Com início em setembro, programa de curta duração apresenta conceitos e práticas para equilibrar retorno, risco e crescimento no setor
Tiago Cordeiro
O agronegócio brasileiro é diariamente desafiado a acompanhar e superar desafios globais complexos. Quanto maior a escala da produção, mais difíceis se tornam as demandas para a gestão, especialmente financeira. Como lidar com os riscos e as demandas de capital específicas, acompanhando a crescente digitalização das operações?
A resposta passa pela formação de executivos e dirigentes preparados para compreender e aplicar as ferramentas contemporâneas de finanças corporativas. Foi com este objetivo em vista que o Insper Agro Global e o Centro de Gestão e Políticas Públicas desenvolveram o novo curso Finanças Corporativas para o Agronegócio.
Com carga horária de 30 horas, o curso de curta duração se destina a analistas de bancos voltados ao agronegócio, gestores e analistas de empresas agrícolas de grande porte, cooperativas e de empresas comerciais e industriais no agronegócio. As matrículas podem ser feitas até 8 de setembro. As aulas se iniciam em 11 de setembro e serão concluídas no dia 22 de setembro.
O objetivo do curso é apresentar conceitos e práticas para que os profissionais sejam capazes de otimizar os conceitos de retorno, risco e crescimento. O programa também vai promover experiências e apresentar detalhes técnicos, que passam por informações a respeito de questões rotineiras, como os níveis apropriados de endividamento, até conceitos mais estratégicos de arranjos na cadeia e crescimento por meio de fusões, aquisições e joint ventures, buscando adicionar valor ao capital do negócio.
“O agronegócio é caracterizado por uma série de especificidades, como sazonalidade, ciclicidade e criticalidade. Os conceitos tradicionais de administração se aplicam, mas não as métricas e a abordagem, o que gera uma série de dificuldades para os gestores na busca do equilíbrio entre desempenho e risco”, afirma Carlos Ortiz, docente líder do curso e associado sênior e instrutor do Centro Especializado em Treinamento e Pesquisa Aplicada em Crédito, Finanças e Gestão de Risco para Agricultura (Centrec Consulting Group) em Illinois, nos Estados Unidos.
Ao final do programa, os participantes estarão preparados para explicar que a competitividade de um negócio depende da otimização de três elementos de gestão: retorno, crescimento e risco, mesmo sob pressão de concorrência e de potenciais rupturas.
Saberão lidar com o endividamento apropriado, crescimento adequado e possibilidades de crescimento por meio de diferentes estratégias. Entenderão peculiaridades do agronegócio que influenciam decisões relacionadas a finanças corporativas.
Online e ao vivo, as aulas facilitam a interação entre docentes e alunos, o que favorece o networking e a troca de experiências, com base em práticas interativas utilizando simulados, games e aplicativos.
Todos os participantes deverão desenvolver um projeto aplicado, entre três alternativas: analisar uma operação de grande escala que seja apropriada para uma empresa do agro, com o objetivo de melhoria do giro sobre o capital empatado; analisar a adição de valor trazida pela operação de M&A entre duas empresas do agro; ou analisar a adição de valor de uma empresa do agro desde sua abertura de capital.
“No agronegócio, o foco é no longo prazo. Não basta olhar para apenas um trimestre. Por isso este curso é voltado para postos gerenciais, seja da cadeia do agro, seja do setor financeiro. São líderes que precisam entender os riscos e identificar padrões, considerando as especificidades deste mercado”, afirma Ortiz, que é também sócio da Agroschool, especializada em cursos interativos em gestão e crédito ao agronegócio no Brasil e conduziu a formação de profissionais na América do Sul, nos Estados Unidos e na África por meio de treinamentos patrocinados pelo Banco de Desenvolvimento Europeu, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de lecionar em programas especializados em universidades de renome internacional.