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Armadilha eletrônica criada por alunos do Insper ajuda a monitorar pragas nas lavouras

O dispositivo utiliza feromônio para atrair insetos e coleta imagens, o que permite identificar pragas e o nível de controle necessário com uso de defensivos agrícolas

O dispositivo utiliza feromônio para atrair insetos e coleta imagens, o que permite identificar pragas e o nível de controle necessário com uso de defensivos agrícolas

  

Bruno Toranzo

 

O monitoramento de pragas na agricultura possibilita utilizar os defensivos agrícolas de forma estratégica e apenas quando houver necessidade. A prática permite identificar as eventuais pragas e indicar o nível de controle necessário, além de apontar os insetos benéficos, também chamados de inimigos naturais, que não representam ameaça para a lavoura. Foi nesse contexto que os alunos do Insper Andre Bello Nadalini, Isadora Stigliani Dalberto, Juan Greco Ruiz e Rafael da Fonte Freire desenvolveram, no segundo semestre do ano passado, uma armadilha eletrônica inteligente para monitoramento de pragas na agricultura. O Projeto Final de Engenharia (PFE) teve a orientação do professor Fabiano Adegas.

O dispositivo eletrônico atrai insetos considerados pragas na lavoura e faz o registro das imagens por meio de uma câmera instalada no equipamento. A atração ocorre por causa do uso de feromônios, que são compostos químicos utilizados pelos insetos na sua comunicação. A manipulação dessas substâncias é uma forma valiosa de controle de pragas. No momento em que o inseto entra no equipamento, atraído pelo feromônio, a câmera faz o registro, que é enviado para a nuvem, podendo ser acessado por um smartphone conectado à internet. A captação da imagem pode ser realizada de vários insetos de uma só vez.

A solução foi criada pelos alunos para a empresa SpaceTime Labs, onde o professor Adegas atua como diretor de robótica e sistemas autônomos. “Esse dispositivo está inserido na chamada agricultura de precisão, com a finalidade de otimizar a aplicação de defensivos agrícolas. Isso somente é possível com as imagens de monitoramento, que podem ser visualizadas em qualquer lugar com acesso à internet”, diz o professor. “O próximo passo é programar algoritmos de reconhecimento de imagem para fazer a contagem automática dos insetos. Esse recurso não fez parte do escopo do PFE, mas é algo viável no futuro.”

Os defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados na agricultura para controlar seres vivos prejudiciais ao desenvolvimento das lavouras. O objetivo é defender esses locais do ataque de insetos, plantas daninhas e doenças que atingem o ciclo de uma cultura. As características do clima brasileiro, um país tropical e, portanto, quente e úmido, oferecem condições favoráveis para o surgimento de diversos tipos de pragas. Entre as mais comuns estão cigarrinha do milho, ferrugem e percevejo, que atingem a soja; mosca branca e bicudo, que prejudicam o algodão; e mofo branco, que ataca o feijão.

 

Baixo custo

Entre os desafios do PFE esteve a necessidade de ser de baixo custo. O motivo é que a SpaceTime Labs pretende oferecer essa solução no mercado não apenas para grandes agricultores, como também para médios e pequenos. O mercado brasileiro é diverso, com enormes oportunidades nas fazendas menores. A armadilha já está na etapa de testes no campo para que seja lançada em breve comercialmente e a um preço acessível. Um dos alunos do PFE está envolvido nesse trabalho, já que foi contratado pela empresa.

“Como o objetivo é popularizar o uso dessa armadilha eletrônica, priorizamos o custo desde o início, desde o protótipo desenvolvido, que foi integralmente financiado por nossa empresa. Os componentes eletrônicos que integram o dispositivo não são caros”, diz Adegas.

Segundo o professor, a empresa mantinha uma agenda semanal com os alunos para acompanhar o andamento do projeto. O encontro abordava aspectos programáticos, de cronograma e de planejamento de atividades, utilizando, para isso, a metodologia ágil de gerenciamento de projetos. “Tínhamos também reuniões sob demanda para tratar dos muitos detalhes técnicos. O alinhamento entre alunos e empresa foi fundamental para a adoção bem-sucedida da tecnologia desse dispositivo.”

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