produtividade das empresas.

De acordo com uma reportagem da R7, cerca de 400 funcionários de 20 empresas brasileiras vão participar de um projeto-piloto, que reduzirá a carga de trabalho de 40 para 32 horas semanais. A ideia é seguir o mesmo método implementado em outros países, um modelo conhecido como 100-80-100: os participantes receberão 100% de seu salário, trabalharão 80% do tempo e têm o compromisso de manter 100% de sua produtividade. As empresas vão receber orientações para lidar com a reestruturação da semana de trabalho, gestão de tempo e monitoramento das métricas.

A 4 Day Week Global é uma organização sem fins lucrativos que defende a adoção da semana de trabalho de 4 dias. A entidade foi fundada em 2018 por Andrew Oswald, professor de economia na Universidade de Warwick, e Juliet Schor, professora de sociologia no Boston College.

Em um relatório publicado recentemente, a 4 Day Week Global apresentou os resultados de pilotos conduzidos entre fevereiro de 2022 e abril de 2023 em um total de 41 empresas, a maioria baseada nos Estados Unidos e no Canadá.

As empresas participantes avaliaram positivamente a experiência, atribuindo uma pontuação geral de 8,7 numa escala de 0 a 10. As companhias também deram uma nota de 8,7 em termos de atração de novos funcionários e 7,7 para produtividade e desempenho. Além disso, a receita aumentou em 15% e o número de funcionários que consideram deixar seus empregos diminuiu significativamente.

O feedback dos funcionários também foi positivo, com 95% expressando o desejo de continuar com a semana de trabalho de 4 dias. A produtividade teve um aumento substancial, com 57% dos trabalhadores relatando melhoria na capacidade de trabalho em comparação com a situação anterior. Além disso, 51% se sentiram mais no controle de suas agendas.

O relatório também destaca melhorias significativas na saúde e no bem-estar dos funcionários. Reduções no burnout, níveis mais baixos de estresse, melhoria na saúde mental e física e maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal foram alguns dos benefícios relatados pelos colaboradores.

De acordo com o levantamento, quase todos os participantes (95%) reduziram seu tempo de trabalho, com a média de horas caindo de 40,1 para 35,6 por semana. Quando questionados sobre se retornariam para uma semana de trabalho de cinco dias, a maioria declarou que só aceitaria se houver um aumento significativo no salário — um terço afirmou que exigiria um aumento de 26% a 50% na remuneração para aceitar um emprego com jornada de cinco dias por semana.

O relatório concluiu não haver um risco de “retomada das viagens” com a adoção da semana de 4 dias de trabalho. Uma preocupação comum entre os críticos da semana de trabalho de 4 dias é que as pessoas usariam o tempo livre extra para viajar, aumentando a pegada de carbono. Na realidade, o relatório concluiu que 42% dos funcionários passaram a realizar atividades mais sustentáveis, como reciclar, comprar produtos ecológicos e caminhar e andar de bicicleta, em vez de usar mais seus carros no dia extra de folga.

No Reino Unido, a semana de 4 dias de trabalho trouxe um benefício adicional que não estava inicialmente previsto, conforme aponta este artigo da revista Exame: houve um aumento da participação dos homens em atividades domésticas e no cuidado com os filhos ou pais, contribuindo para a equidade de gênero. O estudo revelou um aumento de 27% no tempo que os homens dedicam ao cuidado dos filhos, e 60% de todos os participantes, independentemente do gênero, perceberam uma melhoria substancial no equilíbrio entre suas responsabilidades profissionais e como cuidadores.

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