Setores financeiro, de tecnologia da informação, de desenvolvimento de produtos e de cadeia de abastecimento estão entre os que devem se beneficiar de IA em suas operações
Bernardo Vianna
Desde o lançamento do ChatGPT, no segundo semestre de 2022, a promessa de revolucionar mercados por meio de inteligência artificial trouxe essa tecnologia para o centro das estratégias de negócios de diversas áreas. Segundo pesquisa conduzida pela empresa de consultoria Insider Intelligence, 8% dos executivos do setor financeiro entrevistados consideravam a inteligência artificial como peça-chave de seus negócios no ano passado. Ao serem questionados sobre a importância da IA no horizonte de três anos, em 2025, 43% disseram que essa tecnologia se tornará parte crítica de seus negócios.
O mesmo grau de expectativa foi percebido em setores como o desenvolvimento de produtos, gestão de cadeias de abastecimento e serviços de tecnologia da informação em geral. Neste último, os entrevistados esperam que, em 2025, metade dos negócios tenha a inteligência artificial como elemento crítico para sua execução.
Outro estudo, também de uma empresa americana de consultoria, a McKinsey, reforça que, apesar das expectativas, a revolução da IA, ao menos até o final de 2022, ainda não havia começado. Ao perguntar a executivos de diferentes setores no mundo inteiro se as organizações já haviam adotado IA em seus negócios, a pesquisa, que é realizada anualmente, detectou maior crescimento de 2017 a 2018, quando a adoção mais do que dobrou.
De 2019 em diante, segundo o relatório, a inteligência artificial deixou de ser novidade para se tornar parte intrínseca da otimização de operações, um elemento já bem compreendido para acrescentar valor aos negócios. Resta observar qual será o impacto, no próximo ano, do advento das IAs generativas, como o ChatGPT.
Um pouco dessa novidade aparece em pesquisa de 2023 realizada com profissionais de empresas como Amazon, Bank of America, Edelman, Google, IBM e JPMorgan e publicada no Statista, site que reúne dados de inteligência de mercado. Foi observado que 37% dos times de propaganda e marketing já utilizam IAs generativas para auxiliá-los em suas tarefas. Um resultado próximo foi observado entre as equipes de TI, das quais 35% já adotaram IAs generativas como ferramenta de trabalho.
Outra pesquisa, também da McKinsey, de 2021, dá uma visão mais detalhada sobre os usos de inteligência artificial em diferentes funções dentro dos negócios. Embora aqui não estejamos falando especificamente de IAs generativas, já é possível observar como as áreas de operações, de desenvolvimento de produtos e de marketing se destacam como aquelas em que a adoção de ferramentas baseadas em inteligência artificial é mais intensa.