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Obsolescência de formatos digitais pode comprometer acesso a dados históricos

Estudo aponta que 68% dos formatos digitais correm risco de moderado a alto de deixarem de ser acessíveis

Estudo aponta que 68% dos formatos digitais correm risco de moderado a alto de deixarem de ser acessíveis

 

Bernardo Vianna

 

Quando se trata de armazenamento de dados, as vantagens dos formatos digitais (como JPG, JPEG, GIF, PNG e PDF, entre os mais conhecidos) sobre os analógicos são inegáveis. Mas há um porém: embora os suportes físicos que guardam informações em formato digital possam ser tão duradouros como livros de papel, a capacidade de acessar essas informações pode se perder à medida que determinados softwares se tornam obsoletos e deixam de ser produzidos.

Exemplos de formatos que podem se tornar inacessíveis são os utilizados pelas primeiras câmeras digitais ao salvar imagens em formato RAW — dados de imagem captados diretamente pelo sensor da câmera, sem compressão nem processamento. Conforme alguns modelos de câmera deixam de ser produzidos, softwares são atualizados ou substituídos por novos — e a capacidade de abrir determinado arquivo de imagem mais antigo pode ser perdida.

 

 

 

Tal risco pode não parecer muito preocupante para o usuário médio, mas não é algo que possa ser ignorado por uma instituição como o National Archives and Records Administration (Nara), o arquivo nacional dos Estados Unidos, que guarda mais de mil terabytes de arquivos eletrônicos de interesse do governo americano. Por isso, foi criada a Estratégia de Preservação Digital, que identificou 684 formatos de arquivos digitais diferentes, os categorizou de acordo com o risco de perda de informações e criou planos de ação para cada um.

Os dados sobre os formatos de arquivo armazenados pelo Nara estão disponíveis em um banco de dados no site da instituição. As categorias de risco — baixo, moderado e alto — são uma forma de priorizar as ações de preservação que, em mais de 60% dos casos, envolvem transformar arquivos em formato proprietário em arquivos em formatos mais abertos.

 

 

Entre os formatos que o Nara classifica como de risco moderado ou alto, 17,3% são arquivos de código-fonte de softwares e 15,3% são imagens que podem se tornar inacessíveis se seus dados não forem salvos em novos formatos. No caso dos formatos proprietários de câmeras específicas citados mais acima, por exemplo, a indicação é transformá-los em arquivos TIFF ou Adobe Digital Negative Format (DNG), um formato aberto pensado para preservar os dados de imagens RAW.

Nem todos os formatos, no entanto, necessitam, no momento, de algum tipo de ação ou, se necessitam, contam com uma alternativa satisfatória. Daqueles listados na estratégia de preservação digital do Nara, 32% estão marcados para serem preservados conforme estão e 2% aguardam novas avaliações e, possivelmente, o desenvolvimento de novos formatos para que os dados não deixem de ser acessíveis.

 

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