[{"jcr:title":"Entre as Big Techs, Google é a que mais rastreia dados pessoais"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Entre as Big Techs, Google é a que mais rastreia dados pessoais","jcr:description":"A empresa coleta 39 tipos de informação por usuário, à frente de Twitter, Amazon, Facebook e Apple, de acordo com um levantamento"},{"subtitle":"A empresa coleta 39 tipos de informação por usuário, à frente de Twitter, Amazon, Facebook e Apple, de acordo com um levantamento","author":"Ernesto Yoshida","title":"Entre as Big Techs, Google é a que mais rastreia dados pessoais","content":"A empresa coleta 39 tipos de informação por usuário, à frente de Twitter, Amazon, Facebook e Apple, de acordo com um levantamento   Tiago Cordeiro   Já virou quase um chavão dizer que os dados são o novo petróleo, uma tendência fortalecida e amplamente utilizada como fonte de renda pelas Big Techs, as grandes empresas de tecnologia. Mas o site StockApps, especializado em análise de dados de mercado, resolveu media essa tendência em números. Um [levantamento](https://stockapps.com/blog/google-tracks-39-types-of-private-data-the-highest-among-big-tech-companies/) , publicado em meados de agosto, buscou medir que diferentes tipos de informação cada uma das principais empresas de tecnologia coleta. E concluiu que o Google lidera disparado: rastreia 39 diferentes fontes de dados. Em segundo lugar vem o Twitter, com 24. Em terceiro, Amazon, com 23. Facebook e Apple fecham a lista, com respectivamente 14 e 12 tipos de dados. “Se há algum dado disponível, é certo que o Google o coleta”, diz o estudo. Isso inclui qualquer coisa, desde a localização específica dos usuários até o histórico do seu navegador. Além disso, ele armazena a atividade do usuário em sites ou aplicativos de terceiros e os e-mails nas contas do Gmail dos usuários. “A empresa se apoia nessas informações para desenvolver anúncios personalizados, em vez de confiar em parceiros especializados em rastreio.” De outro lado, aponta a pesquisa, a Apple se destaca como a empresa mais cuidadosa no que se refere ao uso de dados de seus usuários. Desde 2021, a fabricante do iPhone mantém um App Tracking Transparency, que impede que aplicativos acessem dados sem permissão expressa.   Falta de transparência Em geral, as Big Techs alegam que os dados que coletam são utilizados para otimizar a experiência do usuário, de forma a entregar posts e anúncios aderentes ao perfil de cada pessoa. E que o processo todo é transparente, uma vez que os usuários clicam em termos de consentimento. O problema é que as pessoas, em geral, assinam esse documento sem ler. As Big Techs são transparentes quanto ao uso de dados de seus clientes? “Não são”, afirma [Rodolfo Avelino](https://www.linkedin.com/in/rodolfo-avelino-5494a65/?originalSubdomain=br) , professor do Insper e especialista em segurança da informação e proteção de dados. “O problema não está necessariamente em se elas irão compartilhar os dados com outras empresas”, afirma Avelino. “Na verdade, elas costumam compartilhar com outras empresas apenas perfis e padrões de usuários, pois elas não cederiam ou abririam sua maior riqueza (nossos dados) com outras empresas.” O problema, prossegue Avelino, é o tipo de tratamento que elas fazem a partir do cruzamento de todas as nossas interações entre seus produtos. “Por exemplo, o Google analisa os totais das notas fiscais e as faturas que são enviados para os nossos e-mails Gmail. Nesse sentido, é possível que eles utilizem esses dados para enriquecer nosso perfil de consumo e preferências e utilizar essa informação no Waze ou no Google Maps.”   Cuidado no consentimento Acontece que não há forma de viver na sociedade digital sem utilizar os serviços da Big Techs. Segundo o estudo [We Are Social](https://datareportal.com/reports/digital-2021-brazil) , publicado no início de 2021, dos 213 milhões de habitantes do país, 160 milhões utilizam a internet — entre 2020 e o ano seguinte, a população do país cresceu 0,7%, mas o total de usuários de internet aumentou muito mais: 6,4%. E 150 milhões utilizam as redes sociais, um avanço de 7% de 2020 para 2021. Como lidar com essa necessidade e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de exposição? “As pessoas devem entender que a internet não é um ambiente livre e que a condição para quem quiser utilizá-la é a exposição de sua vida”, diz Avelino. “Entretanto, o seu design é injusto, pois as plataformas e os serviços da internet não são transparentes e tampouco temos conhecimento de quem são eles, o que pensam ou fazem com nossos dados. Nesse cenário, essas plataformas não nos permitem ter algum tipo de opção. Entendo que os maiores beneficiados nesse processo de coleta de dados são as grandes plataformas e acredito que deveríamos no mínimo ter o direito de decidir quais dados poderiam ser tratados por elas”, diz o professor. Na Ásia, nos Estados Unidos e na União Europeia, a regulamentação do uso de dados por parte das Big Techs vem avançando — os europeus aprovaram em março deste ano a Lei dos Mercados Digitais, que visa evitar práticas anticoncorrenciais das grandes empresas de tecnologia. No Brasil, a regulamentação é proporcionada pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).  "}]