[{"jcr:title":"O jogo não acabou: a nova rodada na corrida das vacinas"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"O jogo não acabou: a nova rodada na corrida das vacinas","jcr:description":"As companhias que saíram na frente no combate à covid-19 colheram lucros recordes e valorização impressionante. Mas o futuro é incerto — e a concorrência está aumentando"},{"subtitle":"As companhias que saíram na frente no combate à covid-19 colheram lucros recordes e valorização impressionante. Mas o futuro é incerto — e a concorrência está aumentando","author":"Ernesto Yoshida","title":"O jogo não acabou: a nova rodada na corrida das vacinas","content":" As companhias que saíram na frente no combate à covid-19 colheram lucros recordes e valorização impressionante. Mas o futuro é incerto — e a concorrência está aumentando   David Cohen   Com mais de dois anos de pandemia, a maioria das pessoas já está familiarizada com as marcas Pfizer, BioNTech, AstraZeneca, Janssen, Moderna e Sinovac, as principais vencedoras na frenética corrida global para o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19. A essa altura, essas campeãs podem se vangloriar de ter salvado milhões de vidas e, nesse processo, potencializado sua própria saúde financeira. Tal como a pandemia, porém, o jogo não acabou. Ao que tudo indica, ainda há espaço para novas concorrentes nesse mercado, enquanto as companhias já bem estabelecidas podem sofrer (e têm sofrido) oscilações. Uma das novas concorrentes é a vacina da dupla Sanofi e GlaxoSmithKline (GSK), uma associação franco-britânica que recebeu fundos do governo dos Estados Unidos. Esperava-se que sua vacina, a Vidprevtyn, fosse a primeira a ser lançada no mundo, mas os resultados dos primeiros testes, em dezembro de 2020, foram decepcionantes e o trabalho teve que ser reiniciado. Um erro de dosagem, alguns meses depois, adiou mais uma vez o lançamento e, quando chegou a fase de testes com humanos, as empresas enfrentaram dificuldades para encontrar voluntários que nunca tivessem sido vacinados nem tivessem contraído a doença. Finalmente, no final de fevereiro, a Sanofi e a GSK anunciaram resultados positivos dos últimos testes clínicos e afirmaram ter entrado com pedidos de autorização da vacina nos Estados Unidos e na Europa. A Vidprevtyn parece ser 58% efetiva em prevenir os sintomas da covid-19; 75% efetiva em evitar manifestações entre moderadas e severas da doença; e 100% efetiva contra a necessidade de hospitalização e a morte. Ela também exige duas dose e seus resultados estão em linha com a maior parte das vacinas disponíveis hoje, mas o exercício de comparação não é assim tão simples. De um lado, a eficácia divulgada é um pouco mais baixa que a das vacinas feitas pela Pfizer e pela Moderna. De outro, ela foi testada em condições bastante diferentes, que incluem as novas variantes em circulação, como a ômicron. De acordo com a Sanofi, a nova vacina teve bom desempenho tanto por si só quanto na função de reforço às demais vacinas. Segundo as duas empresas, já foram produzidas 100 milhões de doses e há planos de produzir outras 400 milhões em curto prazo. No dia do anúncio, as ações da Sanofi subiram 4% na bolsa de Paris.   Dá para tirar o atraso? Apesar de entrar na corrida com muito atraso, a dupla Sanofi e GSK tem alguns motivos para confiar em uma boa recepção à sua vacina. O primeiro deles é a demanda. Mesmo incerta, pela imprevisível evolução do vírus, ela ainda é grande o suficiente para garantir bons resultados financeiros. Nos países ricos e de renda média, onde algo entre 70% e 80% da população já recebeu pelo menos uma dose da vacina, haverá mais doses (mesmo que o ritmo caia). Nos países pobres, em que apenas 10% das pessoas começaram o esquema de vacinação, o tamanho do público compensa em parte a margem de lucro muito menor. Um segundo