As sugestões são da professora Adriana Bruscato Bortoluzzo, que dá aulas de Estatística e Econometria no Insper
Graduada em Estatística pela Universidade de São Paulo, a professora Adriana Bruscato Bortoluzzo fez seu mestrado e o doutorado na mesma instituição. Atualmente, é professora e pesquisadora associada do Insper, onde leciona Estatística e Econometria (graduação), Econometria e Análise Multivariada (mestrado) e Métodos Quantitativos (MBA). Ela foi coordenadora do Programa de Iniciação Científica do Insper (PIBIC) e de Monografia (graduação em Economia).
A seguir, a professora Adriana indica e comenta cinco filmes que têm a ver com sua área de atuação profissional. “Os filmes são mais para entretenimento mesmo, mas nos fazem lembrar de como a matemática, a estatística e a análise de dados são úteis no nosso dia a dia, como estão presentes em diversos momentos de nossas vidas, mesmo sem notarmos”, diz a docente. “A forma como enxergamos os números é capaz de mudar nossas rotinas, e o contato com eles nos transforma em seres que podem juntar informações quantitativas e qualitativas para tomar decisões. Essa é a graça dos filmes”, afirma.
“Um filme que emociona ao contar uma parte da história do matemático indiano Srinivasa Ramanujan (1887-1920). Sua contribuição para as diversas áreas da matemática são dignas de um gênio. Ele tinha origem humilde, era autodidata e sem formação acadêmica. Muito talentoso para a matemática, tenta publicar os seus estudos na Índia. Sem sucesso, decide escrever ao professor Hardy, de uma universidade em Cambridge. Esse professor se impressiona com os trabalhos desenvolvidos por Ramanujan e o convida para estudar na Universidade de Trinity. Na Inglaterra, Ramanujan enfrenta muitas dificuldades para publicar seus estudos, forte preconceito e hostilidade, além de muita diferença cultural. Na minha opinião, o mais interessante no filme é o conflito entre o mundo racional e dos fatos (Hardy) e o mundo intuitivo ou das crenças (Ramanujan). Mesmo com todas as diferenças, eles mantêm uma amizade.”
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“É um filme para quem gosta de números e também de ação. O protagonista é portador da síndrome de Asperger, o que o torna extremamente habilidoso para lidar com os números, mas tem muita dificuldade para lidar com as pessoas. Ele trabalha como contador em um escritório de contabilidade que atende a organizações criminosas. Sua vida corre risco quando ele descobre uma discrepância de milhões de dólares na contabilidade de uma empresa e tenta descobrir a verdade por trás dos números. Suspense…”
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“Filme baseado no best-seller de Ben Mezrich, Bringing down the house. O filme conta a história de um grupo de alunos do MIT, feras em matemática e estatística, que, junto com um professor (gênio em estatística), entram em um esquema de trapaça no jogo 21 (blackjack). O grupo desenvolve um algoritmo que associa gestos e palavras à contagem das cartas e decide ganhar muito dinheiro em Las Vegas. Eles vão acumulando uma pequena fortuna e tendo mais confiança no golpe. Porém, o protagonista é marcado pela segurança de um dos cassinos e acaba perdendo o controle no jogo. Interessante ver como a matemática aplicada de forma simples pode ser tão poderosa!”
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“É um documentário que trata das previsões, da confiança nas estatísticas e nos algoritmos matemáticos, tudo abordado de forma educativa, explicando o impacto da estatística na vida moderna. Todos os dias somos expostos a uma grande quantidade de informações e tomamos decisões baseadas nessas informações. Por exemplo, olhamos a previsão do tempo ou como está o trânsito antes de sair de casa, tentamos prever o resultado das próximas eleições. O filme mostra como a utilização do Teorema de Bayes auxilia na busca de pessoas perdidas no mar. Também aborda — de forma superficial, mas interessante — o Teorema do Limite Central e a Teoria da Probabilidade Moderna.”
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“Este filme de comédia me fez refletir sobre as dificuldades que os cientistas e pesquisadores têm para explicar para a sociedade em geral os resultados produzidos em seus artigos científicos. No filme, dois astrônomos descobrem que um cometa irá colidir com a Terra em um curto espaço de tempo e a vida será extinta no planeta. Dessa forma, os astrônomos tentam alertar a humanidade, primeiro por meio do governo e da mídia, mas são ridicularizados pelas pessoas, mais preocupadas com seus próprios objetivos (a presidente focada em sua reeleição, a mídia mais preocupada com a separação de um casal de influenciadores e um bilionário mais interessado em gerar riqueza para si próprio). É o que acontece com diversas questões importantes para a sobrevivência humana no planeta, como o aquecimento global, reações que experimentamos com a crise do coronavírus e outras. O filme nos ensina que precisamos confiar e entender a ciência, mesmo nas situações mais difíceis e adversas.”
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