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Alunos do curso de Master em Gestão Pública realizam visita de campo a Maceió

Os estudantes do programa de pós-graduação buscaram mapear demandas e propor soluções para a capital alagoana nas áreas de assistência social, educação e gestão fiscal 

Os estudantes do programa de pós-graduação buscaram mapear demandas e propor soluções para a capital alagoana nas áreas de assistência social, educação e gestão fiscal 

 

Tiago Cordeiro

 

Depois de dois meses de preparação, alunos do Master em Gestão Pública do Insper seguiram para uma visita de cinco dias a Maceió, capital de Alagoas. Ricardo Wadhy Mil-homens estava lá. Ex-funcionário da instituição, de 2015 a 2019, e aluno do curso desde 2021, ele tinha como objetivo propor iniciativas para melhorar a qualidade de vida do bairro de Vergel do Lago.

Com 31 mil habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de apenas 0,604 (ante a média de 0,721 na capital e 0,765 no Brasil), o bairro apresenta indicadores baixos em educação, expectativa de vida e renda per capita. Mais de um terço da população vive da pesca e da coleta de crustáceos da Lagoa Mundaú. E foi essa região que o grupo de alunos do Insper resolveu estudar.

“No início da preparação para o campo, conversamos com o então secretário de assistência social, que apresentou uma lista de possíveis problemas prioritários de sua pasta em que poderíamos atuar. E o grupo decidiu por estudar a situação de Vergel do Lago”, diz Mil-homens. A proposta era aplicar os conhecimentos adquiridos na pós-graduação na forma de consultoria a um órgão público.

“O primeiro desafio, principalmente quando falamos de um problema público, é conseguir delimitar muito bem o problema a ser tratado. Depois, o grupo fez um mergulho para entender o contexto local e buscar referências que poderiam ser apresentadas como soluções ou encaminhamentos para esse problema”, relata o aluno.

“Durante a visita, além do desafio de conseguir conduzir um diagnóstico aprofundado e deixar uma lista de recomendações para a secretaria que de fato agregue valor, um grande desafio foi entender e conseguir separar as várias ações da prefeitura e da própria comunidade no território. E trazer recomendações que fossem bem embasadas e factíveis de serem implementadas, principalmente considerando o momento político e a escassez de recursos e estrutura da Secretaria de Assistência Social.”

 

Três grupos

Outros dois grupos de alunos visitaram Maceió. Um deles buscou mapear a propor soluções para a difícil situação fiscal do município, em busca de sugestões para ajudar a reduzir custos e aumentar a arrecadação. O outro buscou apresentar soluções para a oferta insuficiente de vagas em creche no município, além de entender a real magnitude da demanda e como organizar a fila por vagas. Não havia a obrigatoriedade de todos os grupos desenvolverem o projeto na mesma cidade, mas as tratativas em Maceió fluíram de forma a favorecer a imersão de vários grupos em diversos problemas da capital.

“O trabalho de campo em Maceió decorreu das disciplinas Análise de Campo e Preparação para Análise de Campo”, relata Tatiana Batista, integrante do grupo que abordou a questão das creches. “Precisávamos identificar um órgão público que estivesse aberto à nossa visitação, ao compartilhamento de informações muitas vezes sensíveis aos problemas públicos enfrentados e disponíveis para reuniões.”

“Uma aluna do curso, que era secretária municipal em Maceió, reconheceu valor na contribuição que o grupo poderia dar para a cidade”, diz Batista, que já havia atuado dentro da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Entre os principais desafios encontrados em Alagoas estavam as agendas das autoridades e a sistematização de dados. “Nem todos os órgãos públicos possuem as informações de forma sistematizada”, conta a aluna.

 

Aprendizados

Tatiana Batista aponta que a experiência trouxe uma série de aprendizados. “Tivemos a oportunidade de conversar sobre as preocupações pedagógicas, sobre as estruturas das equipes administrativas da Secretaria e sobre orçamento e planejamento”. A transversalidade do problema foi enriquecedora. Vimos na prática a necessidade de tratativas entre a Assistência Social, que possui o cadastro do CADÚnico, a Secretaria da Educação e a Secretaria responsável pela gestão financeira da cidade”.

Ricardo Mil-homens, que não atua no setor público, aponta que conhecer a gestão pública no dia a dia foi marcante. “Outro aprendizado incrível foi ver como as políticas públicas, que estudamos no papel, chegam na prática à vida das pessoas”. Por fim, aponta, uma lição para quem pretende apresentar recomendações de melhorias é levar em conta regras, processos e restrições de tempo e recursos. “No geral, as pessoas estão mergulhadas em suas rotinas e têm poucas condições para que possam refletir e pensar em melhorias.”

Diante da falta de estrutura e de condições para avaliar seu próprio trabalho, os gestores tendem a se beneficiar de ações como essa, diz Ricardo. “Acredito que esses cinco dias, e até mesmo o trabalho prévio, tenham servido para os gestores e funcionários pararem para pensar de forma mais estruturada e organizada nos problemas públicos trazidos. Esse esforço já é de grande valia para que possam eles mesmos melhorar a gestão pública e entregar melhores resultados para os cidadãos.”

 

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