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Reciclagem de resíduos eletrônicos é oportunidade muitas vezes desperdiçada

Em 2021, a humanidade produziu 62% mais lixo eletrônico do que em 2010. Menos da metade dos países tem regras de como lidar com esses resíduos – o Brasil não está entre eles

Em 2021, a humanidade produziu 62% mais lixo eletrônico do que em 2010. Menos da metade dos países tem regras de como lidar com esses resíduos

 

Bernardo Vianna

 

O lixo eletrônico — ou resíduo de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) — engloba todo tipo de equipamento descartado que demanda energia elétrica para seu funcionamento, o que inclui de liquidificadores e máquinas de lavar a computadores e smartphones. Esse tipo de resíduo, em geral, é composto por materiais que contêm substâncias tóxicas e metais pesados, que podem causar graves danos ambientais e à saúde das pessoas. Por outro lado, esses materiais são valiosos e sua reciclagem pode representar uma grande redução de custos na produção de novos equipamentos.

A quantidade de lixo eletrônico produzida no mundo não para de crescer: em 2021, foram produzidos 62% mais resíduos desse tipo do que em 2010. Isso acontece não apenas pelo maior consumo de equipamentos eletrônicos, o que está intimamente ligado ao modo de vida das economias mais desenvolvidas, como também pela presença de componentes eletrônicos em cada vez mais utensílios do nosso cotidiano.

No entanto, apesar do alto impacto ambiental desse tipo de resíduo e do potencial de retorno financeiro relacionado à sua reciclagem, relativamente poucos países já contam com legislação nacional que dê conta da destinação de equipamentos eletrônicos fora de uso. Dos 180 países observados pelo Global E-waste Monitor, plataforma das Nações Unidas, apenas 78 já criaram algum tipo de legislação, regulamentação ou política pública nacional relacionada ao descarte de aparelhos eletrônicos.

 

 

 

Considerando o grupo de dez países que mais produziram resíduos eletrônicos em 2021 — China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Indonésia, Rússia, Reino Unido, Alemanha e França —, apenas Brasil, Indonésia e Rússia não haviam criado, até o ano passado, regras nacionais sobre o descarte de equipamentos eletrônicos.

Atualização: embora a base de dados das Nações Unidas não tenha registrado, o Decreto Federal 10.240 de 2020 determina metas de reciclagem para fabricantes, distribuidores, importadores e varejo de eletroeletrônicos. O documento exige que, até 2021, empresas implementem um sistema de logística reversa que, até 2025, deverá ser capaz de reciclar 17% de todos os resíduos eletrônicos produzidos no país.

Quando se observa a geração de lixo eletrônico em relação à população de cada país, o grupo de países com maiores taxas de produção de resíduos per capita se concentra no norte da Europa, além de Austrália, Estados Unidos, Japão e Canadá. Nesse grupo, todos os países possuem políticas públicas nacionais de destinação de resíduos eletrônicos.

 

 

 

 

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