A Global Academy vai oferecer a possibilidade de troca intensa entre alunos de diferentes culturas e visões, diz a professora Flavia Piazza, coordenadora acadêmica do programa
Os estudantes interessados em fazer cursos sobre temas atuais e relevantes para uma atuação global, ministrados por professores de primeira linha e com alunos de diferentes países e culturas, podem se inscrever na Global Academy, uma série de cursos de curta duração que será oferecida pelo Insper em julho. Os cursos, com aulas exclusivamente presenciais e em inglês, estão abertos a estudantes de graduação em qualquer área, incluindo alunos de universidades estrangeiras, do Insper e de outras instituições de ensino no Brasil. As inscrições internacionais podem ser feitas até 31 de março. Para alunos nacionais (do Insper e de outras instituições), as inscrições serão abertas em abril.
Em sua primeira edição, a Global Academy oferece quatro cursos, com aulas que acontecerão de 3 a 14 de julho. São eles: Empreendedorismo (Startup Entrepreneurial Ecosystem Bootcamp), ministrado pelo professor Thiago Soares; ESG (Sustainability Business Strategy: Purpose and ESG), com a professora Priscila Borin Claro; Finanças Climáticas (Climate Finance), a cargo do professor João Amaro de Matos; e Mobilidade Urbana (Transportation Shaping Sustainable Urbanization), sob a responsabilidade do professor Adriano Borges Costa.
De acordo com a professora Flavia Piazza, coordenadora acadêmica da Global Academy, um dos objetivos do programa é proporcionar um ambiente de intensa troca entre alunos de diferentes países, culturas e visões sobre temáticas de interesse global. “Essa troca de ideias pode enriquecer muito os alunos, que vão poder comparar a realidade de seu país com a de outros países, ampliando seu horizonte em um mercado de trabalho globalizado”, afirma Flavia Piazza, que dá mais detalhes na entrevista a seguir.
A que tipo de estudantes se destina a Global Academy?
A Global Academy é uma experiência voltada para alunos de graduação interessados em um curso com foco na internacionalização e na diversidade cultural. Os estudantes terão a oportunidade de trabalhar com colegas de diferentes nacionalidades e culturas, entender outros pontos de vista e discutir problemas globais em quatro grandes temas: empreendedorismo, ESG, finanças climáticas e mobilidade urbana. Vamos abordar esses temas dentro da realidade da cidade de São Paulo e do Brasil, mas sem perder de vista que outros lugares do mundo também lidam com esses mesmos desafios. É importante que os alunos conheçam outras realidades e percebam as semelhanças e as diferenças em relação a outros países.
Qual foi o critério utilizado para escolher os temas dos cursos?
Tivemos a preocupação de buscar temas de relevância global. Vamos falar de ESG, um assunto muito importante e que é discutido praticamente em todo o mundo. Acreditamos que haverá uma troca muito rica entre os alunos quando eles debaterem esse tema. O mesmo acontece com o curso sobre empreendedorismo. Os estudantes vão realizar visitas na cidade de São Paulo para conhecer o ecossistema de inovação, mas a ideia é que eles possam entender como isso funciona em outros países também, ou seja, como esse ecossistema se forma e se mantém em outras partes do mundo. São temas que podemos estudar localmente, fazendo paralelos internacionais. A ideia de mobilidade urbana também é rica para o profissional global. Vamos falar das questões urbanas de uma metrópole como São Paulo, mas também entender como isso se aplica em outras cidades. Dado que São Paulo se mostra como uma cidade caótica em termos de urbanismo, os alunos poderão entender a realidade dessa metrópole e discutir como outras cidades podem se planejar, além de como sermos conscientes com a ocupação de nossas cidades. E quando falamos em climate finance, a ideia é discutir como diferentes países estão olhando para a questão das mudanças climáticas sob a ótica financeira e como isso impacta as decisões de investimento. Em síntese, escolhemos temas em que podemos construir uma visão global, com diferentes aplicações locais.
A expectativa é atrair alunos de graduação em qualquer área?
Sim, o programa está aberto a alunos de qualquer curso de graduação. Entendemos que os próprios temas vão ajudar a direcionar os alunos para os cursos que mais lhes interessam. Por exemplo, o curso de Finanças Climáticas está preparado para receber alunos tanto com um nível muito básico de finanças quanto aqueles com um nível elevado de conhecimento dessa área. O curso foi desenhado de tal forma que todos os estudantes, independentemente do seu nível de conhecimento de finanças, vão se sentir desafiados a participar das atividades. Da mesma forma, no curso de mobilidade urbana, podemos ter tanto um aluno interessado mais na parte relacionada aos direitos dos cidadãos à mobilidade quanto um aluno que quer entender como a tecnologia impacta o urbanismo. Portanto, os cursos foram pensados mais pela relevância dos temas do que pela área de formação dos estudantes.
O que um programa internacional como esse pode agregar à formação de um estudante?
Um dos objetivos da Global Academy é trabalhar com pessoas de países e culturas diferentes, com visões diferentes sobre as temáticas com as quais estamos lidando. Essa diversidade pode enriquecer muito os conhecimentos dos alunos de graduação, que terão a oportunidade de comparar a realidade de seu país com a de outros países, ampliando seus horizontes. Muitas vezes, os jovens ficam aguardando o momento de um intercâmbio para conhecer novas culturas e realidades, mas é possível ter essa experiência internacional de várias outras formas. Os cursos da Global Academy são concentrados, com duas semanas de duração, e vão permitir uma troca muito intensa entre os alunos. Acho que essa troca vai ser muito importante para expandir o horizonte dos alunos. Além disso, os cursos tratam de temas que são relevantes em termos globais, com professores de ponta, de modo que a nossa expectativa é gerar debates de altíssima qualidade. Em resumo, a Global Academy é um programa que pode proporcionar uma vivência única para os alunos, com um conteúdo muito sólido que poderá fazer a diferença em sua formação.
Estudantes brasileiros, inclusive não alunos do Insper, também podem se inscrever nos cursos?
Sim, os cursos estão abertos tanto para estudantes estrangeiros quanto para alunos do Insper e alunos brasileiros de outras instituições de ensino. Nossa meta é buscar um mix apropriado nesses grupos, pois consideramos importante que haja uma troca intercultural entre os participantes. Ou seja, não queremos formar um grupo grande de alunos do Insper com um número reduzido de alunos internacionais. O que buscamos é um mix adequado que efetivamente atenda à proposta do curso.
Já está definido se esses cursos vão ser oferecidos todos os anos?
Estamos oferecendo a Global Academy pela primeira vez e começamos com quatro cursos, mas a intenção é ampliar e variar as opções dos temas, sempre buscando questões de relevância internacional, com essa mescla de alunos internacionais e nacionais e com professores de ponta em cada temática.