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Aluno desenvolve treinamento automatizado para prova de arguição oral do vestibular do Insper

Andre Pereira de Oliveira, de 18 anos, disponibilizou a solução online e pretende que ela seja o início de um empreendimento para aplicar IA a demandas do mercado de educação

Andre Pereira de Oliveira

Andre Pereira de Oliveira, de 18 anos, disponibilizou a solução online e pretende que ela seja o início de um empreendimento para aplicar IA a demandas do mercado de educação

 

Tiago Cordeiro

 

 

A segunda etapa do processo seletivo do Insper tem um diferencial: a arguição oral. Por pouco mais de 20 minutos, os candidatos devem interagir com um avaliador, que analisa sua capacidade de aprender baseada em questões sobre temas de conhecimentos gerais.

Em geral, os vestibulandos se preocupam com essa etapa somente depois de serem informados de que foram aprovados na primeira fase do vestibular. E, por mais que o Insper disponibilize informações detalhadas a respeito dos critérios considerados nessa avaliação, os candidatos têm, em geral, pouco tempo para se preparar para esse formato de prova — que não é comum em cursos de graduação no Brasil.

No final de 2022, Andre Pereira de Oliveira, candidato a uma vaga na graduação em Ciência da Computação do Insper, pagou um cursinho de três semanas para se preparar. Ele se saiu bem na prova. Foi aprovado no vestibular e, ao final do primeiro semestre deste ano, foi procurado por um amigo, candidato a uma vaga no curso de Administração.

 

Uso do ChatGPT

“Meu amigo queria ajuda para se preparar para a arguição oral. Ele enviava os vídeos e eu devolvia com uma avaliação. Percebi que era um processo maçante. Sempre gostei de desenvolver projetos e percebi que havia ali uma oportunidade”, conta Andre — que, antes mesmo de iniciar o curso de Ciência da Computação no Insper, já havia criado um empreendimento de revenda de ingressos para shows.

O amigo foi aprovado no vestibular. E Andre, que hoje tem 18 anos, decidiu procurar modelos de inteligência artificial (IA) para automatizar o treinamento para a prova de arguição. Elegeu o ChatGPT, o chatbot online desenvolvido pela empresa OpenAI, e começou a treiná-lo para entregar feedbacks detalhados.

O resultado foi uma solução em que os candidatos melhoram seu desempenho a cada novo áudio ou vídeo que submetem para avaliação. “Em cinco minutos, a pessoa recebe uma nota e um relatório detalhado dos pontos nos quais pode melhorar, em diferentes aspectos: conhecimento técnico, capacidade de raciocínio, percepção crítica, comunicação e expressão”, explica o estudante.

“Como a arguição oral tem formatos definidos e regras claras, o Andre conseguiu ensinar a ferramenta a avaliar aspectos objetivos das falas dos alunos. A pessoa que utilizar a solução certamente tende a ter um desempenho melhor na prova”, avalia o professor Fabio de Miranda, coordenador do curso de Ciência da Computação do Insper.

O maior mérito do aluno, de acordo com Miranda, foi estruturar a solução para que a ferramenta fosse capaz de avaliar corretamente as falas dos candidatos. “Ele precisou definir os prompts de uma forma que a solução conseguisse aprender a memorizar e a interpretar a sessão de avaliação”, diz o professor.

 

Perspectivas 

Desde então, Andre passou a contatar estudantes do ensino médio decididos a prestar vestibular para o Insper, a fim de oferecer a ferramenta. Investiu em marketing, além de disponibilizar a solução em um site oficial. “A ideia é cobrar um preço acessível, muito mais baixo do que um cursinho”, diz o estudante.

A plataforma apresenta um vídeo introdutório, que ajuda os iniciantes a enviarem conteúdos que tenham alinhamento com uma arguição oral real — e a partir daí ele começam a receber os feedbacks. “Quanto mais alunos utilizarem a ferramenta, mais precisa ela fica”, comenta Andre.

Agora o estudante pretende desenvolver outras soluções baseadas em IA para treinamento voltado ao ambiente educacional. “A ideia é transformar a empresa em uma plataforma com pacotes exclusivos”, projeta.

“O Andre é um dos melhores alunos de sua turma. E ele tem o perfil que o curso de Ciência da Computação do Insper atrai: jovens atentos ao mercado, que querem inovar e dão muita atenção ao feedback do usuário”, afirma o professor Miranda.

 

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