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Ex-aluno do PAGP conta como a educação moldou as suas escolhas profissionais

João Luiz Francisco trocou a Engenharia Naval pela gestão de políticas públicas na área de educação

João Luiz Francisco trocou a Engenharia Naval pela gestão de políticas públicas na área de educação

 

Leandro Steiw

 

Ex-aluno do Programa Avançado em Gestão Pública (PAGP) do Insper, João Luiz Francisco lembra um dos primeiros dias de trabalho na volta à Secretaria de Educação do Paraná, em 2022. A equipe estava pensando no Plano Plurianual e na Lei Orçamentária Anual e, apesar de ele não estar diretamente direcionado a essas questões, sabia o que estava sendo discutido. “Eu conseguia estar imerso com eles naquela conversa”, recorda.

A familiaridade com o tema vinha não só dos aprendizados nas aulas de pós-graduação no Insper. Engenheiro naval de formação, a trajetória profissional de João acabou se voltando para a educação quando fazia o mestrado na Universidade de São Paulo. Ele se inscreveu no programa da Ensina Brasil, uma organização sem fins lucrativos que seleciona e desenvolve jovens graduados para se tornarem professores de escolas públicas em contextos vulneráveis.

A vaga era para São Paulo, onde João morava, mas ele acabou sendo alocado em Cuiabá, em Mato Grosso, por motivos diversos, e topou a mudança de cidade. Valeu a pena. “Lá, eu pude entender o que é ser professor”, diz João. “Entendi qual é a potência da educação na vida das pessoas e também muito da potência da educação na minha própria vida. Sou neto de um agricultor analfabeto e minha mãe terminou o ensino médio aos 37 anos, por meio de um supletivo. Eu fui a primeira pessoa da minha família a chegar a uma universidade pública. Por causa da educação, nunca precisei passar por necessidades pelas quais o meu avô e a minha mãe passaram.”

Detalhes que talvez pareçam simples para outras pessoas abriram-se para João, mesmo que indiretamente, via educação. “A primeira vez que viajei de avião, por exemplo, foi por causa de uma bolsa de estudos que consegui para estudar em Portugal”, conta. “Também foi a oportunidade que tive de morar e ir para outro país. A educação me abriu muito essas portas. Foi assim que percebi que não fazia mais sentido eu voltar para a Engenharia Naval e que o meu caminho era na educação.”

Pelo programa da Ensina Brasil, foram dois anos em sala de aula. Depois, João teve uma primeira experiência na Secretaria de Educação do Paraná e trabalhou em uma consultoria voltada para educação chamada Elos Educacional. “Comecei a sentir necessidade de voltar a estudar para dar essa virada de chave para a gestão pública e, especificamente, para a educação, pois a minha formação era Engenharia Naval com uma complementação pedagógica em Matemática”, afirma.

 

Transição de carreira

João via a necessidade de formar uma base sólida para a mudança completa de carreira. Nessa ideia de transição, entrou o Insper. “Muito pela qualidade e pelo reconhecimento da instituição e por ter amigos que já haviam estudado no PAGP e falado muito bem”, diz. “Alguns elementos se encaixaram bastante na minha carreira e possibilitaram que eu pudesse aproveitar mais o conhecimento da pós-graduação no meu trabalho.” Em 2019, ele ainda foi selecionado para o programa Talentos da Educação, da Fundação Lemann, que reúne profissionais comprometidos com a educação brasileira.

Ele conta: “Saí da Elos Educacional e fui trabalhar na Secretaria de Educação de um município do estado de São Paulo. Então, com muitos dos conteúdos que estudava no PAGP, eu conseguia fazer um elo com o meu dia a dia na secretaria. Na disciplina de Gestão de Pessoas, por exemplo, uma das atividades em grupo consistia em contarmos algumas das experiências relacionadas à gestão de pessoas na secretaria onde atuávamos. Foi um momento muito bacana. Pude compartilhar as dificuldades pelas quais estava passando dentro da secretaria e depois escutar e receber essa bagagem do pessoal, com ideias novas e soluções, e pensar em algo estruturado, em um plano de ação, focado na gestão de pessoas”.

Na Secretaria de Educação do Paraná, João atua no departamento de formação continuada de educadores. Recentemente, uma equipe de 40 pessoas desenvolveu o tripé “missão, visão e valores” do departamento. Nesta semana, está sendo feita uma formação inicial para os cerca de 500 formadores. “A primeira atividade que faremos com eles será validar essa missão, visão e valores”, diz João. “Achamos importante que ela se dissemine. Que todos os que trabalham do nosso departamento ou os formadores, que são professores na verdade e que atuam como formadores, estejam em sintonia conosco e que sejam escutados dentro dessa construção.”

Segundo João, a importância da missão, visão e valores foi estudada nas disciplinas de Estratégia e Gestão de Pessoas. O curioso, porém, é que o interesse não foi imediato. “Quando cheguei à secretaria do Paraná, comecei a estudar os materiais extras que os professores disponibilizavam dentro do Blackboard e, lendo os conteúdos de gestão de pessoas, comecei a ver que muitos desses materiais ressaltavam a necessidade de desenvolver a missão, visão e valores para a gestão de pessoas”, afirma. “Agora, acho que realmente é importante e vale a pena a gente fazer.”

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