[{"jcr:title":"Comitê Alumni do Insper apresenta propostas para um modelo mais sustentável de saúde"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Comitê Alumni do Insper apresenta propostas para um modelo mais sustentável de saúde","jcr:description":"O documento “Agenda 2035: Moldando o Futuro da Saúde no Brasil” aprofundou-se em seis temas considerados críticos para transformar o atendimento no setor"},{"subtitle":"O documento “Agenda 2035: Moldando o Futuro da Saúde no Brasil” aprofundou-se em seis temas considerados críticos para transformar o atendimento no setor","author":"Ernesto Yoshida","title":"Comitê Alumni do Insper apresenta propostas para um modelo mais sustentável de saúde","content":"O documento “Agenda 2035: Moldando o Futuro da Saúde no Brasil” aprofundou-se em seis temas considerados críticos para transformar o atendimento no setor   Leandro Steiw   O [Comitê Alumni de Gestão de Saúde](https://www.insper.edu.br/alumni/comites-alumni/) do Insper produziu o documento “Agenda 2035: Moldando o Futuro da Saúde no Brasil”, que faz uma análise crítica dos temas prioritários em saúde e detalha propostas para tornar o modelo mais sustentável. As discussões internas do comitê levantaram 25 temas prioritários do setor e se aprofundaram em seis deles, considerados críticos: infraestrutura, eficiência operacional, atenção primária, alfabetização em saúde, acesso à saúde e modelos de financiamento e reembolso. A íntegra do relatório pode ser encontrada [neste link](/content/dam/insper-portal/legacy-media/2023/10/AGENDA-2035.pdf) . Um dos coordenadores do comitê, o médico patologista Victor Piana de Andrade explica que o grupo é formado por mais de 150 pessoas com origens, experiências e vivências distintas. “Todos têm um enorme interesse em transformar a saúde do Brasil para melhor”, diz Piana, que é diretor-geral do A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo. “Há um consenso no grupo de que a situação atual está insustentável. Esse consenso parece ser difuso na sociedade, só que dentro do Comitê Alumni existe a vontade de alinhar as ideias e não só reclamar.” O documento revisa o contexto mundial em saúde, traduz esse contexto para a realidade brasileira, aborda os problemas prioritários em saúde e propõe ações para um modelo sustentável. A inspiração veio do relatório sobre saúde global publicado pelo Fórum Econômico Mundial em janeiro deste ano. “É um material fantástico, com um poder de síntese enorme dos problemas da saúde no mundo”, afirma Piana. “Percebemos que o comitê poderia ler, digerir e traduzir aqueles pontos da Agenda 2035 do Fórum, verificar se todos eles se aplicam ao Brasil e criar uma lista de prioridades.” Segundo o documento, a pandemia da covid-19 impôs novas restrições ao sistema de saúde no Brasil, que ficou sobrecarregado e não pôde prestar o atendimento habitual à população. A doença causou 700 mil mortes desde março de 2020 e diversos procedimentos foram adiados para dar conta da demanda extra que explodiu com a proliferação do novo vírus. O envelhecimento populacional é outro desafio. O Brasil será o sexto país do mundo em prevalência de idosos em 2025, aponta o comitê. Além disso, o aumento dos casos de enfermidades crônicas como obesidade, diabetes e doenças cardíacas exige disciplina no tratamento e gastos recorrentes, incrementando o ônus financeiro no sistema de saúde. Os dados mostram que o Brasil gasta em saúde cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB), mas apenas 4% desse valor provém de recursos públicos. As demais despesas são privadas. A gestão ineficiente dos recursos, no entanto, ocorre tanto no setor público quanto no privado. O Comitê Alumni definiu seis subgrupos para debater os temas críticos. A síntese das reuniões, realizada posteriormente em um grupo maior, gerou o documento “Agenda 2035: Moldando o Futuro da Saúde no Brasil”. “O trabalho não é exaustivo, nem tenta esgotar o assunto, mas se propõe a apresentar um norte do que é preciso ser feito, indicando iniciativas que ajudariam a melhorar bastante a saúde no país”, diz Piana. O ineditismo não é a preocupação imediata do comitê, pois já existem outros documentos propositivos no setor. “O importante é, aos poucos, desenvolvermos uma massa crítica dentro do Insper com muito respeito à diversidade e à pluralidade”, afirma o coordenador. “Em nosso grupo de 150 pessoas, todos estão mais interessados na melhoria da saúde do que em encontrar benefícios próprios para os seus negócios. Com isso, o documento ganha um aspecto genuíno, porque não tem o viés do olhar específico de um único stakeholder da saúde. Não é de prestadores ou de pagadores, por exemplo. Todos que participaram estão cansados de ver os problemas se repetirem.” Um dos objetivos do Comitê Alumni de Gestão de Saúde é promover o debate sobre questões específicas do setor, a partir de desafios e oportunidades que gerem impacto positivo à prestação de assistência à saúde. A coordenação do comitê é compartilhada com a advogada Elenise Nunes Fragoso Colletti e com o médico João Carlos de Campos Guerra. Quem desejar entrar em contato pode escrever para o e-mail [cagestaosaude@insper.edu.br](mailto:cagestaosaude@insper.edu.br) .   EM RESUMO A síntese dos problemas prioritários do sistema de saúde e das propostas para um modelo sustentável, apresentada no documento “Agenda 2035: Moldando o Futuro da Saúde no Brasil”, do Comitê Alumni de Gestão de Saúde do Insper:   Infraestrutura Implantar um Plano Nacional de Saneamento Básico deve estar no topo das prioridades de políticas públicas. Estimular a integração da atenção primária às estruturas públicas ou privadas já existentes. Planejar e implementar o acesso à conectividade digital. Estimular e remunerar adequadamente o uso da telessaúde. Estimular e organizar um plano de internações domiciliares iniciando nos grandes centros e comprovar o valor dessa transição.   Eficiência operacional Open Health: integração dos dados de saúde com portabilidade pelo paciente e interoperabilidade pelo sistema. Integração e coordenação do cuidado. Serviços devem ser organizados em linhas de cuidado e não em especialidades. Utilizar metodologias validadas para aferição de custos. Promover e mensurar a utilização de desfechos padronizados. Realizar gestão de estoques e de desperdícios. Promover capacitação oficial de gestores de saúde para enfrentar as mudanças do setor.   Atenção primária Dimensionar adequadamente as diferentes áreas do sistema de saúde. Capacitar profissionais baseando-se na demanda real da população. Promover e estimular a educação da população sobre a relevância da atenção primária em todos os ambientes. Promover uma gestão de pacientes crônicos custo efetiva.   Alfabetização em saúde Inserir uma disciplina sobre educação em saúde na grade curricular escolar. Aumentar o papel do Estado na comunicação em saúde. Utilizar a tecnologia para despertar o interesse no tema de saúde. Criar incentivos ( nudges ) inteligentes para tornar a população mais saudável.   Acesso à saúde Aumentar o financiamento público para o SUS. Ampliar a participação social na gestão do SUS. Valorizar os trabalhadores da saúde. Aumentar a regulação do setor privado de saúde. Promover a saúde integral da população. Maior hibridização da assistência. Fomentar o uso da tecnologia e inteligência artificial (IA).   Modelos de financiamento e reembolso Soluções mais acessíveis e personalizadas. Soluções seguras para telemedicina. Sistemas de gestão de saúde. Facilitar pagamento e cobrança. Soluções de financiamento coletivo ou consórcio.  "}]