Os estudantes participaram de uma série de atividades práticas realizadas em grupo sobre temas como inteligência artificial, blockchain e robótica
Bruno Toranzo
O Insper recebeu alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio na semana passada, entre os dias 10 e 14 de julho, para a Imersão Insper Tech. A turma, que contou com 32 estudantes provenientes de diferentes estados, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, desenvolveu, com o acompanhamento dos professores da instituição de ensino, uma série de atividades reunidas em uma programação distribuída ao longo do dia, das 8h30 às 17h30.
“O principal objetivo do evento foi trazer esses jovens para conhecer o Insper e sua infraestrutura, como laboratório e salas de aula”, diz Angélica Turaça, professora do curso de Engenharia e coordenadora dos programas voltados para o Ensino Médio e vestibular. “Oferecemos a eles uma experiência de nível superior sobre temas bem atuais nesse período em que estão de férias escolares.”
Na oficina de robótica, cada grupo desenvolveu, no laboratório de sistemas mecatrônicos, a programação para controlar seu robô. Depois desse trabalho, os estudantes colocaram os robôs para disputar uma partida de futebol. “Cada atividade contou com esse aspecto de competição para tornar a aprendizagem e a experiência mais divertidas, promovendo a integração dos alunos, que puderam interagir bastante”, explica Turaça. “O propósito foi desafiá-los nas atividades, fazendo com que eles colocassem a mão na massa. Demos o problema e pedimos que se dedicassem a encontrar a solução.”
A turma foi composta por 50% de mulheres, uma porcentagem significativa, já que ainda há no mercado o predomínio masculino nas profissões ligadas à tecnologia, como programação, motivo pelo qual deve ser incentivada a entrada das mulheres nesses mercados. “Criamos um ambiente seguro para que elas se sentissem à vontade do começo ao fim. O engajamento das alunas foi alto, e isso foi percebido pelo envolvimento com todas as temáticas exploradas”, afirma Turaça.
A Imersão Insper Tech trabalhou também outros assuntos de tecnologia que têm recebido atenção nas empresas e fora delas. As oficinas sobre IA e blockchain exploraram as aplicações mais comuns no cenário atual, como nos criptoativos, especialmente em contratos inteligentes ou smart contracts. Também foi abordado o aspecto da segurança da informação, que tem absorvido cada vez mais profissionais por ser relevante, por exemplo, para a proteção de dados.
Houve espaço nas aulas para IA generativa, uma tecnologia que proporciona a criação de textos, imagens, músicas e vídeos a partir de solicitações dos usuários em linguagem comum, e não de programação. A generativa, que tem o ChatGPT como principal exemplo, oferece conteúdos novos e inesperados, atendendo a praticamente qualquer tipo de pedido. Ela está inserida em um contexto de machine learning, o que significa que essas aplicações tomam decisões sozinhas com base nos dados que captam ou que são oferecidos a elas. Esse poder decisório evolui conforme o volume armazenado de informações e com base em decisões anteriores — daí a dizer que a máquina aprende. “Deixamos claro que a máquina não é usada apenas para entretenimento, mas como ferramenta de trabalho para diversas áreas de atuação profissional. O momento exige que todos conheçam sobre essas tecnologias em ascensão”, observa Turaça.
Ailton Lucas, estudante do Ensino Médio e do cursinho do Insper, destaca o conhecimento prático adquirido sobre IA generativa. “Aprendemos bastante sobre inteligência artificial. Criamos um roteiro de filme por meio da IA, com ajuda do ChatGPT e do Bard, que foi liberada recentemente pelo Google. É um momento de grande aprendizado para nós, o que contribui para a formação do jovem.”
Já Renata Albino, também aluna do Ensino Médio, valoriza o conhecimento obtido em robótica. “Foi gratificante conhecer a infraestrutura do Insper, como salas de aula e laboratórios. Aprendemos desde o desenvolvimento de jogos, passando pela criação de robôs em Arduino e chegando à tecnologia de criptografia.” (O Arduino é uma plataforma aberta de prototipagem eletrônica, contando com hardware e software para realização de diversos projetos tecnológicos.)
Por fim, ainda como parte das atividades propostas na semana de imersão tecnológica, os alunos foram desafiados a construir um carrinho de rolimã, utilizando as ferramentas e os insumos do TechLab, como furadeira e madeira, com uma competição no fim do dia entre os carrinhos criados pelos grupos.