motivo é que o próprio atraso torna a Vidprevtyn atualizada em relação às novas cepas do vírus. Não será uma vantagem tão grande, já que a dupla Pfizer e BioNTech anunciou para março uma nova versão de sua vacina, mais dirigida à variante ômicron, e a Moderna também iniciou testes clínicos para lançar uma dose de reforço específica contra a ômicron. Há, no entanto, duas características que podem ajudar a Vidprevtyn a ganhar espaço: o tipo de vacina e o tipo de autorização que ela busca. A Sanofi e a GSK entraram com pedido de aprovação integral na Food and Drug Administration (FDA, o órgão de saúde dos Estados Unidos), enquanto as demais vacinas no mercado entraram com pedido emergencial — dada a pressa de combater a pandemia. É possível que o escrutínio mais longo e rigoroso da FDA ajude a convencer uma parcela dos que rejeitam a vacinação. Não são poucos. Nos Estados Unidos, de acordo com uma recente pesquisa da ONG Kaiser Family Foundation, 16% dos cidadãos já vacinados preferem esperar para avaliar se vão tomar uma dose de reforço, enquanto 22% dizem que só a tomarão se ela for obrigatória e 19% não a aceitam “de jeito nenhum”. Além disso, a Vidprevtyn é uma vacina proteica (ou subunitária), cuja técnica de produção está bem estabelecida desde os anos 1950, o que pode arrefecer objeções daqueles que desconfiam das vacinas baseadas em material genético, como é o caso da Pfizer e da Moderna.   A chegada da Novavax Na mesma raia de vacina proteica, correm também a firma canadense Medicago, a coreana SK Bioscience e a americana Novavax. Esta última é a mais adiantada, já tendo iniciado a distribuição de sua Nuvaxovid para alguns países da Europa, Austrália, Indonésia e Coreia do Sul, enquanto aguarda liberação para venda nos Estados Unidos. Suas ações chegaram a subir mais de 9% e fecharam em alta de 3% no comecinho de março, um dia depois do anúncio dos resultados de seu quarto trimestre. Os resultados em si ficaram abaixo da expectativa dos analistas, mas aparentemente os investidores se deram conta no dia seguinte do dado mais importante do comunicado: a expectativa de 4 bilhões a 5 bilhões de dólares de receita para o ano. E esse montante, de acordo com o executivo-chefe da empresa, Stanley Erck, não leva em conta as possíveis vendas para os Estados Unidos, no caso de haver aprovação (emergencial). A dúvida, ante essa perspectiva, é por que as ações não subiram ainda mais. E a explicação é dupla. De um lado, as ações da Novavax já se beneficiaram muito da pandemia. No final de 2019, elas eram negociadas a 4 dólares; chegaram a valer 290 dólares há um ano e, com a queda da bolsa este ano, estão no patamar dos 70 a 90 dólares (ou seja, a empresa ficou cerca de 20 vezes mais valiosa). De outro lado, há questionamentos sobre a capacidade de a empresa montar uma estrutura fabril capaz de produzir as vacinas, demonstrar a pureza do produto às autoridades americanas e, não menos importante, as perspectivas da empresa para além de 2022.   A Corbevax, livre de patente Ainda na raia das vacinas proteicas corre a Corbevax, uma firma criada por Maria Elena Bottazzi e Peter Hotez, codiretores do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital Infantil do Texas. É uma vacina com histórico mais longo. Uma versão dela foi criada em 2003, durante o surto de Sars. Com a pandemia atual, os pesquisadores trocaram a proteína (usaram a Spike do vírus Sars-CoV-2) e iniciaram os ajustes. Em dois grandes testes clínicos, a vacina demonstrou 90% de proteção contra sintomas para a cepa original da covid-19 e 80% para a variante delta. Ela já recebeu autorização para uso emergencial na Índia e outros países devem aprová-la em breve. As vacinas proteicas têm algumas vantagens em relação às que usam RNA mensageiro (tecnologia baseada em material genético), em especial para os países mais pobres: as fábricas para confeccioná-las são mais simples, o pessoal não precisa ser tão especializado e elas podem ser armazenadas em geladeiras comuns (não precisam de temperaturas tão baixas para manter suas propriedades). A Corbevax tem uma distinção a mais. Seus criadores não estão interessados em ficar bilionários e abriram mão da propriedade intelectual. A vacina foi produzida sem dinheiro público — os 7 milhões de dólares necessários para seu desenvolvimento vieram de doações — e está sendo licenciada sem patente para a BioE, a maior fabricante indiana de vacinas.   