Mostra imersiva nas obras do pintor brasileiro vai até o dia 31 de julho no MIS Experience

 

Termina no dia 31 de julho, no MIS Experience, a exposição “Portinari para Todos”, que revisita a obra de um dos maiores artistas plásticos brasileiros de todos os tempos. Com curadoria de Marcello Dantas, a mostra utiliza recursos audiovisuais e sonoros para apresentar a diversidade e a singularidade dos trabalhos de Candido Portinari (1903-1962), talvez o pintor brasileiro que alcançou maior projeção internacional.

Ao todo, a exposição apresenta mais de 150 pinturas de Portinari, na forma de projeções com o uso de tecnologia. Entre elas estão quadros famosos, como “O Lavrador de Café” (1934), “Café” (1935) e “A Primeira Missa no Brasil” (1948).

A mostra está dividida em três espaços. O primeiro traz sete instalações interativas para que o público possa conhecer um pouco sobre a vida e o legado do artista. Na sequência, o visitante ingressa na sala Portinari, para uma imersão nas obras do artista. O terceiro espaço contextualiza o acervo do pintor e sua ligação com a cultura e a história do país.

 

 

Vida e obra

Filho de imigrantes italianos, Candido Portinari nasceu em uma fazenda de café na cidade de Brodowski, no interior de São Paulo. De origem humilde, era o segundo filho de doze irmãos. Fez apenas o ensino primário, mas logo cedo mostrou seu talento para as artes. Aos 15 anos, foi morar no Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Aos 20 anos, já era aclamado pela crítica nacional.

Morou em Paris e outras cidades europeias, onde teve contato com diversos artistas. Foi na capital francesa também que Portinari conheceu a uruguaia Maria Martinelli, com quem se casou e viveu toda a vida. Maria foi retratada em diversos quadros de Portinari.

De volta ao Brasil, o pintor se tornou ativo na política. Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro e se candidatou a deputado, em 1945, e a senador, em 1947, mas não conseguiu se eleger.

Entre suas obras mais famosas se destacam os painéis “Guerra e Paz”, presenteados para a sede da ONU em Nova York, em 1956. Ironicamente, em tempos de Guerra Fria, as autoridades dos Estados Unidos não permitiram que Portinari entrasse no país para a inauguração dos murais, devido às ligações do artista com o Partido Comunista Brasileiro.

Foi nessa época que surgiram problemas de saúde causados por intoxicação de chumbo, presente nas tintas que Portinari utilizava em suas obras. Desobedecendo às ordens médicas, ele continuou pintando e viajando com frequência para exposições no exterior.

No início de 1962, a prefeitura de Barcelona convidou o artista para uma grande exposição na Espanha. Não houve tempo para isso. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Portinari morreu de intoxicação causada pelo chumbo das tintas. Tinha 58 anos. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

Ao todo, Portinari deixou quase 5 mil obras, entre pinturas, gravuras, ilustrações e pequenos esboços. Sua vasta produção retrata temas variados, como questões sociais, históricas e religiosas, bem como o trabalho no campo, o folclore, a fauna, a flora e retratos de grandes brasileiros da época. Portinari inspirou-se algumas vertentes da arte, como o realismo, o cubismo, o surrealismo e o muralismo mexicano e foi um dos mais principais representantes do neorrealismo, influenciando diversos artistas.

 

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SERVIÇO

Portinari para Todos

Até 31 de julho no MIS Experience (Rua Cenno Sbrighi, 250, Água Branca)

De terça a sexta e domingo (10h às 17h), sábado (10 às 18h)

Ingressos à venda neste site