Qualquer negócio, por menor que seja, é focado em um objetivo principal: o lucro. Mas, para saber o quanto um empreendimento ou investimento é rentável é mais do que necessário ter na ponta do lápis todo um controle relativo às finanças e resultados financeiros adquiridos.
E, para que seja realizada uma análise bem estruturada, é preciso saber fazer uso de indicadores financeiros.
Por meio dessas métricas que se define, coleta e analisa dados capazes de dar um bom panorama sobre a situação atual da empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte.
Esses indicadores quando bem utilizados servem como uma base para que sejam estabelecidas estratégias que tornem o negócio ainda mais lucrativo.
Neste artigo, explicaremos como os indicadores podem ser aliados na gestão de uma empresa, quais os mais utilizados e como aplicá-los em um negócio.
Os indicadores financeiros são mecanismos usados para a geração de informações financeiras.
No caso de um empreendimento, esses dados revelam o desempenho das atividades, o que tem gerado lucro ou prejuízo, que ações devem ser otimizadas, entre outras métricas que revelam a saúde financeira de uma empresa e, a partir delas, o gestor pode estabelecer estratégias mais eficientes.
Um grande número de vendas é um ótimo indicador para um negócio. Mas ele não é o único e não representa, necessariamente, que a empresa está em uma situação financeira confortável.
E é por isso que os indicadores financeiros se fazem necessários. Eles mostram se as vendas têm gerado lucro ou apenas servido para reduzir o déficit de caixa, por exemplo. E mais: revelam ainda como os pagamentos foram realizados pelos clientes e como está o índice de inadimplência.
Esses dados permitem uma visualização precisa e relevante da situação financeira para que, a partir dela, sejam realizadas mudanças estratégicas que façam com que o empreendimento atinja seus objetivos.
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São incontáveis os indicadores que podem ser utilizados por uma empresa. Os principais deles são:
É o indicador que mostra qual a porcentagem de lucro em cima de cada venda realizada. Um exemplo simples só para ilustrar: uma loja vende um produto a R$100. No entanto, o investimento para colocá-lo na prateleira é de R$90. A margem bruta é de apenas R$10.
Utilizar essa métrica é importante para ter em mente o quanto é rentável investir em um determinado produto, se é possível pesquisar outros fornecedores, entre outras considerações.
Vale ressaltar que margem bruta é diferente de lucro. Isso porque o lucro é o valor total que se ganha em cada venda, após pagar todas as contas de produção, transporte e comercialização do produto.
Para calcular a margem bruta, a fórmula é:
margem bruta = (lucro bruto / receita líquida) x 100
A Margem EBITDA, ou margem LAJIDA, refere-se ao cálculo do lucro da empresa, antes dos juros, impostos, depreciação e amortização; e a receita líquida. A partir dela, é possível ter uma visão da lucratividade operacional do negócio.
Para calcular a margem EBITDA, a fórmula é a seguinte:
Margem EBITDA = (EBITDA/Receita Líquida) x 100
A margem líquida é o indicador financeiro que mostra a porcentagem de lucro em relação às receitas apresentadas no demonstrativo de resultados de uma empresa.
Para fazer o cálculo da margem líquida, é preciso saber o lucro líquido (LL) e receita líquida (RL), após a dedução de impostos e tributos. A fórmula é a seguinte:
Margem Líquida = (LL / RL) x 100
A margem de contribuição, ou ganho bruto, é o indicador que demonstra se o valor da receita total gerada pelas vendas de serviços é capaz de cobrir os custos e despesas fixas da empresa.
A fórmula para esse cálculo é:
Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)
O retorno sobre o investimento, taxa de retorno ou taxa de lucro é o indicador que mostra o ganho de uma empresa em relação a um investimento.
Essa métrica fornece o resultado que cada ação ou campanha teve e, por isso, é muito utilizada nas estratégias de marketing.
A fórmula para calcular o ROI é:
ROI = (receita gerada – custos) / custos
Os custos fixos são aquelas despesas que se mantêm todos os meses na planilha da empresa, independentemente se houve queda ou aumento na produção e na venda. Por exemplo, a folha de pagamento dos funcionários, as contas de luz, água e internet, o aluguel de imóvel, entre outros.
Já os custos variáveis são aqueles que estão diretamente relacionados ao volume de vendas. As comissões de empregados são exemplos disso, uma vez que, quanto maior são as vendas, mais altas também são as comissões.
Assim como quanto mais mercadorias vendidas, maiores os gastos com embalagem e transporte.
Total de custos variáveis = número total de um produto ou serviço vendido X custo variável por unidade.
Esse é um indicador de desempenho que mostra o valor médio das vendas dentro de um período, que pode ser de um mês, um semestre, um ano… Quanto maior o resultado do ticket médio, mais os clientes estão gastando nas compras feitas. Esse cálculo pode ser feito baseado em número de vendas ou, ainda, na quantidade de clientes.
Ticket médio = Faturamento total / Número de vendas do período.
O ponto de equilíbrio refere-se à identificação do faturamento mínimo necessário para que uma empresa possa cobrir todos os seus custos e despesas sem prejuízos. Quanto menor esse indicador for, melhor, já que fica mais fácil para começar a contabilizar os lucros.
Para calcular o ponto de equilíbrio é preciso saber a margem de contribuição em percentual, custos fixos e despesas fixas.
Ponto de equilíbrio = (custos fixos + despesas fixas) / margem de contribuição em percentual.
O ROE (Return on Equity), ou Retorno sobre Patrimônio Líquido, representa a riqueza de uma empresa, já que é resultado do retorno total em lucro líquido gerado em relação ao patrimônio líquido, ou seja, a diferença entre ativos e passivos. Quanto maior o ROE, melhor para a empresa.
ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido x 100.
Os indicadores financeiros, como explicado, são de extrema importância para entender a saúde de uma empresa. Mas, eles só se tornam realmente úteis quando, a partir desses dados, são traçadas estratégias para potencializar os ganhos.
Após determinar quais indicadores fazem mais sentido para o contexto do negócio em questão e fazer o levantamento de cada um, é preciso avaliar o planejamento estratégico do negócio.
Parte disso é definir quais são os objetivos a serem alcançados, identificar as necessidades da empresa, estabelecer as ações a serem feitas e determinar uma forma de fazer o acompanhamento (como relatórios financeiros, por exemplo). Softwares de gestão podem ser um recurso útil.
Por fim, vale definir um definir um período de avaliação para ter uma dimensão de quais estratégias têm surtido efeito.