Lucros de 65.000 dólares por minuto Não se pode dizer que Pfizer, BioNTech e Moderna tenham o mesmo desprendimento em relação ao lucro que a Corbevax. Em novembro passado, um conjunto de organizações ativistas que atende pelo nome de People’s Vaccine Alliance (aliança pela vacina ao povo, numa tradução livre) calculou que as três farmacêuticas lucraram com as vacinas 65.000 dólares por minuto em 2021. A conta teve como base os relatórios divulgados pelas próprias empresas, com uma estimativa conjunta de 34 bilhões de dólares de lucros antes dos impostos. Nos casos da Moderna e da BioNTech, a margem de lucro chegaria a extraordinários 69%. Dados esses números, há uma pressão para que as companhias abram mão de suas patentes e parte dos lucros em prol de acelerar a distribuição de vacinas para os países mais pobres — uma campanha que o executivo-chefe da Pfizer, Albert Bourla, já classificou como “um perigoso absurdo”. O principal argumento para manter o sistema de propriedade intelectual intacto, mesmo ante uma crise sanitária mundial, é que ele garante compensação pelos riscos financeiros assumidos ao investir em pesquisa e desenvolvimento. Se não houver certeza de que o sucesso será premiado, em próximas crises poderá haver muito menos disposição para o risco. Além disso, há o fato de que os custos relativos à propriedade intelectual não são os únicos na produção de uma vacina de RNA mensageiro (RNAm), como a feita pela Pfizer e pela Moderna; haveria ainda a questão de construir as fábricas mais sofisticadas necessárias no processo e formar especialistas capazes de operá-las. No caso da Pfizer, o argumento da compensação ao risco está bem amparado. A empresa rejeitou um investimento do governo americano e arcou com a maior parte dos custos para elaborar uma vacina. “Nós colocamos bilhões de dólares do nosso capital em risco na busca desses objetivos (fabricar uma vacina), não sabendo se algum dia os investimentos iriam se pagar”, disse Bourla num comunicado este ano. “Agora, menos de dois anos depois daquele compromisso, estamos orgulhosos em dizer que entregamos a primeira vacina autorizada pela FDA (com nossa parceira BioNTech) e o primeiro tratamento oral para covid-19 autorizado pela FDA.” O relatório financeiro divulgado no final de fevereiro não deixa dúvida de que a aposta se pagou de forma exuberante. A receita de 36,8 bilhões de dólares advinda da Comirnaty (o nome oficial de sua vacina) representa 45% dos 81,29 bilhões de dólares do faturamento. Para este ano, a expectativa de receita com a vacina é um pouco mais modesta: 32 bilhões de dólares. A esse montante, porém, devem-se acrescentar outros 22 bilhões das vendas do antiviral Paxlovid, uma pílula com perspectivas tão boas contra o coronavírus (não só este como qualquer outro) que os cientistas interromperam os testes quando ainda estavam em andamento — porque só os voluntários do grupo de controle, que tomavam placebo, estavam morrendo. (O otimismo em relação a ela deve ser contido, no entanto: além de só ficar disponível em meados do ano e de a produção ainda ser pequena, a droga deve ser ingerida no máximo cinco dias depois de os sintomas começarem, e a maioria das pessoas em que a doença evolui mal só procura o hospital depois disso). Não há dúvida de que a pandemia deu à Pfizer um outro tamanho. Sua receita crescia, mas a um ritmo normal — de 38,7 bilhões de dólares, em 2016, para 41,9 bilhões em 2020, quando já havia pandemia, mas não havia vacina. Então ela quase dobrou em 2021, e deve girar em torno dos100 bilhões de dólares neste ano.   