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Como o trabalho pode integrar as pessoas com deficiência à sociedade

Paulo Rezende é um dos jovens que começaram como aprendizes no programa de inclusão do Insper

Paulo Rezende é um dos jovens que começaram como aprendizes no programa de inclusão do Insper

Paulo Rezende e Vanusa Santos
Paulo Rezende e sua tutora, Vanusa Santos

 

Leandro Steiw

 

De 21 a 28 de agosto, celebra-se a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, instituída no Brasil por lei federal de 2017. Uma das formas de promover a inclusão de jovens como Paulo Cesar Camelier Rezende é o trabalho. Paulo está no Insper há cinco anos. Ele começou como aprendiz do programa desenvolvido pela instituição em parceria com a Ser Especial, associação que atua na capacitação profissional de pessoas com deficiência.

Então com 21 anos, Paulo terminara havia pouco o ensino médio no Colégio Paulicéia e não tinha outras experiências profissionais. “Aqui é o meu primeiro emprego”, diz. “Comecei como aprendiz e, atualmente, a minha função é de Apoio de Departamento Pessoal. Faço as atividades de admissão, atendimento aos colaboradores do Insper, digitalização de arquivos e pagamentos.”

Vanusa Santos Souza do Nascimento, business partner sênior de docentes na área de RH e tutora de Paulo, lembra que ele era muito tímido quando chegou ao Insper. “Ele tinha que perder a timidez, então colocamos o Paulo para fazer atendimento no balcão”, conta. “Hoje, é uma atividade que ele desempenha muito bem e adora fazer.” Gradualmente, Paulo foi vencendo o receio com as atividades que envolviam o uso de e-mail: classificar, responder e enviar mensagens.

Segundo Paulo, o tempo ajudou a superar o encabulamento. “Fui melhorando essa parte conversando com as pessoas, respondendo a e-mails e até mesmo agregando essas atividades de atendimento em geral”, afirma. Como se espera, a experiência com o público ultrapassa a vivência profissional. “Uma coisa que, com certeza, agregou bastante à minha vida foi interagir mais com todas as pessoas, ainda mais trabalhando diretamente num setor que se relaciona com pessoas”, diz.

A tia, com quem Paulo mora na capital paulista, percebeu a mudança na personalidade do sobrinho. “Posso até dizer que fiquei até mais comunicativo”, afirma Paulo. “O trabalho ajudou a me desenvolver, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. A minha parte de comunicação foi uma delas.”

 

“Tudo na memória”

Vanusa elogia a capacidade de aprendizado de Paulo. “Ele é uma pessoa que grava tudo na memória”, diz. “Ele recorda o que aconteceu, o nome da pessoa, o e-mail que viu. E sabe tudo no detalhe. Então, é diferente de nós, que sabemos no superficial. O Paulo é superpreciso nisso. É um diferencial dele. Isso é muito bacana.”

Aprendizado é uma palavra vigorosa porque estava entre os objetivos do programa de inclusão iniciado em 2016. “Vimos a possibilidade de várias atividades serem executadas pelo jovem com deficiência”, afirma Vanusa. “Não era só abrir a posição para ele, e sim dar oportunidade de aprendizado também. Houve uma grande dedicação da nossa parte para ensiná-lo no tempo dele, pois cada um tem o seu tempo de aprendizado.”

Para Vanusa, que acompanha Paulo diariamente, não são apenas os jovens aprendizes que crescem com os ensinamentos propiciados pelo programa. “Ao mesmo tempo que ganhamos conhecimento, vemos o desenvolvimento deles”, afirma. “Além do passo a passo de mostrar para eles como se faz uma atividade, tem a questão do encorajamento. Dizer que ele é capaz de fazer um trabalho e ver que ele consegue realizar.”

 

Acompanhamento permanente

Líder de capacitação e aprendizagem da Ser Especial, Karina Assunção explica que o público atendido pela associação é diverso e compreende pessoas em vulnerabilidade social, com e sem deficiência, de todas as etnias, crenças e orientações sexuais. “Nossa missão institucional é promover a diminuição do sofrimento das pessoas por meio de nossos programas de inclusão, capacitação e monitoramento”, afirma.

A inclusão monitorada consiste no acompanhamento dos processos de atração de talentos, capacitação e suporte pós-contratação, para garantir maior retenção da pessoa no trabalho. “Nossos programas são customizados às necessidades de cada empresa, incentivando as práticas de responsabilidade social corporativa e a promoção da valorização da diversidade e da equidade”, diz Karina.

Fundada em 2002, a Ser Especial é uma associação assistencial de integração ao trabalho sem fins lucrativos, com certificação para a realização de programas de aprendizagem para jovens com e sem deficiência. São atendidas 1.444 pessoas atualmente, entre iniciativas de aprendizagem, capacitação, acompanhamento técnico especializado, apoio e procedimentos especiais e estágio.

 


SERVIÇO

Palestra: Boas Práticas no Relacionamento com Pessoas com Deficiência

Público-alvo: colaboradores

Quando: 24 de agosto

Horário: das 15h30 às 16h30

Local:bSala Marcos Lopes (2º andar) – Prédio 1 ( Insper)

 

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