Pesquisa mostra que 32% dos adolescentes americanos usam a rede social mais popular do mundo. Em 2014-15, eram 71%
O Facebook é ainda uma das redes sociais mais usadas no mundo, mas vem rapidamente perdendo a popularidade entre os mais jovens. É o que mostra um estudo realizado pela empresa de pesquisas Pew Research Center com adolescentes de 13 a 17 anos nos Estados Unidos.
De acordo com o levantamento, 32% dos jovens usam atualmente o Facebook. Na pesquisa anterior, realizada em 2014-2015, 71% dos jovens nessa faixa etária se declararam usuários da rede social criada por Mark Zuckerberg e alguns colegas da Universidade Harvard em 2004.
Jules Terpak, um criador de conteúdo da geração Z que cobre a cultura digital, disse ao site TechCrunch que os adolescentes simplesmente não encontram mais valor no Facebook. “Existem agora bem mais de cinco plataformas de mídia social fortemente posicionadas para percorrer infinitamente, e não é sustentável para nossas mentes compartimentar nem priorizar nosso relacionamento com todas elas”, afirmou.
Para Terpak, os adolescentes costumam associar o Facebook a seus pais e a rede social tem pouco a oferecer à geração Z, a primeira que nasceu num ambiente completamente digital — inclui as pessoas que nasceram entre o fim da década de 1990 e 2010. “A cultura cultivada pelo usuário médio do Facebook está muito desconectada do que atrai a geração Z para uma plataforma hoje. Em vez disso, exala a energia de um e-mail de spam”, disse Terpak.
Os números da pesquisa do Pew são consistentes com os relatórios internos vazados por Frances Haugen, engenheira da computação que trabalhava no Facebook e que deixou a empresa em maio do ano passado, levando consigo milhares de documentos internos. Os papéis, segundo ela, mostram como o Facebook “coloca os lucros acima da segurança” dos usuários. As revelações de Frances levaram o Congresso americano a concordar sobre a necessidade de regulamentar as redes sociais.
Coincidência ou não, foi depois de um testemunho de Frances no Senado americano que Zuckerberg, o principal acionista do Facebook, anunciou a troca do nome da companhia para Meta. Alguns analistas avaliaram que a mudança de nome foi uma tentativa de livrar a marca da má reputação que a acompanha hoje. Ao menos entre os usuários mais jovens, isso parece não ter sido suficiente.
“A maioria dos jovens adultos percebe o Facebook como um lugar para pessoas na faixa dos 40 e 50 anos”, disse um documento interno do Facebook de 2021 obtido pelo site The Verge. “Os jovens adultos percebem o conteúdo como chato, enganoso e negativo.”
Ainda que os adolescentes estejam cansados do Facebook, eles parecem não ter desistido do Instagram, outra plataforma controlada pela Meta. Segundo a pesquisa do Pew, 62% dos adolescentes americanos usam o Instagram, ante 52% no levantamento de 2014-2015. Mas o Instagram perde para o TikTok, que nem tinha sido lançado na época do último estudo e agora é usado por 67% dos jovens americanos.
De acordo com o Pew, 95% dos adolescentes americanos usam o YouTube, o que pode sugerir ser essa a plataforma social dominante no país. Muitos jovens, porém, usam o YouTube como uma plataforma simplesmente para assistir a vídeos, e não como um lugar para interagir com outras pessoas online.