As pequenas que viraram gigantes Para a Moderna, esta linha de defesa em relação aos direitos de propriedade intelectual faz um pouco menos de sentido. Afinal, o governo americano financiou sua pesquisa com mais de 10 bilhões de dólares, de acordo com relatório do Congresso americano, além da compra adiantada de 500 milhões de doses de vacina e a permissão de usar gratuitamente descobertas cujos direitos pertenciam ao governo. Esses recursos foram entregues a ela porque era a empresa mais avançada em vacinas de RNAm — ao lado da então pequenina alemã BioNTech, que se associou à Pfizer. Ela é tão especializada que seu próprio nome vem da junção das palavras “modificado” e “RNA”. Com a Spikevax, sua vacina, a Moderna atingiu um faturamento de 18,5 bilhões de dólares em 2021 e tem expectativa de fechar 2022 com receita de 21,55 bilhões. Suas ações, que em março de 2020 valiam 4, dólares atingiram o pico de 497 dólares em agosto do ano passado e fecharam o ano a 430 dólares. Neste ano, a cotação declinou bastante, para o nível dos 150 dólares — ainda um ganho expressivo. Tanto que dois de seus cofundadores, Noubar Afeyan e Robert Langer, e um dos primeiros investidores, o professor de Harvard Timothy Springer, entraram para a lista de bilionários da revista Forbes . A BioNTech teve um caminho parecido. Desde que foi fundada, em 2008, a companhia alemã só dava prejuízo. No quarto trimestre de 2020, apresentou lucro pela primeira vez: 446 milhões de dólares, que compensaram as perdas dos três trimestres anteriores. Nos três trimestres seguintes, seus lucros atingiram 8,16 bilhões. Suas ações valiam 38 dólares em março de 2020, chegaram a 447 em agosto do ano passado e estão agora no patamar dos 150 dólares. Já a empresa anglo-sueca AstraZeneca assumiu uma postura diferente. Disse que enquanto a covid-19 fosse uma pandemia ela não lucraria com a vacina, vendendo-a a preço de custo — e para o mundo inteiro (enquanto menos de 1% das doses da Pfizer e da Moderna foram para países pobres). Em novembro passado, a empresa considerou que a doença está deixando de ser uma pandemia e se tornando uma endemia, e começou a assinar contratos com transação lucrativa. Segundo seu executivo-chefe, Pascal Soriot, a vacina continuará a ser fornecida sem lucro para os países pobres. O relatório de resultados divulgado em fevereiro corrobora a política da empresa. Sua receita cresceu 41% em relação a 2020, para 37,4 bilhões de dólares. Mas, excluindo a vacina, a receita cresceu 26%, para 33,4 bilhões de dólares.   Quanto valeria a Sinovac? Também a chinesa Sinovac (a primeira vacina a ser distribuída no Brasil) teve ganhos fantásticos. Em relatório não auditado divulgado no final do ano passado, a empresa afirmou ter faturado 11 bilhões de dólares nos primeiros seis meses de 2021 — uma receita 162 vezes maior que a de 67,7 milhões de dólares do ano anterior. O lucro no período foi de 5,1 bilhões de dólares (no ano anterior, havia tido prejuízo de 12,6 milhões de dólares). Em termos de valorização, o cálculo só pode ser hipotético, porque a Sinovac deixou de ser listada na bolsa Nasdaq, dos Estados Unidos, em 2019, em função de disputas entre sócios. Em seu último pregão, a ação valia 6,47 dólares. Se fosse aplicada a ela a mesma razão entre preço e lucro (uma forma tradicional de avaliar o valor de uma ação) que ocorre hoje para Pfizer e Moderna, ela teria fechado o ano com uma cotação cerca de cem vezes maior.   