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Hub de Inovação faz trabalhos de alunos avançarem para novo patamar

O Inova Projetos permite que as empresas parceiras continuem investindo em produtos e processos inovadores desenvolvidos por graduandos do Insper

O Inova Projetos permite que empresas parceiras continuem investindo em produtos e processos inovadores desenvolvidos por graduandos do Insper

O professor Alex Camilli Bottene com os alunos Ricardo Ferraro Peres e Lucas Noumi Mellis
O professor Alex Bottene com os alunos Ricardo Peres e Lucas Mellis

 

Leandro Steiw

 

As parcerias do Insper com empresas contribuem para a formação profissional dos alunos e, diversas vezes, fomentam projetos inovadores. Em 2022, saiu do papel o Inova Projetos, criado pelo Hub de Inovação Paulo Cunha, do Insper, para estreitar ainda mais esse laço entre universidade, empresas e estudantes da graduação. “O Inova vai identificar as iniciativas que já ocorrem durante o curso, principalmente nas disciplinas Resolução Eficaz de Problemas (REP), da Administração, e Projeto Final de Engenharia (PFE), que já têm interação com o mercado e das quais, normalmente, saem produtos inovadores”, diz Carolina Fouad Kamhawy, gerente de projetos do Hub de Inovação.

A primeira experiência está sendo com a Braskem, empresa do setor químico e petroquímico com 29 unidades industriais no Brasil e 11 no exterior. A Braskem interessou-se em dar continuidade ao PFE sobre manufatura aditiva, desenvolvido em 2021, depois que os estudantes terminaram o trabalho para a disciplina. “Quando não existe programa aberto para o aluno ser estagiário da empresa, nós conseguimos que ele seja estagiário do Hub de Inovação”, diz Carolina. Ou seja, a empresa demonstra o interesse em desenvolver o projeto, o Insper seleciona os alunos e indica um professor para orientá-los.  “A contratação dos estagiários via Hub de Inovação, mais as horas do docente, são embutidas na precificação do projeto, e a empresa faz o investimento.”

Há nove anos no Insper, Carolina relata o nascimento do Inova além de outras iniciativas do Hub de Inovação: “Pensamos em iniciativas com os parceiros para inovação aberta, inovação corporativa, por meio de projetos customizados. Os docentes poderiam se interessar em trabalhos específicos, que dessem frutos a algumas pesquisas e alavancassem as parcerias. Outra ideia foi o Thinking Lab: trazer o case da empresa para dentro do Insper; os docentes, juntamente com os agentes inovadores das empresas, trabalham em cima desse case para a formação em inovação. Essas pessoas voltam para a empresa e implementam a inovação que foi trabalhada.”

O outro pilar do Hub de Inovação que faz parte da missão do Insper é a formação de pessoas. “Conversando com os diretores da graduação, sugeri fazermos um REP/PFE avançado. Até então, não havíamos tratado dessa iniciativa com os professores, apenas nos apresentado como Hub de Inovação e nos mostrado abertos às propostas em inovação que eles tivessem. Enquanto estávamos desenhando o Inova, surgiu o interesse da Braskem. Estávamos tirando do forno a iniciativa que se encaixava exatamente com esse tipo de demanda.”

Com o Inova Projetos, criou-se um segundo passo de REP/PFE para produtos inovadores, que tanto podem ser tangíveis como os das Engenharias, como relacionados a processos, melhorias operacionais ou novas tecnologias e novos produtos para essa melhoria operacional. O modelo adotado pelo Hub de Inovação resolve questões que surgiam depois que o aluno apresentava o relatório na disciplina: entre outros, a inexistência de programa de estágio aberto na empresa, a participação de alunos que ainda não estão no semestre do estágio obrigatório, a inclusão de alunos com potencial para continuar o projeto, mas que não participaram do REP/PFE original. Carolina considera o Inova uma grande conquista de 2021. “Era um projeto que estava só na cabeça. Ir para o papel, falar com as pessoas, fazer o negócio acontecer e ver que era possível foi um processo que fechou com chave de ouro”, relembra. “Tenho visto os alunos bem empolgados, o professor Alex Camilli Bottene (coordenador do TechLab) tem circulado muito com eles nos laboratórios e, semanalmente, eles estão fazendo relatórios tanto para a empresa como para nós, do Hub.”

