O país ficou em 20º lugar entre as 121 nações avaliadas pela consultoria britânica Brand Finance. No topo da lista, os Estados Unidos são avaliados em 30 trilhões de dólares
O Brasil enquanto marca é avaliado em 825 bilhões de dólares, classificando-se em 20º lugar no ranking de marcas nacionais mais valiosas do mundo. Os Estados Unidos (30 trilhões de dólares) e a China (23 trilhões de dólares) estão no topo da lista — o valor combinado das duas nações é quase igual à soma dos demais 119 países considerados no ranking de 2023.
Os dados são de um levantamento divulgado nesta quinta-feira, 2 de março, pela Brand Finance, uma consultoria britânica especializada em avaliação de marcas. De acordo com o ranking, o Brasil é o país com a marca mais valiosa na América Latina — porém, vale menos de um terço da Índia e metade da Espanha.
Para elaborar a lista, a Brand Finance aplica a mesma metodologia que utiliza em seus rankings de marcas comerciais mais valiosas do mundo. No caso das marcas nacionais, o estudo leva em conta duas áreas principais: o desempenho econômico-financeiro do país (PIB) e a força da nação no mercado global.
A lista das marcas nacionais mais valiosas é parte de um levantamento mais amplo da Brand Finance que mede o soft power — a capacidade de uma nação de influenciar as preferências e os comportamentos de vários atores na arena internacional (Estados, corporações, comunidades etc.) por meio da atração ou da persuasão em vez da coerção. O conceito de soft power foi utilizado pela primeira vez em 1980 pelo cientista político americano Joseph Nye, que argumentou existir um método alternativo de política externa para os Estados ganharem o apoio de outros em lugar do método tradicional de hard power, que envolve o uso de meios militares e econômicos como principal método de atingir seus objetivos.
No ranking de soft power de 2023, o Brasil se classificou em 31º lugar, com um índice 46,2 (numa escala de 0 a 100). Os Estados Unidos ficaram em 1º lugar, seguidos por Reino Unido, Alemanha, Japão e China. Nesse ranking, o Brasil ficou atrás de países como Emirados Árabes Unidos, Nova Zelândia, Israel e Portugal.
Na comparação com o levantamento do ano anterior, o Brasil perdeu três posições. De acordo com a Brand Finance, o clima político contribuiu para o aumento da percepção negativa do país. “O ambiente político volátil do Brasil ganhou cobertura mundial e claramente afetou sua posição de soft power. O Brasil pontua significativamente abaixo da média global no pilar ‘governança’, no qual caiu 28 posições para o péssimo 86º lugar globalmente, com pontos baixos específicos nas métricas ‘altos padrões éticos e baixa corrupção’ (115º), ‘segurança e proteção’ (108º) e ‘politicamente estável e bem governado’ (88º)”, diz o relatório da Brand Finance.
Para elaborar o Global Soft Power Index de 2023, a Brand Finance ouviu mais de 100.000 pessoas em mais de 100 países. O estudo incorpora uma ampla gama de medidas, para obter uma avaliação holística da presença, da reputação e do impacto das nações no cenário mundial. Isso inclui três métricas principais: familiaridade (marcas nacionais que as pessoas conhecem), reputação (avalia se o país tem uma reputação forte e positiva globalmente) e influência (o grau em que uma nação é vista como tendo influência no país da pessoa entrevistada, bem como no cenário mundial).
Contribui para a avaliação geral o desempenho dos países nos oito principais pilares de soft power: negócios e comércio; governança; relações internacionais; cultura e patrimônio; mídia e comunicação; educação e ciência; pessoas e valores; e futuro sustentável. Esses pilares se desdobram em várias categorias, e o Brasil se destaca particularmente em duas delas, “líderes em esportes” e “diversão”, nas quais ocupa a primeira posição entre os países avaliados.