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Startup de ex-aluno de Economia do Insper quer revolucionar gestão de saúde

A healthtech Alice, de André Florence, já captou cerca de 900 milhões de reais de investidores e tem foco na prevenção

A healthtech Alice, de André Florence, já captou cerca de 900 milhões de reais de investidores e tem foco na prevenção

André Florence, que cursou a graduação em Economia no Insper entre 2007 e 2010

 

Tiago Cordeiro

 

Revolucionar a gestão pessoal de saúde. É esse o objetivo da healthtech Alice. Fundada em 2019, a startup coloca gestores para acompanhar cada um de seus clientes, que passam a contar com atendimento integral, focado na prevenção e nas mudanças de hábitos.

Além de participar do dia a dia das pessoas que atende, o gestor fica disponível para indicar os melhores profissionais para cada caso, o que evita o agendamento de consultas desnecessárias — aquelas que terminam apenas com a indicação de outro especialista.

A plataforma digital da startup, que reúne todo o histórico do cliente, evita outro desperdício: no Brasil, de cada 10 exames laboratoriais realizados, três nunca são sequer consultados, segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).

Ousada, a proposta da startup tem recebido boa recepção. A empresa, que atua na Grande São Paulo, hoje atende mais de 6 mil pessoas, que contam com uma rede conveniada de dez hospitais, 150 médicos especialistas e 200 laboratórios. Em 2021, realizou duas rodadas de investimentos. Na primeira, captou 180 milhões de reais, em fevereiro. Na segunda, dez meses depois, arrecadou outros 728,6 milhões de reais. Com isso, a empresa passou a contar com o suporte de fundos como ThornTree Capital Partners, Kaszek Ventures, Canary e Maya Capital.

O CEO e cofundador da Alice é André Florence, um paulistano de 35 anos que cresceu no bairro de Santo Amaro. Florence foi aluno da graduação em Economia do Insper, entre 2007 e 2010. A experiência, diz ele, mudou sua vida profissional. Mas não foi sua primeira escolha.

Antes, ele cursou dois anos de Administração na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Eu vivia no Diretório Acadêmico. Sempre fui decidido a fazer coisas incríveis, e nessa fase da vida minha dedicação era organizar atividades acadêmicas, especialmente festas”.

 

Formação e networking

A decisão de trancar a matrícula na ESPM veio acompanhada de uma série de mudanças de atitude: Florence resolveu cursar Economia, em busca de uma formação mais baseada em evidências e em modelagens matemáticas. E optou especificamente pelo Insper. “A escola oferecia graduação iniciando no meio do ano, o que me favorecia naquele momento. Também era conhecida pela excelência acadêmica. Além disso, tinha um excelente programa de bolsas. Eu sabia que precisaria passar no vestibular muito bem, porque precisaria do apoio financeiro para estudar lá.” Foi o que aconteceu.

No Insper, o futuro CEO da Alice decidiu aproveitar ao máximo a vida acadêmica. “Entrei mais velho, mais decidido a respeito de quem eu era e o que queria fazer. É uma experiência que eu recomendo, a de iniciar a graduação com um pouco mais de idade. Além disso, estabeleci uma conexão imediata com os valores da escola, o valor da meritocracia e da ética”, afirma.

Parte relevante da formação intelectual, o modo de pensar, foi desenvolvida nas salas do Insper. “Me lembro de aulas específicas, de lógica, de macroeconomia, de estatística, de econometria. Ainda mantenho anotações daquela época. São conhecimentos aplicáveis.”

Além disso, diz Florence, o convívio com professores — e alunos — dedicados e decididos a fazer a diferença ajuda a elevar as ambições. “Conheci colegas muito inteligentes, alguns seguiram carreira acadêmica. Atuei no Insper Jr., que me ajudou a dar os primeiros passos no mercado”, relata, fazendo referência à empresa de consultoria estratégica com mais de 15 anos de atuação, formada por alunos dos cursos de Administração, Economia e Engenharia. “Eu não estaria onde estou se não fosse o Insper”, afirma.

 

Trabalho para toda a vida

Ao final do curso, Florence foi aprovado no processo seletivo do banco Goldman Sachs. Precisou conciliar o final da formação com a carreira. Foi também diretor financeiro da 99Taxis, onde adquiriu experiência na gestão financeira de uma startup em ascensão. Trabalhou ali por quatro anos e participou ativamente do processo de venda da companhia.

Em janeiro de 2019, estava decidido a procurar por um novo empreendimento, que provocasse impacto na sociedade. “Eu não tinha pressa, estava decidido a passar dois anos nessa busca. Até que conheci o Guilherme Azevedo, que havia fundado o Dr. Consulta”. Da parceria dos dois surgiu a Alice, já em março do mesmo ano.

“Decidimos recriar o sistema de saúde por inteiro”, diz Florence. “Encontrei na Alice um caminho par fazer a diferença. É uma empresa em que eu pretendo trabalhar a vida inteira.”

 

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