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Oficina debateu como e por que mobilizar stakeholders em políticas públicas

Evento do Insper Metricis marcou o lançamento da quinta edição do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental e o anúncio do curso de Mensuração de Impacto Social

Evento do Insper Metricis marcou o lançamento da quinta edição do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental e o anúncio do curso de Mensuração de Impacto Social

 

Tiago Cordeiro

 

Localizado na região da subprefeitura de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, o Jardim Lapenna foi ocupado muito rapidamente, e muito recentemente, sobre parte do leito do rio Tietê. É um bairro isolado por muros de grandes organizações, como a Petrobras e a Sabesp, e pela divisa da linha de trem. As condições de vida são precárias, em todas as frentes, desde a mobilidade até o acesso a renda.

A Fundação Tide Setubal atua na região há alguns anos e atualmente trabalha para criar, até 2030, um exemplo de desenvolvimento local garantindo melhorias de infraestrutura, renda e fortalecimento do tecido social. “Sabemos que precisamos lidar com uma situação complexa, intersetorial e que vai demandar o trabalho de uma grande variedade de atores”, disse Mariana Almeida, superintendente da Fundação Tide Setubal e professora do Centro de Gestão e Políticas Pública (CGPP) do Insper.

Para alcançar esse objetivo, além de buscar o protagonismo local, a Fundação pretende mobilizar uma série de stakeholders. “Os agentes públicos, pela natureza, têm muito poder, mas atuam em ciclos de curta duração, quando queremos alcançar resultados de longo prazo”, disse Mariana. “Já o poder privado tem poder para levar impacto, mas é guiado por uma outra lógica, segue uma dinâmica diferente, pressionada por outros parâmetros.”

Como então criar sinergias, garantindo a realização de ações conjuntas e estruturais, de forma que tudo o que os diferentes atores podem fazer, no curto prazo, tenha ganho consistente de longo prazo? Reunindo atores de acordo com seus interesses.

Por exemplo, uma empresa vizinha ao bairro, atingida por alagamentos causados pela ocupação, pode participar de parte do projeto. O Insper, por sua vez, atua para levar metodologias e medir resultados. “Eu não preciso que todos os participantes comprem toda a iniciativa. Quem precisa assumir todo o projeto é a comunidade local”, disse Mariana Almeida.

A professora descreveu a iniciativa da Fundação no Jardim Lapenna durante a 26ª Oficina de Impacto Socioambiental, realizado pelo Insper no dia 12 de maio. “Este é o primeiro dos três encontros anuais que têm por objetivo realizar uma troca de experiências em melhores práticas em monitoramento socioambiental”, explicou o professor José Geraldo Setter Filho, integrante do Insper Metricis, que realiza estudos sobre estratégias organizacionais e práticas de gestão envolvendo projetos com potencial de gerar alto impacto socioambiental.

Também participou do evento Marcelo Marchesini da Costa, professor de gestão pública no Insper e analista de políticas públicas e gestão governamental na prefeitura de São Paulo. Ele explicou que os stakeholders das políticas públicas podem ser distribuídos em quatro categorias: os grupos com baixo interesse e baixo poder, aqueles que têm alto poder e baixo interesse, ou baixo poder e alto interesse, e, por fim, os players com alto poder e alto interesse.

Para mobilizar os diferentes atores, cada um com seus objetivos e suas condições de atuar diferentes, o professor apresentou quatro dicas: “Ser o mais específico possível ao identificar indivíduos, grupos ou organizações; lembrar que a análise dos stakeholders é dinâmica; escolher as ações mais viáveis, junto aos atores com maior impacto ambiental; e reconhecer as relações interdependentes entre diversos atores”.

 

Guia e curso

O evento também foi marcado pelo lançamento da quinta edição do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental, uma produção do Insper Metricis que conta com um novo projeto gráfico, conteúdo adicional, relacionado a rubricas para avaliação de métricas, elaborado em parceria com a Fundação Tide Setubal e o Itaú Social e já utilizada no estudo A Lupa na Cidade – Painel de Indicadores de Desenvolvimento de Áreas Urbanas Vulneráveis, além de conexão com o Guia de Monetização de Impacto Social, desenvolvido recentemente em parceria com a GK Ventures.

Além disso, Setter anunciou que o curso online Mensuração de Impacto Social está com inscrições abertas. Com carga horária de 24 horas, início em 30 de maio e aulas às segundas e quartas-feiras, das 18h às 21h, o programa vai formar gestores que buscam entender os conceitos e as metodologias envolvidas na avaliação de impacto com o objetivo de contratar, acompanhar e interpretar os resultados de uma avaliação desse tipo.

Ao final, espera-se que os participantes consigam identificar resultados relevantes para as populações focalizadas pelo projeto e estimar, por conta própria, o impacto de programas sociais em situações simples.

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