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Inovação e tecnologia a serviço do desenvolvimento sustentável

Webinar marcou o início das inscrições do programa GovTech Fellows, voltado para a formação de lideranças verdes no setor público

Webinar marcou o início das inscrições do programa GovTech Fellows, voltado para a formação de lideranças verdes no setor público

 

Michele Loureiro

 

No último dia 9 de novembro, o Insper realizou um webinar sobre o papel das govtechs e dos servidores públicos no desenvolvimento digital e sustentável do país. O encontro foi conduzido por Thomas Trebat, diretor do Columbia Global Centers Rio de Janeiro, que apontou os desafios climáticos enfrentados pelo mundo e mediou falas sobre como os gestores podem contribuir em âmbito nacional.

O evento marcou também a abertura das inscrições para o programa GovTech Fellows: Inovação e Tecnologia para Lideranças do Desenvolvimento Sustentável, curso híbrido voltado para servidores públicos em âmbito federal, estadual e municipal.

Bruna Mattos, mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade de São Paulo (EACH/USP), com mais de uma década de experiência na área, abriu a conversa contando sobre uma experiência recente em Portugal.

Há algumas semanas, ela participou do Web Summit, a maior conferência da Europa em tecnologias, realizada anualmente desde 2009. “Mais de 70 mil pessoas passaram três dias reunidas em Lisboa. O evento foi incrível, mas o que mais chamou a atenção foi entender que o tema da sustentabilidade e a urgência de uma mudança nas políticas climáticas foram centrais nas mesas de debates e discussões”, disse.

Bruna representa a Fundação Brava, organização filantrópica que atua há mais de 20 anos com projetos de inovação e sustentabilidade, e também responde por outros dois parceiros: o Humanize e o Instituto Arapyaú, referências na agenda de sustentabilidade do país — que se uniram ao Insper e à Columbia University para criar o novo curso GovTech Fellows: Inovação e Tecnologia para Lideranças do Desenvolvimento Sustentável.

“Eu faço essa coalizão entre essas importantes frentes e fiquei feliz de ver que as pessoas estão atentas à agenda da sustentabilidade. O tema dominou um evento gigante, que na essência fala de inovação. Essa experiência consolidou a reflexão sobre a urgência da agenda climática, que não é mais uma preocupação futura, e sim presente. Isso deve ser um compromisso e uma obsessão daqui para frente”, afirmou Bruna.

 

Sustentabilidade no Egito e no mundo

Marcelo Furtado, que tem mais de 30 anos de experiência trabalhando área da sustentabilidade, avanço da justiça ambiental e social por meio de advocacia e filantropia, também participou do webinar. Uma das referências no país por sua atuação no Greenpeace e em outros órgãos e empresas, Furtado fez uma participação diretamente do Egito, onde estava acompanhando a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP27.

“O mundo está chegando ao Egito com uma bagagem que inclui pandemia, endividamento, guerra. Cada um tem seus desafios, mas os países estão vendo que a questão climática não obedece a fronteiras e que precisam construir soluções juntos”, afirmou Furtado.

Para ele, não se trata apenas de uma agenda verde. “Ela é de todas as cores, é transversal. O desafio climático requer agenda social, de saúde, de ciência e tecnologia, alimentos e tudo mais. Não importa a área, todas são impactadas por esse fenômeno.”

Furtado aproveitou o encontro do Insper para dar suas impressões sobre a COP27. “Notei que os temas de justiça e adaptação à crise, ou seja, como conviver com os efeitos das mudanças climáticas, passam a ser tão importantes como achar formas de diminuir a emissão”, avaliou.

Para ele, a equidade está sendo colocada como questão frontal. “A conversa está baseada nos pilares de clima, natureza e equidade. A ideia é pensar em como não deixar ninguém para trás. Isso é novo porque o debate sempre foi mais técnico com o foco em números de emissão e não com esse olhar de justiça.”

 

Binômio entre tecnologia e governo

Para Furtado, o binômio entre tecnologia e governo é importante, pois graças à tecnologia é possível realizar processos de maneira mais rápida, transparente e eficaz. “Com os dados, é possível tomar decisões com base em ciência e evidências, não em cima de achismo e fake news. Entretanto, se não tiver governança junto pode não ter impacto positivo seja para clima, natureza e equidade”, disse.

Ele exemplificou com o controle do desmatamento. “Temos imagens de alta resolução que podem mapear a biodiversidade e documentar espécies de alto valor. Se uma pessoa bem-intencionada tem acesso a esses dados, pode conservar e cuidar. Mas se alguém mal-intencionado obtém essa informação, pode acelerar o fim do nosso patrimônio. Por isso, tecnologia e governança devem andar de mãos dadas.”

Para isso, Furtado defendeu que haja uma boa regulação e uma participação intensa dos gestores públicos. “Há um importante papel do setor público para enfrentar a crise climática de forma protagonista”, disse.

Priscila Claro, professora e coordenadora de Responsabilidade Social e Extensão do Insper, foi a última a falar no webinar. Além de suas considerações sobre a relevância da discussão sobre sustentabilidade, ela explicou os detalhes sobre o novo curso.

“Não temos mais o direito de negar que mudança climática é uma questão de saúde pública e desigualdade social. Enquanto não transformarmos isso em conhecimento comum para as massas, a mudança não vai acontecer na escala e na rapidez que a gente precisa”, afirmou Priscila.

Por isso, ela disse que o novo curso funciona como um tradutor para quem toma decisão e vai ajudar os gestores a serem protagonistas da mudança. “É um programa de formação para lideranças verdes e comprometidas”, afirmou.

 

Programa para lideranças

O programa GovTech Fellows: Inovação e Tecnologia para Lideranças do Desenvolvimento Sustentável terá duração de 40 horas, com encontros remotos e também presenciais na sede do Insper, em São Paulo.

Conduzido por docentes do Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP) do Insper e da Columbia University, o programa aborda temáticas sob a perspectiva global, mas também considerando as especificidades dos desafios do Brasil. O público-alvo são servidores públicos em âmbito federal, estadual e municipal. As aulas são em português e em inglês, mas com tradução simultânea para o português.

Com oportunidade de bolsas de estudo, o programa foi desenvolvido para quem quer liderar projetos de inovação na agenda de sustentabilidade, com foco em meio ambiente e redução de desigualdades sociais.

“Além de estar alinhada com a missão de Columbia no Brasil de capacitar lideranças nos temas de maior relevância global, o programa será uma oportunidade única para as novas lideranças se aprofundarem nas questões de inovação e sustentabilidade e colocarem o aprendizado em prática nas suas respectivas regiões”, disse Tom Trebat.

As inscrições para o programa ficam abertas até 8 de dezembro de 2022, ou até o preenchimento das 30 vagas.

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