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Contabilidade de derivativos e hedge são temas de livro que será lançado no Insper

O professor Eric Barreto, um dos autores e coordenadores, fala sobre a primeira obra que trata desses assuntos no Brasil. O lançamento ocorrerá em evento no dia 10 de março

Professor Eric Barreto

O professor Eric Barreto, um dos autores e coordenadores, fala sobre a primeira obra que trata desses assuntos no Brasil. O lançamento ocorrerá em evento no dia 10 de março

 

Bruno Toranzo

 

O livro Contabilidade de Derivativos e Hedge Accounting: para Empresas e Instituições Financeiras é o primeiro que aborda esses assuntos no Brasil. A coordenação da obra é de Eric Barreto, professor do Insper e doutor em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP), e de Wesley Carvalho, mestre em Ciências Contábeis pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) e especialista em derivativos e hedge accounting.

O lançamento da obra será realizado no dia 10 de março, às 18h30, na sede do Insper, em São Paulo. Nesse dia, além de uma conversa com os coordenadores e autores, haverá um bate-papo sobre contabilidade e volatilidade de taxas, câmbio e commodities. Confira a seguir a entrevista com o professor Eric Barreto.

 

Qual é o objetivo principal do livro?

Atender às áreas de contabilidade, riscos e tesouraria das empresas em um assunto considerado bastante complexo, que é a proteção, também chamada de hedge, à variação na cotação de moedas, taxas de juros e preços de commodities. Essa é a primeira obra que trata desses assuntos no Brasil — desde a contabilidade de derivativos até o chamado hedge accounting.

 

O que é exatamente hedge?

Como comentei, hedge significa proteção, e as empresas utilizam esse instrumento para se protegerem daquilo que não é risco direto do negócio delas, mas risco de mercado. É como se fosse um seguro. Por exemplo, você contrata seguro do carro para receber uma indenização caso ocorra algum imprevisto coberto pela apólice. Ou, então, no caso do seguro de vida, você contrata para garantir à sua família determinado valor que seria obtido por seu trabalho ao longo dos anos. Ou seja, o objetivo é proporcionar tranquilidade financeira para seus familiares.

Ao fazer hedge, o derivativo utilizado pelas empresas desempenha o papel de um seguro, de forma que obtenham proteção aos riscos de moeda, taxa de juros e preços de commodities. Uma empresa exportadora, por exemplo, terá menos receita se o dólar cair. Ela contrata então um derivativo para ter uma compensação caso o dólar caia. Assim, a perda de receita é compensada por um ganho no derivativo. Para uma empresa que compra soja, em um outro exemplo, caso o preço dessa commodity suba, seu custo operacional também subirá. A compensação desse custo maior de negócio ocorrerá se ela tiver contratado um derivativo para fazer hedge, e auferir ganho com a subida da cotação da soja.

 

Mas o derivativo também é usado para especulação, certo?

Sim. Isso ocorre quando a empresa não utiliza o derivativo com objetivo de proteção. Se não há um risco de mercado relacionado ao negócio para ser evitado ou amenizado, o derivativo pode se tornar uma aposta. Para não criar risco, o uso de derivativo deve ser bem planejado e estar relacionado com a direção dada pelo próprio negócio. Se a empresa importa, exporta, toma empréstimo em moeda estrangeira, compra commodity etc., é o negócio que dá essa direção sobre o risco envolvido.

O que a empresa faz por meio do hedge com derivativo é criar uma estratégia para eliminar ou amenizar esse risco. Caso contrário, ela ficaria ao sabor do mercado, perdendo margens com a variação adversa desses fatores de risco. Os próprios bancos fazem bastante hedge. Afinal de contas, uma variação na moeda ou na taxa de juros poderia causar um grande estrago e até a quebra das instituições, como já aconteceu no Brasil dos anos 1990.

 

E o que é hedge accounting?

É uma metodologia prevista na normatização contábil e que serve para a empresa afirmar nas suas demonstrações financeiras que está usando derivativos para fins de hedge, e não para especulação. Com o hedge accounting, uma empresa pode ainda reduzir a variabilidade causada pelos derivativos nos seus resultados, porém, ela precisa comprovar que seu hedge oferece mesmo uma proteção efetiva, e é muito disso que o nosso livro trata: sobre como comprovar para investidores, financiadores, revisores das demonstrações financeiras e até para a própria gestão da empresa que se trata de fato de hedge, e não de especulação.

 

Por que a contabilidade em derivativos e hedge accounting é relevante para o mercado?

Os investidores e credores de uma empresa precisam entender o que ela está fazendo do ponto de vista operacional e de gestão de riscos. O hedge accounting traz transparência para essas operações de proteção. É uma forma de a empresa dar segurança e transparência para seu processo de hedge. Se ela não aplica essa contabilidade de hedge, quem analisa seu balanço, como investidor ou credor, pode interpretar que está utilizando o derivativo para fins especulativos. O hedge accounting existe para deixar claro que se trata de proteção, inclusive perante as auditorias, que são bastante rigorosas para compreender as estratégias com derivativos dos seus clientes.

 

Capa do livro Contabilidade de Derivativos e Hedge Accounting: para Empresas e Instituições Fnanceiras
Capa do livro

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