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Startup aposta em live commerce para fazer leilões digitais

A Moxen, de Felipe Ruiz, será acelerada pela FOKS e já realizou 200 leilões usando uma combinação dos aplicativos Twitch e Telegram

A Moxen, de Felipe Ruiz, será acelerada pela FOKS e já realizou 200 leilões usando uma combinação dos aplicativos Twitch e Telegram

 

Bruno Toranzo

 

Uma carta de jogo, voltada para o público geek, foi vendida por 4.700 reais em leilão realizado no serviço de streaming de vídeo ao vivo Twitch, com troca de mensagens por meio do aplicativo Telegram. O que pode parecer curioso para muitos é cada vez mais comum na chamada live commerce. Esse modelo de comércio eletrônico é baseado em influenciadores digitais, que, usando sua credibilidade nas redes sociais, estimulam a aquisição de determinado produto. Nesse caso, por uma carta de jogo, o lance mínimo estipulado foi de 3 mil reais.

“O público, formado por muitos colecionadores, buscou saber o estado de conservação da carta antes de dar o lance, se havia algum defeito, como manchas. É a mesma lógica de comprar a camisa da seleção brasileira usada pelo Romário no tetracampeonato mundial”, diz Felipe Ruiz, fundador da Moxen, startup especializada em live commerce que receberá o suporte da aceleradora FOKS, voltada para alunos e ex-alunos do Insper.

Para cada venda realizada, a Moxen cobra 8% de comissão. O primeiro dos 200 leilões já realizados foi feito em dezembro do ano passado. “Já são quase 3 mil usuários, somando todos os grupos de Telegram que administramos. Ao levar em consideração os que arremataram, assim como os que levaram efetivamente o prêmio, temos cerca de 500 clientes”, afirma Ruiz, que se forma neste ano no curso de MBA no Insper. O volume bruto de mercadorias é de 100 mil reais por mês. Essa métrica indica o valor total da receita gerada pelas vendas em determinado período.

“Há cliente que já gastou mais de 90 mil reais nos leilões”, diz Ruiz. No aspecto da segurança, o anonimato do Telegram é algo positivo porque preserva a identidade de quem dá o lance. A startup entra em contato, de forma privada, com a pessoa que venceu o leilão, para que ela envie, pelo Google Forms, suas informações de identidade, como CPF ou RG, além do endereço para envio do produto. “Essas informações não são compartilhadas nem mesmo com quem vendeu o item. Como intermediadores do negócio, prezamos pela segurança dos envolvidos”, afirma o empreendedor.

 

Inspiração em unicórnio

O modelo de negócios da Moxen foi inspirado no Whatnot, que se define como um marketplace mantido por uma comunidade para comprar, vender, fazer live e promover o universo geek com colecionadores e outras pessoas interessadas. O Whatnot, uma empresa americana, começou no fim de 2019 e, hoje, já é um unicórnio — valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares.

“É nossa maior inspiração porque, assim como eles, buscamos fazer com que o live commerce permita ao vendedor se diferenciar no mercado, oferecendo conteúdo específico sobre algo”, destaca Ruiz. “Os marketplaces não se diferenciam uns dos outros. A experiência do consumidor é a mesma nos marketplaces que oferecem vinho, por exemplo. É totalmente diferente de assistir a um canal que tem conteúdo especializado sobre vinho e, por causa dos vídeos divertidos e informativos, comprar o produto.”

A Moxen quer possibilitar a venda de qualquer produto, ainda que o foco inicial seja o público geek. “Pode haver um amante de música popular brasileira interessado em vender disco de vinil no seu canal ou, ainda, alguém que faça queijo artesanal querendo vendê-lo, explicando antes como escolher queijos ou como degustá-los da melhor forma. O que importa é ter uma história para contar e um produto para vender”, diz Ruiz.

Em 2026, de acordo com a consultoria McKinsey, de 10% a 20% da receita do comércio eletrônico mundial virá de live commerce. A taxa de conversão, que é dez vezes maior do que a do e-commerce tradicional, é um dos fatores que vão contribuir para esse resultado.

 

Expectativa com a aceleração

“Empreender é uma atividade solitária e, por isso, contar com outras pessoas para debater a estratégia da empresa é muito bem-vindo”, afirma Ruiz. Além da experiência dos professores, ele chama a atenção para a comunidade do Insper, que pode trazer novas oportunidades e experiências, bem como a chancela da instituição de ensino, que pode atrair investidores.

O fato de ser gratuito, não exigindo participação na empresa, também foi mencionado pelo empreendedor. “Há como contrapartida apenas nossa dedicação, o que da minha parte está garantida”, afirma Ruiz. Seu mentor será Matheus Marotzke, do consórcio digital de carros Klubi, que faz parte da rede de mentores da aceleradora FOKS. Marotzke é alumnus do curso de Engenharia de Computação (2019).

 

FOKS e CEMP

Para auxiliar os alunos e ex-alunos empreendedores a obter sucesso com suas startups, o Insper lançou, em setembro de 2022, sua aceleradora FOKS. O objetivo é auxiliar startups que já possuam resultados em termos de clientes e receitas e tenham sido fundadas por estudantes e alumni Insper, de modo a validar suas estruturas de crescimento, refinar a escalabilidade dos produtos e buscar investimento da melhor forma. Para saber mais sobre a FOKS, clique aqui.

A aceleradora é o mais novo produto do Centro de Empreendedorismo (CEMP), que existe desde 2006, atendendo o aluno e ex-aluno na tomada de decisão de empreender, no começo da exploração do mercado.

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