 

Avanço sem entraves

Os alunos Ricardo Ferraro Peres e Lucas Noumi Mellis, do curso de Engenharia Mecânica, assinaram contrato de um ano e são orientados pelo professor Alex Bottene, com acompanhamento do engenheiro de materiais Alexandre da Luz, gerente global de manufatura aditiva da Braskem. “A ideia do Inova é ter uma margem para avançar o que o REP/PFE começou”, afirma Bottene, doutor em Engenharia de Produção, na área de Manufatura Avançada e Sustentável, pela Universidade de São Paulo. “A estrutura do REP/PFE é muito legal, mas limitada em questão de tempo. São quatro meses para desenvolver o tema, com um objetivo acadêmico, que é preparar para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O Inova tira essas travas e faz embalar algo que gera inovação.”

Segundo o professor, o projeto realizado via Inova não parte do zero. “Você traz um projeto com histórico, que começou com REP/PFE, cria uma conexão da empresa com a equipe, essa equipe é convidada a continuar o projeto com o Inova, e você pode contratar recursos maiores do que estavam disponíveis para o REP/PFE”, observa. “A Braskem é uma líder mundial na fabricação de polímeros, que trabalha com a construção de materiais para a impressão 3D, para manufatura aditiva. Como estão à frente do mercado e a manufatura aditiva ainda não tem clientes, a Braskem desenvolve para um mercado que ainda não existe. No PFE, os alunos foram buscar esses mercados, buscar as aplicações, e desenvolveram alguns cases para validar a aplicação desse material e suas vantagens e limitações.” A partir de agora, o projeto é uma continuação da prospecção iniciada no PFE, só que com prazo maior e a possibilidade de desenvolver cases mais detalhados e estruturados.

Pelo acordo, tudo o que evoluir para produtos ou patentes será propriedade intelectual da Braskem. No entanto, os estudantes terão liberdade de empreender nas aplicações encontradas durante a pesquisa. “Esse detalhe foi muito motivador para os alunos, por isso já conectamos o Hub de Inovação com o Centro de Empreendedorismo do Insper”, diz o professor Alex Bottene. “Assim que eles identificarem uma possibilidade de empreender nesse caminho, de se tornar uma startup, estaremos aqui para apoiá-los.”

 

Muitos aprendizados

Motivação não falta para a segunda etapa do projeto. Um dos quatro alunos que trabalharam no PFE original, Ricardo Peres diz que a oportunidade de conhecer manufatura aditiva mais a fundo, durante a parceria com a Braskem, gerou muitos aprendizados. “Foi uma experiência incrível”, afirma Peres. “O mais empolgante é que a impressão 3D ainda é recente, o que abre portas para o desenvolvimento de tecnologia e novos serviços. Tenho certeza de que, no estágio no Hub de Inovação, vou colocar em prática os conhecimentos de Engenharia adquiridos durante a graduação.”

A aprovação espalha-se na opinião dos parceiros. “Tivemos a grata satisfação de ter o professor Alex conduzindo, de maneira maravilhosa, um trabalho técnico-tecnológico altamente engajado com a causa, contribuindo para a solução dos problemas e levando resultados para a mesa”, diz o engenheiro Alexandre da Luz, que foi mentor do PFE pela Braskem. “Também ficamos altamente satisfeitos com a própria escolha, pelo Insper, dos alunos que foram alocados ao projeto. Já trago os quatro estudantes para o patamar de profissionais formados, que entraram no radar da Braskem para possíveis oportunidades futuras dentro da organização, tanto nos encantaram pelo nível de prontidão e de maturidade.”

Para Alexandre da Luz, a preparação do grupo mostra o diferencial da proposta pedagógica do Insper. “Não só pelas pessoas, mas pelo nível de entrega. Esses alunos fizeram muito, rodaram como verdadeiros engenheiros, apresentaram soluções. Foi mais do que um trabalho de conclusão de curso”, afirma o engenheiro. “Eles elaboraram estudos de casos que nós estamos usando como referência dentro da nossa própria área de manufatura aditiva, para que novos estudos sejam feitos naqueles mesmos moldes. Mostraram que é possível fazer muita coisa que a própria indústria não consegue fazer hoje.”

 

Carolina Fouad Kamhawy
Carolina Fouad Kamhawy, gerente de projetos do Hub de Inovação

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