No primeiro semestre de 2022, grupo de estudos identificou no país 214 incidentes de violência contra lideranças políticas que tiveram repercussão na imprensa
Bernardo Vianna
O Observatório da Violência Política e Eleitoral, uma publicação do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio), monitora, desde janeiro de 2019, casos de violência contra lideranças políticas brasileiras que tiveram repercussão na mídia impressa e digital. De janeiro a junho de 2022, o projeto mapeou 214 casos, número 4,5 vezes maior do que o total de 47 casos identificados no mesmo período de 2019.
O início de 2022 não é, no entanto, o momento mais violento do período observado. No terceiro e no quarto trimestres de 2020 houve um pico de casos de violência contra lideranças políticas no país, com 140 casos identificados de julho a setembro e 240 casos de outubro a dezembro daquele ano. O período corresponde às mais recentes eleições municipais, o que causa preocupação pela possibilidade de o cenário se repetir nas eleições de 2022.
O observatório registra casos de agressões, ameaças, atentados, homicídios e sequestros contra diferentes tipos de lideranças políticas ou seus familiares. São monitorados casos relacionados a políticos no exercício do mandato, ex-políticos, candidatos, ex-candidatos, pré-candidatos e funcionários da administração pública federal, estadual e municipal.
Uma ressalva necessária diz respeito à metodologia de acompanhar os casos repercutidos pela imprensa, o que pode significar que casos em regiões onde há menor cobertura jornalística podem ter escapado à observação do projeto de pesquisa.