E o que vem depois Todos esses ganhos de capital exuberantes, entretanto, foram significativamente amenizados neste ano. Há diversas razões para isso. Uma delas é que o mercado como um todo caiu, desde janeiro, em parte pelas dificuldades no combate à inflação nos Estados Unidos. Mas as farmacêuticas em geral caíram mais do que a média da empresas. Também há razões alheias à pandemia e às vacinas. No caso da Pfizer, por exemplo, houve o anúncio da suspensão dos testes de uma droga contra riscos cardiovasculares, que poderia ser uma boa fonte de lucros. Há ainda uma lista de remédios cujas patentes vão expirar nos próximos anos. Mas o motivo principal é a dúvida sobre quanto tempo as receitas advindas das vacinas irão durar. De certa forma, é um movimento natural. Afinal, receitas extraordinárias são exatamente isso: extraordinárias. Uma vez que a situação volte a algo parecido com o normal, elas tendem a cessar. Ou, pelo menos, tornar-se menos exuberantes. O próprio sucesso das vacinas trabalha pelo arrefecimento das receitas. Se for total, a doença acaba e a necessidade delas se extingue. Pode sobrar um programa de vacinação anual, ou algo assim, mas não uma prioridade absoluta como nos últimos dois anos. Isso ajuda a explicar a sede por lucros. As empresas sabem que o ciclo do produto pode ser curto. O quão curto, ninguém consegue prever. Mas a mera possibilidade de ele acabar muito rapidamente induz os executivos a buscar o máximo de receitas no curto prazo. Ainda mais no caso das vacinas de RNAm, em que os times e seus equipamentos são tão especializados que podem não ser úteis para outras linhas de produção. Com a queda no número de casos de covid-19, depois de um grande e prolongado sofrimento com a variante ômicron, o horizonte das vacinas enxergado pelos investidores encurtou. E, com esse horizonte mais curto, o valor das ações caiu. Em meados de fevereiro, quando as autoridades americanas anunciaram uma queda de 42% no número de casos de covid-19 em relação à semana anterior, a Moderna perdeu 11% de seu valor em apenas um dia. A BioNTech, 9%; a Novavax, 11%. A Johnson & Johnson, enorme em relação à sua divisão de vacinas (da Janssen), caiu bem menos, 1%. As vendas para este ano estão mais ou menos garantidas. Devem até subir em relação às previsões — ao contrário do que faz com outros produtos, a Pfizer adota para suas estimativas de vendas da Comirnaty apenas os contratos já firmados. Mas e depois? Para a AstraZeneca, isso não será um problema. Ela nunca contou com o lucro das vacinas (pelo menos não no nível das outras). Para a Johnson & Johnson, o baque não será muito grande em relação a seu tamanho. As novas entrantes nesse mercado têm a vantagem de produzir uma vacina que requer menos investimentos; por seu próprio atraso, a curva de suas receitas será ascendente. Quanto à Pfizer, a maior vencedora da primeira fase da corrida das vacinas, o baque talvez não seja tão grande. O Paxlovid é apenas um dos diversos tratamentos antivirais que a empresa está desenvolvendo. “Nós temos mais de uma molécula que vamos avançar para os estudos de dosagem neste ano”, disse o cientista-chefe da Pfizer, Mikael Dolsten, à revista Barron’s , do The Wall Street Journal , em fevereiro. Com poucos sinais de modéstia, acrescentou: “Nós levamos a química a um outro nível”. Para a Moderna — e também para a BioNTech —, porém, a dúvida sobre as receitas a partir do ano que vem é uma questão de vida ou morte. Embora tenha muitas linhas de pesquisa e muitas esperanças de outros tratamentos com vacinas de RNAm, a Spikevax é até o momento seu único produto disponível. Sua receita, seus lucros e a valorização de suas ações são o remédio que está tomando para sobreviver (e prosperar) após a pandemia.   LEIA TAMBÉM:   [ A promessa que virou realidade: as inovadoras vacinas de RNA mensageiro ](https://www.insper.edu.br/noticias/a-promessa-que-virou-realidade-as-inovadoras-vacinas-de-rna-mensageiro)  "}]