Os alunos financiados pelo Programa de Bolsas do Insper também são estimulados a desenvolver projetos de pesquisa em iniciação científica e tecnológica
Leandro Steiw
O Programa de Bolsas do Insper não só viabiliza o acesso de jovens talentos a uma formação de excelência, como também contribui para o futuro da ciência e da tecnologia do país. Atualmente, 21 bolsistas estão vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) e ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Tecnológica (PIBITI). Esses programas de iniciação científica e tecnológica são reconhecidos como porta de entrada para o mundo da pesquisa e incentivados em todos os Centros de Conhecimento e Cátedras da escola.
Entre os Centros de Conhecimento do Insper, por exemplo, o Insper Metricis tem uma equipe permanente de alunos da graduação atuando como assistentes de pesquisa —diversos dos quais são bolsistas parciais e integrais. No decorrer da atividade, esses assistentes são estimulados a se inscreverem no programa de iniciação científica como possibilidade de experimentação de um futuro relacionado à pesquisa acadêmica. É uma motivação comum aos graduandos de todos os cursos, mas não é a única.
Na iniciação, os bolsistas põem a “mão na massa” em um projeto de pesquisa — a intenção mais direta — e ainda se beneficiam dos efeitos da chamada economia de escopo. “Tudo aquilo que você repete de uma mesma tarefa gera um ganho de escala pelo aprendizado e pela eficiência de processos: é a economia de escala”, explica o professor Geraldo Setter, coordenador do Insper Metricis. “Quando você desenvolve um ou mais produtos em torno de uma mesma questão, área ou aprendizado, tem-se a economia de escopo. A atividade que o aluno assistente realiza em um projeto com pesquisadores mais sêniores pode ser o tema de pesquisa dele na iniciação científica ou tecnológica.”
Os alunos não precisam começar a iniciação do zero porque já estão aproveitando o aprendizado proveniente da atuação no projeto de pesquisa. “Não que a área de pesquisa seja para todos, assim como — extrapolando — nem todos se adaptam bem ao trabalho no mercado financeiro, por exemplo”, afirma Setter. O bolsista do Insper pode encontrar nos programas de iniciação uma carreira muitas vezes desconhecida de quem começa uma faculdade, mas de grande importância para o desenvolvimento da ciência do país. A compreensão das peculiaridades da pesquisa científica é relevante mesmo para aqueles que seguirão outros caminhos profissionais.
Incentivados pela oportunidade de se dedicarem exclusivamente aos estudos, os bolsistas parciais e integrais do Insper costumam se destacar no desempenho acadêmico. A mesma dedicação aparece em todas as iniciativas nas quais eles se envolvem. “Essa é uma característica do aluno bolsista do Insper”, diz Setter. “O bolsista demonstra o seu valor desde o processo seletivo da escola e percebe uma oportunidade que pode mudar a vida dele e da própria família. Ele alinha esse pensamento ao objetivo maior de ajudar a melhorar o Brasil por meio da educação, um sentimento conectado com a missão do Insper.”
Os programas de iniciação científica costumam ser a primeira experiência dos graduandos com o universo da pesquisa. Para jovens nos anos iniciais de formação, nem sempre é fácil visualizar uma carreira ligada à pesquisa, explica o professor Bruno Varella Miranda, coordenador do PIBIC do Insper.
“Uma parcela muito pequena da população do Brasil tem contato direto ou indireto com o setor de pesquisa acadêmica”, diz Miranda. “Por isso, a iniciação científica fornece um exemplo poderoso, ajudando a influenciar as decisões profissionais dos alunos no futuro. Essa é a contribuição mais duradoura. Depois, existe a oportunidade única de interação com professores mais experientes, que podem começar a explicar quais são os desafios relacionados ao trabalho com pesquisa.”
Há duas maneiras de ingressar nos programas de iniciação científica e tecnológica: o estudante apresenta projeto para algum docente ligado ao tema que deseja pesquisar e submete à comissão de seleção do PIBIC; ou o PIBIC organiza editais nos quais os professores propõem um projeto de pesquisa, estabelecem um processo de seleção e escolhem os alunos. Qualquer professor vinculado ao Insper que faça pesquisa de forma regular pode participar do programa.
“O fundamental para a iniciação científica é o aluno demonstrar interesse, curiosidade e vontade de trabalhar e ler muito”, afirma Miranda. “A iniciação científica existe justamente para ajudar quem ainda sabe pouco sobre o mundo da ciência. Só precisamos de alunos que queiram viver a experiência de forma plena. Se houver essa predisposição, não tem como o resultado ser ruim.”
Além de oferecer possibilidades de crescimento profissional, a área de pesquisa apresenta desafios que também devem ser reconhecidos pelos alunos. A profissão de pesquisador insere-se num campo de enorme incerteza, tanto dos resultados quanto da disponibilidade de recursos. “Percebemos que os candidatos que decidem enveredar pelo caminho da pesquisa científica e seguir a carreira acadêmica são muito resilientes”, diz Miranda.
No decorrer da faculdade, os alunos do Insper conseguem enxergar em seus vários colegas potenciais escolhas profissionais, que permitam atingir êxito financeiro, sucesso profissional ou satisfação pessoal, por exemplo. “Ao abrir as portas do mundo acadêmico aos alunos do Insper, iniciativas como o programa de iniciação científica tentam ampliar esse leque de potenciais opções profissionais”, afirma Miranda.
O professor observa que, dentro da proposta de escola integrada do Insper, um projeto pode abarcar domínios distintos de conhecimento. Respeitadas as regras básicas do programa, como entrega de relatórios e apresentação final, orientador e aluno podem incrementar a experiência de aprendizado ao se integrarem a um projeto mais amplo, com outros docentes e graduandos.
A área de pesquisa do Insper é composta por Centros de Conhecimento e Cátedras. Os centros são hubs de pesquisa científica e aplicada que congregam professores de diferentes áreas interessados por temas comuns. Oferecem suporte à atividade acadêmica e coordenam projetos aplicados desenvolvidos em parceria com empresas, governo e outras instituições. Os Centros de Conhecimento coordenam pesquisas técnicas com impacto social imediato, frequentemente atendendo a demandas específicas de instituições da sociedade.
Permitindo a atração e a retenção de renomados acadêmicos pelo Insper, as Cátedras são viabilizadas por meio de doações de parceiros institucionais. Assim, líderes intelectuais de suas respectivas áreas obtêm condições especiais de pesquisa, potencializando a produtividade acadêmica e o impacto social, traduzido em políticas públicas e conhecimento aplicado. Os projetos associados às cátedras concentram-se em áreas como educação, mercado de trabalho, saúde, sustentabilidade, crime e violência e liberdade política.