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Qual é a importância da administração na área da saúde?

A área da saúde precisa de uma gestão bem feita e eficiente para lidar com todos os desafios e evitar desperdício de recursos

Toda organização precisa ser bem administrada para crescer com eficiência e de forma sustentável. Na área da saúde isso não é diferente.

Como lidar com desafios tão grandes como o que o mundo viveu no auge da pandemia da covid-19, entre 2020 e 2021?

E com o que se vive de forma mais rotineira, com grandes filas de espera para procedimentos variados, tantos no SUS quanto na rede privada?

A solução passa muito pela administração bem feita dos recursos já existentes.

Foi o que apontou Paulo Saldiva, médico e professor da USP e do Insper, em entrevista recente:

“Não adianta ficar inaugurando hospital, cortando fita, se não existir sustentabilidade econômica e principalmente política, no sentido amplo do termo.”

Este artigo vai detalhar melhor o importante papel do administrador ou gestor na área da saúde, o perfil que está sendo demandado desse profissional, como ele atua e quais as métricas que ele deve acompanhar para garantir um atendimento de excelência a todos os pacientes.

Como atua o profissional de administração na área da saúde?

Assim como qualquer outra empresa, clínicas e hospitais também precisam funcionar de forma adequada. Para isso, é preciso uma administração ou gerenciamento que cuide das condições estruturais, de recursos humanos, financeiros e demais serviços.

O profissional de administração na área de saúde atua como um gestor, ou seja, faz a coordenação e a organização dos trabalhos e recursos de todas as equipes que atuam no lugar.

É muito comum que um médico ou outro profissional da área assuma essa função de gestor em uma instituição de saúde. Inclusive porque os conhecimentos técnicos vão facilitar o entendimento de como alocar melhor todos os recursos, seja de capital humano ou financeiro.

O que ocorre é que muitas vezes esse profissional entende muito de saúde ou medicina e pouco de administração propriamente dita.

O profissional mais completo deve ter conhecimentos amplos nesses dois campos de atuação. E há uma demanda muito grande por habilidades ainda mais aprofundadas, como entendimento de políticas públicas, regulação da saúde, tecnologia, marketing e, claro, gestão de negócios, projetos e pessoas.

Um exemplo prático dessa demanda por um profissional mais completo pode ser visto nesta vaga abaixo, de gestor de saúde, divulgada no LinkedIn em abril de 2023. Entre as competências desejadas para o profissional, o recrutador listou as seguintes:

  • Coordenação de equipes multidisciplinares, que vão desde as áreas de nutrição, enfermagem e psicologia até as áreas do setor administrativo, de limpeza e de cozinha. 
  • Implementação das diretrizes e procedimentos elaborados pelos diretores.
  • Desenvolvimento e formação de equipes.
  • Gestão do relacionamento com as famílias dos clientes.
  • Estabelecimento de ações de melhoria na operação, para garantir a qualidade e satisfação dos clientes. 
  • Garantia do cumprimento de todas as normas regulatórias vigentes aplicáveis pela Anvisa e Vigilância Sanitária.
  • Desenvolvimento de relatórios para acompanhar o bom andamento da clínica.

E, como pré-requisito, a vaga pediu formação em gestão hospitalar, administração ou, se fosse um profissional da área de saúde, que tivesse pós-graduação em gestão, além de experiência prática em cargo de liderança na área de saúde.

Qual o perfil de um administrador na área da saúde?

Diante de todas as novas demandas do setor de saúde, o ideal é que o profissional de administração que atue como gestor na área saiba:

  • analisar criticamente relatórios financeiros, avaliar custos e decidir sobre alternativas de investimento;
  • propor e executar ações de melhorias de qualidade, segurança e processos em saúde;
  • formular e executar estratégias para a organização de saúde;
  • liderar e gerenciar equipes multidisciplinares de forma humana e ética;
  • buscar, coletar, analisar e apresentar dados para resolver problemas em saúde.

Qual é a importância da administração na área da saúde?

Foto mostra equipe em reunião, remetendo a ideia de administração na área da saúde, já que alguns estão com jaleco.

O setor de saúde enfrenta desafios no mundo inteiro, com gastos crescentes, inflação médica acima da média, falta de mão de obra qualificada e especializada e, paralelo a isso, aumento de doenças crônicas e envelhecimento da população.

Nesse cenário, é grande – e a tendência é que aumente cada vez mais – a demanda por profissionais qualificados para gerenciar organizações de saúde, ocupando cargos de liderança e gestão.

A aplicação mais eficiente de recursos, por exemplo, é um fator de crucial importância na administração na saúde.

“Um dos grandes problemas do setor de saúde hoje é o desperdício de dinheiro. A Organização Mundial da Saúde estima esse desperdício em torno de 25% do que se gasta. O setor de saúde precisa que os recursos colocados nele sejam utilizados adequadamente”, disse Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, sindicato que reúne hospitais, clínicas, laboratórios de diagnóstico e outros estabelecimentos de saúde no estado de São Paulo, em um evento em 2022.

Médico especialista em administração hospitalar, Balestrin enumerou os quatro principais motivos para o desperdício de recursos na saúde:

  1. corrupção;
  2. falta de governança;
  3. falta de rotinas adequadas nas instituições;
  4. o próprio funcionamento do sistema de saúde no Brasil.

Uma boa administração, feita de forma sustentável, organizada e ética, consegue contornar ao menos os três primeiros desafios que o especialista apontou. 

Como as métricas são utilizadas na administração em clínicas, hospitais e consultórios?

Estas são as principais métricas – que medem a produtividade, a qualidade, a capacidade e o faturamento – apontadas por empresas que atuam no mercado, em clínicas, consultórios particulares ou grandes hospitais:

  • Satisfação dos pacientes (algumas formas muito usadas de medir a satisfação são o Net Promoter Score, o Customer Effort Score, o Customer Satisfaction Score e o Customer Health Score);
  • Tempo de espera do paciente;
  • Taxa de retorno dos pacientes após uma primeira consulta;
  • Quantidade de faltas em consultas ou desistências;
  • Valor médio gasto por paciente (ticket médio);
  • Faturamento mensal;
  • Retorno sobre o investimento (ROI);
  • Quantidade de consultas marcadas por atendente;
  • Quantidade de pacientes atendidos por médico;
  • Quantidade de consultas feitas em determinado intervalo de tempo;
  • Tempo gasto em cada consulta;
  • Tamanho da fila de espera;
  • Novos pacientes adquiridos em determinado período de tempo;
  • Taxa de ocupação hospitalar;
  • Tempo médio de internação do paciente;
  • Índice de infecção hospitalar;
  • Taxa de mortalidade hospitalar.

Quer se aprofundar neste assunto? Então leia o artigo: O que faz e como se tornar um gestor hospitalar?

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