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“A educação é o que possibilita ver que existem portas que não estão fechadas”

Juliana Loyola, técnica do laboratório de química no Insper, conta como o gosto pelo estudo foi um fator decisivo em sua vida

Juliana Loyola, técnica de laboratório

Juliana Loyola, técnica do laboratório de química no Insper, conta como o gosto pelo estudo foi um fator decisivo em sua vida

 

Bárbara Nór

 

“A educação é o nosso passaporte para o futuro.” Desde que viu, ainda criança, a famosa citação do ativista dos direitos humanos Malcolm X em um filme, Juliana Loyola, técnica do Laboratório de Química no Insper, nunca mais se esqueceu da frase. Nascida em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana de São Paulo, ela conta que logo cedo percebeu que só por meio dos estudos conseguiria ir mais longe e conquistar seus objetivos. “Minha cidade fica no extremo da zona leste de São Paulo e a gente sabe que as oportunidades são um pouco mais complexas”, diz Juliana.

Uma de suas lembranças mais claras quando criança, inclusive, foi de estar em uma sala de aula e, ao ouvir a pergunta da professora sobre o que os alunos queriam ser quando crescessem, ficar envergonhada de responder que queria ser cientista. “Meus colegas respondiam coisas como trabalhar em uma firma, ou que não sabiam, não pensavam sobre o assunto”, diz. “E eu fiquei até constrangida, pensando se ser cientista era algo distante demais para mim. Eu era um ponto fora da curva.”

A vontade de ser cientista veio bem cedo também, aos 5 anos: seu pai fora diagnosticado com diabetes — depois de os próprios avós de Juliana terem falecido por causa de complicações causadas pela mesma doença. “Lembro de ver minha mãe muito abatida e eu disse que ia fazer medicina para descobrir a cura para diabetes”, diz Juliana. “Aí me disseram que quem descobre as coisas é cientista, e foi nesse dia que descobri o que queria ser.”

Hoje, aos 29 anos, Juliana reconhece que essa primeira experiência foi fundamental para que ela persistisse em estudar, mesmo quando tudo poderia conspirar para que ela não acreditasse que poderia ir além. “Quando somos jovens, precisamos de uma motivação para a educação, e uma que não seja totalmente atrelada ao lado financeiro”, afirma. “E, no meu caso, era ajudar as pessoas.”

O apoio dos pais também foi essencial. “Eu me considero privilegiada por isso. Minha tia me alfabetizou quando eu tinha cinco anos e minha mãe sempre me incentivou muito a ler”, diz. “Meus pais sempre deixaram claro que só conseguiríamos alcançar coisas na vida e sermos autossuficientes e felizes se estudássemos.” Foi esse apoio também que permitiu que ela vencesse desafios, como o fato de ter TDA (transtorno de déficit de atenção).

“Tive que lidar com isso e correr atrás. O letramento foi mais difícil para mim e eu tinha uma certa dificuldade, precisava me dedicar mais para aprender.” Ao mesmo tempo, ela começou a tomar gosto também por ensinar aos outros. “Eu percebi que tinha facilidade para ensinar e que adoro quando consigo fazer com que fiquem felizes, assim como eu fico quando aprendo algo.”

 

Voluntariado

Já no ensino médio, ela dava aulas de reforço na área de Exatas para os outros alunos. Depois, já adulta, ela começou a ajudar meninas a se prepararem para o vestibular, algo que busca fazer até hoje. E, junto com a irmã, tocou um projeto voluntário entre 2015 e 2020, período em que elas davam aulas de música para crianças e adolescentes. “A educação traz um conhecimento maior e abre muitas possibilidades, especialmente para as mulheres”, diz Juliana. “É preciso de conhecimento para fazer escolhas diferentes e alcançar outras coisas além do que já está traçado e decidido para nós.” Foi nesse sentido também que, conta Juliana, a educação a ajudou a ser mais confiante e acreditar que poderia conquistar mais coisas na vida.

Hoje, ela é formada em química, área que considerou que juntava seus principais interesses na escola com o desejo antigo de ser cientista. No final de 2018, depois de passar dois anos em uma indústria de galvanoplastia, participou do processo seletivo para trabalhar no Insper, onde está desde janeiro de 2019. “Foi uma oportunidade incrível. Hoje tenho a chance de fazer algo que eu sempre quis”, diz Juliana. “Consegui unir tanto a parte de laboratório, que eu amo, com o ensino e ajudar os alunos, em uma instituição que acredita na mudança das pessoas por meio da educação.”

 

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