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Inovação é, cada vez mais, o motor de crescimento de empresas

Evento no Insper com a empresária Luiza Helena Trajano e com Antonio Quintas, vice-presidente de tecnologia móvel da Samsung, debateu novas formas de gestão

Evento no Insper com a empresária Luiza Helena Trajano e com Antonio Quintas, vice-presidente de tecnologia móvel da Samsung, debateu novas formas de gestão

 

Em um contexto de constantes mudanças de hábitos de consumo e avanços tecnológicos, a inovação responde por boa parte do crescimento das empresas que sabem aproveitar oportunidades e se transformar. Há exemplos bem-sucedidos, como o da coreana Samsung, que deixou de ser uma fabricante de alimentos, na década de 1930, para se tornar um gigante global de tecnologia com valor de mercado de cerca de 90 bilhões de dólares, até outras que chegaram a entrar em processo de falência diante da evolução de mercado, como a americana Kodak. Para debater esse fenômeno e compreender melhor as bases que levam a iniciativas inovadoras, o Insper realizou um Painel de Inovação Corporativa como parte das comemorações dos 3 anos do Hub de Inovação Paulo Cunha.

O evento aconteceu no dia 29 de novembro e contou com a participação de Antonio Quintas, vice-presidente da divisão de tecnologia móvel da Samsung Brasil, e Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil. A mediação coube aos professores Luiz Durão, engenheiro especializado em manufatura avançada, desenvolvimento de produtos e digitalização, e Juliana Miranda Mitkiewicz, coordenadora do Núcleo Mulheres e Territórios do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper.

Carolina Fouad Kamhawy, coordenadora executiva do programa Resolução Eficaz de Problemas (REP) do Insper, realizou a abertura do evento e ressaltou o papel do Hub de Inovação. O centro foi criado com o intuito de integrar as diversas áreas de conhecimento da instituição e apoiar empresas em iniciativas inovadoras. “O objetivo principal é contribuir com o desenvolvimento de soluções para problemas reais das organizações e da sociedade”, afirmou. Ela citou também a relevância das conexões com a rede de parceiros e os colaboradores, além dos projetos acadêmicos voltados à resolução de problemas das áreas de negócios das empresas e soluções inovadoras desenvolvidas nos laboratórios do Insper.

 

De macarrão instantâneo a tablets

Antonio Quintas, da Samsung, relembrou a trajetória empresa, que passou de uma fabricante de macarrão instantâneo e peixe seco na Coreia, nos anos 1930, para se tornar um dos maiores grupos mundiais de tecnologia. A grande virada aconteceu na década de 1990, quando a empresa começou a investir fortemente em inovação. “Nos anos 2000, a Samsung tornou-se líder em tecnologia, com smartfones e TV”, disse Quintas.

O contexto de desenvolvimento da empresa caminhou lado a lado com as transformações socioeconômicas do país, recordou o executivo. “A Coreia aprendeu a desenvolver o senso de urgência e focar no que é necessário para a sobrevivência”, afirmou. “Nos anos 1950, o país era muito pobre. O governo começou a criar programas para incentivar famílias ricas a investir em grandes conglomerados da indústria automotiva, construção civil e tecnologia.” Além disso, houve esforços para aprimorar a educação de base e o ensino universitário. O resultado: nos últimos 50 anos, a Coreia superou países emergentes como o Brasil na geração de riquezas — e pavimentou o terreno para a expansão global de grandes empresas.

Em um mundo em constante transformação, no entanto, não basta quebrar recordes de faturamento e conquistar mercados externos. “Nós tentamos superar as nossas próprias tecnologias, desafiamos muito o status quo”, afirmou Quintas.

Hoje, uma das missões mais complexas é definir uma comunicação efetiva com a chamada Geração Z, dos nascidos após a segunda metade dos anos 1990. “Estamos falando de jovens com um nível crítico muito grande e que são influenciadores nas mídias sociais. Portanto, é muito importante estar perto deles.”

A Samsung criou uma solução criativa para o desafio. Foram contratados mundialmente 100 representantes da Geração Z, para que a empresa possa aprender com eles. “Utilizamos essas pessoas como fomentadores de inovação e aprendizado como marca”, afirmou Quintas.

 

Sem medo de tentar

Na visão de Luiza Helena Trajano, ter coragem de tentar fazer algo de uma forma diferente é parte fundamental do processo de inovação. “As pessoas têm muito medo de experimentar (o novo) por causa de compromisso com o acerto. Eu não tenho compromisso com a perfeição”, disse a empresária. “Sou profundamente aberta ao novo. Saí comprando tablet quando saiu. Nunca tinha entrado nas redes sociais e entrei há oito anos, sozinha.”

A própria trajetória do Magazine Luiza exemplifica o caminho do crescimento por meio da inovação. A empresária lembrou o começo da companhia, quando sua tia, também chamada Luiza, fundadora da rede de varejo, resolveu fazer um concurso em uma rádio para escolher o nome da empresa. Era uma forma de envolver a população local e fazer marketing sem grandes investimentos. Luiza Helena assumiu a direção do negócio em 1991 — e uma de suas primeiras marcas na administração foi criar lojas virtuais.

Na época, pouca gente tinha ouvido falar disso. “Criamos o que chamamos de loja eletrônica e ainda tivemos a audácia de dizer que o Magazine Luiza trazia para a sociedade o marketing do ano 2000”, lembrou. “Sempre digo: é preciso ter espírito inovador, não pode ter medo do novo.”

A empresária destaca também a descentralização como um elemento essencial da gestão para possibilitar a inovação. “A gente entendeu que a inovação tinha que estar na cabeça de todo mundo”, disse. “Algo importante que fizemos foi descentralizar as nossas mídias sociais. Hoje os vendedores podem usar o Facebook e fazer gravações de vídeo para postar.” Periodicamente, os funcionários que fazem os vídeos com maior repercussão são convidados a almoçar com a empresária.

A preocupação com a diversidade é outro ponto importante. Luiza Helena lembrou que as empresas são cobradas pelo mercado financeiro e pelos stakeholders para promover um ambiente inclusivo. “A Bolsa de Valores me liga para perguntar se há diversidade racial no Conselho de Administração”, disse.

O Magazine Luiza conta com diversas iniciativas a esse respeito, como um programa de trainee exclusivo para pessoas negras. Cada vez mais, a diversidade, aliada à inovação, é vista como um aspecto fundamental no conjunto de valores das organizações e indica caminhos de crescimento sustentável, segundo Luiza Helena.

O Magazine Luiza encerrou 2021 com vendas totais de quase 56 bilhões de reais, 28% a mais do que em 2020. As compras online, lançadas por Luiza Helena há 30 anos, cresceram 27%, com 42 milhões de usuários ativos por mês.


Clique aqui para ver as fotos do Painel de Inovação Corporativa

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