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Corre, professor, corre! A vida de maratonista de Otto Nogami, 67 anos

O economista e docente do Insper já participou das maratonas de Berlim, Chicago, Nova York e Tóquio. Faltam apenas duas provas para completar o célebre circuito Abbott World Marathon Majors

O professor Otto Nogami participa de prova de maratona

O economista e docente do Insper já participou das maratonas de Berlim, Chicago, Nova York e Tóquio. Faltam apenas duas provas para completar o célebre circuito Abbott World Marathon Majors

 

Bruno Toranzo

 

O professor Otto Nogami, de 67 anos, que dá aulas no curso de Economia do Insper, começou a correr em 2003 por recomendação médica, depois de receber a notícia de exames alterados no seu checkup anual. “Meu médico me recomendou caminhar, mas percebi, tão logo comecei a dar volta no quarteirão de casa, que esse era um exercício que não fazia sentido para mim. Foi aí que apareceu o interesse pela corrida”, relembra. De lá para cá, Nogami participou de diversas corridas nacionais e internacionais, com destaque para maratonas na Alemanha, nos Estados Unidos e no Japão.

Desde o início, Nogami planejou participar da chamada Abbott World Marathon Majors, ou apenas Majors, uma série constituída por seis das maiores e mais renomadas maratonas do mundo. Todos os anos, milhares de corredores buscam vencer esse desafio, composto pelas maratonas de Londres, Nova York, Berlim, Boston, Chicago e Tóquio.

O nível de dificuldade da maratona é alto, pois o corredor precisa vencer 42 quilômetros (a distância oficial é de exatos 42,195 quilômetros) em terreno geralmente desnivelado, próprio de muitas cidades, e a uma temperatura muitas vezes desconfortável — muito alta ou muito baixa.

“A maratona de Tóquio, em 2019, foi marcante, pois me exigiu seis meses de preparo intenso. No dia da prova, levei azar porque corri em um frio intenso, de 3 graus, e com chuva. Pelo meu ritmo de corrida, meu corpo não conseguia se aquecer. A sensação de frio mexe com o psicológico de qualquer maratonista, o que interfere no desempenho”, relembra. Ainda assim, Nogami conseguiu finalizar a prova, o que representou motivo de comemoração. “Muitas pessoas se lamentaram por ter desistido porque, de fato, as condições da prova eram muito adversas”, diz.

 

Emoção e exaustão

Nogami conta que começou o circuito de maratonas por Berlim, em 2011, prova que proporcionou uma emoção totalmente diferente. “Fiquei encantado quando passei pelas ruas da antiga Berlim Oriental”, lembra. Na maratona de Nova York, o professor diz ser única a emoção na largada, com a música “New York, New York”, de Frank Sinatra, tocando alto. “Sem contar o apoio da população na calçada, aplaudindo, gritando, durante o percurso.”

Ele diz que chegou exausto ao hotel logo depois da prova. “O ponto de chegada foi no Central Park. Fui andando de lá até o hotel, mas lembro que estava simplesmente quebrado. Não conseguia nem mesmo subir o desnível da calçada com a rua. Entrei no quarto e já fui para a banheira cheia de água para me recuperar.”

Por causa da pandemia da covid-19, o professor não pôde completar o Majors. “Infelizmente, faltaram as provas de Boston e Londres. Preciso agora me recondicionar para enfrentar esses desafios. A partir do ano que vem, vou correr meias-maratonas (21,1 quilômetros) para depois cumprir as duas últimas Majors. Preciso completar a prova de Boston, por exemplo, em torno de quatro horas e meia. Meu tempo de maratona está entre cinco horas e cinco horas e meia.”

Otto Nogami na maratona de Chicago
Otto Nogami depois de completar a Maratona de Chicago

 

Preparo e condicionamento

É claro que Nogami não começou sua vida de atleta disputando maratonas logo de cara. Seu primeiro desafio foi participar de uma prova curta, de 5 quilômetros, dentro da Maratona de São Paulo. “Foi um desastre, porque eu não estava preparado”, conta.

Ele decidiu então procurar uma assessoria técnica. Depois, ingressou em uma equipe de corrida chamada Enjoy Running, realizando treinos no Parque do Ibirapuera. Hoje ele está em uma equipe denominada Run&Fun, com treinos também no Ibirapuera.

Aos poucos, Nogami foi melhorando o condicionamento físico, o que lhe permitiu participar de corridas mais longas, como a meia-maratona de Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre, sem falar nas inúmeras provas promovidas em São Paulo.

Para isso, Nogami diz que foi fundamental cumprir a rotina de fazer musculação três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas, hábito que mantém até hoje. “Às 6h da manhã, já estou na academia”, afirma. O professor corre todas as terças, quintas e sábados no Parque do Ibirapuera, normalmente a partir das 5h30 da manhã. “Faço uma média de 30 quilômetros por semana”, diz o professor.

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