Tatiana Iwai, professora de Comportamento Organizacional e Liderança no Insper, indica e comenta duas obras que tratam de diferenças individuais
Tatiana Iwai
Uma das capacidades mais importantes que líderes precisam desenvolver é a autoconsciência. Compreender quem somos — incluindo quais são nossas aspirações e valores, bem como nossos comportamentos, sentimentos e pensamentos — é parte fundamental do processo de explorar nossas forças e clarificar áreas de desenvolvimento. Os dois livros que indico abaixo ajudam nesse exercício de autoconsciência. Eles tratam de diferenças individuais, que explicam em parte por que possuímos objetivos diferentes e percebemos e reagimos de forma diversas a situações e contextos de vida.
Mindset: The New Psychology of Success (Carol S. Dweck)
Random House, 276 págs.
Ainda que o conceito de mindsets — a crença de que nossas qualidades são fixas (mindset fixo) ou podem ser desenvolvidas (mindset de crescimento) — tenha se tornado bastante popular, ele é cercado de mal-entendidos e simplificações, que limitam nosso entendimento das inúmeras implicações que os mindsets têm em nossas vidas. Neste livro, Carol Dweck, pesquisadora da Universidade Stanford e uma das pioneiras no estudo de mindsets, traz inúmeras evidências de pesquisas empíricas para explicar o que são mindsets e como eles afetam o nível de esforço e persistência que apresentamos em algumas tarefas, nossas reações a fracassos, o estabelecimento de objetivos a alcançar e a forma como encaramos novas experiências e desafios. Com isso, o livro nos permite entender por que os mindsets têm um alto potencial de afetar como vivemos e o que somos capazes de realizar.
Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking (Susan Cain)
Broadway Books, 352 págs.
Das várias diferenças individuais estudadas na psicologia da personalidade, os traços de extroversão e introversão são aqueles que mais atraem atenção em geral. E um dado interessante: ainda que aproximadamente metade da população se identifique como introvertido, a introversão ainda é vista como um passivo, em um mundo que parece supervalorizar e idealizar a extroversão. Este é o mote central do livro. De forma leve e clara, Susan Cain nos apresenta inúmeras pesquisas empíricas que iluminam as diferenças entre extrovertidos e introvertidos e as várias forças (subvalorizadas) que introvertidos possuem.