Confira uma seleção de obras de não ficção, nacionais e estrangeiras, que em breve vão chegar às livrarias físicas e digitais
Tiago Cordeiro
O Brasil ainda é um país onde se lê pouco: dois livros e meio por habitante, por ano. Num ranking produzido em 2016, que compara o número de horas dedicadas à leitura por pessoa, o país apareceu em 27º lugar, com uma média semanal de 5,2 horas, ante 10,7 horas do primeiro colocado da lista, a Índia, e abaixo da média global, de 6,5 horas.
Ainda assim, o mercado de livros, que também foi atingido pela pandemia, está se recuperando. Em 2021, foram comercializados 55 milhões de exemplares, um crescimento de 24% em relação a 2020 — ano que registrou uma queda de quase 9% em relação a 2019. De janeiro a abril de 2022, o setor teve um novo aumento, de 11%.
O mercado está aquecido, portanto, e o mês de agosto será marcado por uma série de lançamentos relevantes, não apenas no exterior, como também no Brasil. Confira a seguir uma lista com cinco dicas.
Rafael Cariello e Thales Zamberlan Pereira (Companhia das Letras, 416 páginas)
A proximidade do bicentenário da independência do Brasil, que será celebrado no próximo dia 7 de setembro, aumenta a relevância desta obra, baseada em uma pesquisa histórica minuciosa, que deixa claras as principais motivações para o descontentamento que provocou o rompimento oficial do Brasil com Portugal — incluindo uma crise econômica e fiscal.
João Paulo Charleaux (Claro Enigma, 104 páginas)
Parte da coleção Tirando de Letra, que busca mergulhar de forma acessível em diferentes temas contemporâneos, a obra do jornalista trata da história dos refugiados e dos movimentos migratórios, provocados por uma série de motivos, de guerras e perseguições políticas e religiosas a desastres naturais.
Consuelo Dieguez (Companhia das Letras, 328 páginas)
Relevante para um ano eleitoral marcado pela polarização, o relato da jornalista resgata as origens da nova direita brasileira, a partir das manifestações de junho de 2013. Com base em entrevistas com políticos, empresários e militares, relata a trajetória dos principais líderes desse movimento, incluindo o presidente da República.
Beth Macy (Little Brown and Company, 400 páginas)
Continuação de Dopesick, que relatava a crise do consumo de opioides nos Estados Unidos e que inspirou uma série homônima vencedora de 14º Emmy Awards, a obra de teor jornalístico prossegue descrevendo a crise de saúde pública provocada pelo tráfico e pelo consumo de drogas, apoiado por grupos criminosos e agentes da lei corruptos.
Chantel Prat (Dutton Books, 400 páginas)
Uma das áreas de pesquisa que mais avançam no mundo, a neurociência continua enfrentando uma série de limitações a sua atuação, que dificulta, por exemplo, o combate a doenças mentais. Nesta obra, a autora, que é professora da Universidade de Washington, apresenta uma série de exemplos e pesquisas que sintetizam o que se sabe — e não se sabe — sobre o cérebro humano.