Realizar busca

Retribuindo um pouco do que a vida lhe deu

O bolsista Hudson Monteiro, aluno do 4º semestre de Engenharia de Computação, dá aulas voluntárias de matemática a colegas com dificuldades nessa disciplina

Hudson Monteiro, aluno bolsista

O bolsista Hudson Monteiro, aluno do 4º semestre de Engenharia de Computação, dá aulas voluntárias de matemática a colegas com dificuldades nessa disciplina

 

Nascido em São Luís, no Maranhão, o estudante Hudson Monteiro se mudou ainda criança para Fortaleza, no Ceará, onde cresceu e fez todo o ensino fundamental e médio. Hoje aos 24 anos, é aluno do 4º semestre de Engenharia de Computação no Insper — curso que frequenta depois de ter sido selecionado no Programa de Bolsas, em sua segunda tentativa.

Hudson ainda se recorda do sufoco que foi a sua primeira tentativa. Filho de um pedreiro e uma dona de casa, o estudante tem três irmãos, mas dois deles não trabalham por problemas de saúde. O irmão mais velho é empregado em uma loja e o pai é o arrimo de família. Nenhum deles tem curso superior.

Em 2020, Hudson passou na primeira fase do vestibular do Insper, fazendo a prova em Fortaleza. Para a segunda fase, teria de se deslocar até São Paulo. Sua mãe, com a ajuda de um tio, conseguiu comprar uma passagem de avião para Hudson até a capital paulista. O bilhete era só de ida, mas o estudante estava confiante de que tudo daria certo.

Hudson passou no vestibular, mas não foi selecionado para receber a bolsa de estudo. Ele teve de prolongar sua estadia na cidade até conseguir dinheiro para comprar a passagem de volta a Fortaleza, com a ajuda de uma tia, em cuja casa estava hospedado em São Paulo.

O revés nessa primeira tentativa não o fez desistir de estudar no Insper. Um ano depois, prestou novamente o vestibular, foi aprovado e conseguiu a bolsa de estudos. Dessa vez, nem precisou viajar a São Paulo, pois a prova da segunda fase foi realizada online. “Eu não tinha um notebook para fazer a prova, mas o Insper providenciou toda a infraestrutura”, conta o estudante.

 

Adaptação e voluntariado

Em São Paulo, Hudson morou durante o primeiro ano na Toca da Raposa, o alojamento dos alunos bolsistas. Era a sua primeira vez vivendo longe da família. “No início foi um pouco complicado. Lá em casa, a roupa sempre aparecia na gaveta magicamente, lavada e passada. Agora eu tinha de me virar sozinho, lavar roupa, cozinhar, assumir as responsabilidades básicas do dia a dia”, conta Hudson. “Mas o fato de ter vários colegas na mesma situação ajudou nesse processo de adaptação.” Hoje ele mora num apartamento perto da escola, que divide com três colegas, todos alunos do Insper e bolsistas.

Desde o 1º semestre na escola, Hudson se dedica a atividades voluntárias. Durante um ano e meio, deu aulas de matemática no Cursinho Insper, uma iniciativa do grupo estudantil da escola para alunos do ensino médio da rede pública que pretendem prestar vestibular. As aulas acontecem aos sábados no Insper. Além das aulas gratuitas, os alunos recebem auxílio para transporte e lanche.

Hudson diz que se voluntariou para dar aulas como forma de retribuição. Quando fazia o ensino médio em Fortaleza, ele assistiu a aulas preparatórias de vestibular ministradas por universitários locais. “Eu pensava: que legal que eles ensinam um monte de coisa para a gente. Quando eu passar na faculdade, vou fazer isso também.”

Hudson continua dando aulas de matemática voluntariamente, mas agora para outro grupo de alunos: seus colegas bolsistas no Insper que têm dificuldade com os fundamentos dessa disciplina. “Temos um comitê de bolsistas, que atua em várias frentes. Uma delas é prestar apoio acadêmico aos alunos que têm dificuldade para acompanhar alguma matéria na faculdade”, diz Hudson. “Só que há alunos com dificuldades mais básicas, que precisam ser atacadas para não virar uma bola de neve. Foi aí que tive a ideia de oferecer aulas de matemática básica.”

Hudson dá essas aulas uma vez por semana, na noite de segunda-feira. Atualmente, são 11 alunos de todos os cursos — de Engenharia, Administração, Economia, Direito.

 

Escolha acertada

Além do Insper, Hudson passou em vestibular de outras instituições, incluindo universidades federais. Mas diz que fez a sua opção depois de avaliar a grade curricular da escola. Levou em conta também recomendações de outros jovens que cursavam o Insper. “Tenho amigos de Fortaleza que faziam Engenharia de Computação na USP e mudaram para o Insper. Isso me chamou a atenção e resolvi confiar neles.”

O estudante diz que está feliz com sua escolha. Ele já teve a oportunidade de participar de processos seletivos em estágios, nos quais teve contato com alunos de outras instituições. “A impressão que tenho é que no Insper temos a oportunidade de estar imersos na realidade do mercado dentro da própria faculdade. O Insper tem parcerias com muitas empresas, podemos criar protótipos, e isso faz diferença.”

O estudante ainda não sabe qual caminho profissional pretende trilhar no futuro — se vai empreender, se quer procurar um bom emprego ou, quem sabe, dedicar-se à vida acadêmica. Sua única certeza é buscar algo em que possa aliar matemática e computação. “Não gostaria de trabalhar com programação pura e simples. Tem que haver um raciocínio matemático por trás. Quando juntamos computação e matemática, tudo fica mais interessante. Eu pretendo fazer disciplinas eletivas que vão me levar por esse caminho.”

 

Este website usa Cookies

Saiba como o Insper trata os seus dados pessoais em nosso Aviso de Privacidade, disponível no Portal da Privacidade.

Aviso de Privacidade

Definições Cookies

Uso de Cookies

Saiba como o Insper trata os seus dados pessoais em nosso Aviso de Privacidade, disponível no Portal da Privacidade.

Aviso de Privacidade