Observar tendências em outros mercados é um caminho para quem está em busca de inspiração para empreender em novos nichos
Em 2021, foram criadas mais de 1.400 startups no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Startups. Atualmente, o país tem cerca de 14 mil pequenas e médias empresas de base tecnológica, distribuídas por 710 cidades. Mas ainda há muitos mercados a explorar.
Novos nichos têm surgido em países como os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, para atender às diferentes necessidades dos consumidores. Veja uma lista com nove negócios que ainda não existem ou estão apenas engatinhando no Brasil:
Lojas de roupas com marcas que podem ser usadas por todos os gêneros, sem distinção, têm crescido no exterior. O negócio tem apelo principalmente entre as gerações mais jovens. Até as celebridades aderiram à onda. A cantora Rihanna lançou em 2018 a Savage X Fenty, marca inclusiva de lingerie com uma rede de lojas físicas nos Estados Unidos. A ideia é atender a diferentes gêneros e tamanhos. A empresa foi avaliada em cerca de 3 bilhões de dólares este ano.
O termo vem do inglês “drop” (“largar” ou “soltar”) e “shipping” (que significa “remessa”). O empreendedor cria uma loja online ou uma página na internet para vender determinados produtos comprados de terceiros. Ou seja, não há necessidade de manter um estoque próprio de mercadorias. O fabricante do produto se encarrega do envio ao cliente. É preciso apenas enviar o pedido ao fornecedor. O lucro vem da diferença de preço entre o valor cobrado pela loja online e o valor do produto. A canadense Shopify, que mantém uma plataforma de lojas online, é uma das empresas que estimula a criação de negócios no modelo de dropshipping.
Que tal ter uma horta no apartamento? A startup francesa Prêt à Pousser apostou na ideia. Há, no entanto, uma tecnologia por trás do negócio. A empresa criou cápsulas com sementes e adubo de vegetais e ervas — o pacote inclui também um aparelho que emite a quantidade de luz necessária para as plantas crescerem dentro de casa e flutuadores de água. O negócio deslanchou na pandemia, diante das limitações de mobilidade.
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Trata-se de um mercado que movimenta cerca de 114 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos, segundo a Associação da Indústria de Veículos Recreativos, mas ainda não é muito desenvolvido no Brasil. O setor vem sendo impulsionado pela demanda por experiências diferentes durante viagens de férias.
No conceito de experiências mais inclusivas, o propósito é oferecer os serviços de um chef de cozinha para proporcionar uma experiência culinária a grupos de amigos ou familiares. O formato já é sucesso no exterior. O conceito envolve também a oferta de produtos especiais, como vinhos de vinícolas exclusivas, queijos artesanais e outros alimentos difíceis de serem encontrados em supermercados comuns.
Para que comprar um vestido que vai ser usado só uma vez? Essa é a ideia de empresas como a americana Rent the Runway, especializada no aluguel de roupas. Há desde marcas de grife até outras mais voltadas ao dia a dia. O faturamento da empresa no ano passado chegou a 203 milhões de dólares, 29% a mais do que em 2020. Outra iniciativa que tem dado certo no exterior é o delivery de roupas, sapatos e acessórios. O conceito ganhou impulso durante a pandemia.
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A britânica Lemonade desenvolveu o conceito do seguro instantâneo, em que a análise do perfil do cliente é feita por meio de inteligência artificial. A empresa eliminou a burocracia — e a demora — utilizando sistemas de análise de dados em vez de corretores de seguros. O objetivo é ampliar o acesso ao seguro e atrair diferentes segmentos, tanto entre pessoas físicas quanto pequenas e médias empresas.
Agências de viagens europeias buscam nichos, oferecendo experiência para consumidores exclusivos. Há diferenciais como voos de balão nos alpes suíços seguido por jantares com chefs famosos e giros em Ferraris. Consumidores com necessidades especiais também entraram no radar das agências. A Travelyes, por exemplo, se especializou em programas para cegos.
Outro negócio em ascensão no exterior é o de consultoria para pais e mães de primeira viagem. A ideia é preparar a casa para receber o bebê, com especial atenção a móveis, tapetes, cortinas e tomadas. Consultoria de estilo é outro segmento em alta. Nesse caso, é realizada uma avalição do guarda-roupa do cliente e recomendações sobre tipos de roupas, sapatos e acessórios mais condizentes com o perfil e necessidades do consumidor.
Investir em conceitos ainda pouco explorados no Brasil pode ser uma chave para o caminho do crescimento, mas é preciso tomar alguns cuidados. Mapear o mercado, estudar a precificação e desenvolver estratégias de marketing são fundamentais. Fazer um plano de negócio é outro ponto essencial.
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