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Imagem mostra máscara descartada em rua do centro da capital paulista

Pandemia abre oportunidade para o ‘cientista-encanador’

Técnicas ajudam a ampliar o alcance de políticas públicas não apenas em emergências
15/03/2021 09:04

A eclosão da crise sanitária exacerbou a necessidade dos governos de orientações para tomar decisões tempestivas sobre um fenômeno mal conhecido. Ganharam relevo interações entre cientistas e autoridades pautadas na adaptação paulatina seja às informações da ciência sobre a epidemia, seja às limitações materiais e políticas para as respostas governamentais.

Esse é o papel do cientista como encanador, na imagem criada pela Nobel de Economia Esther Duflo e recuperada por Milton Seligman e Hussein Kalout no capítulo dedicado à relação entre ciência e política pública do livro “Legado de uma Pandemia”, lançado pelo Insper.

A atenção do comando político à orientação do saber científico, argumentam os autores, foi um dos fatores a mitigar os danos da doença infecciosa no Canadá, na comparação com os Estados Unidos. Até 1º de março de 2021, as mortes por Covid-19 registradas em solo canadense, em relação a sua população, eram menos da metade dos óbitos no país vizinho.

Gráfico de linhas mostra taxa de mortes por Covid-19 nos EUA,  no Brasil e no Canadá. Em março de 2021, os Estados Unidos aparecem em primeiro, com mais de 150. Em segundo, estava o Brasil, com mais de 120. O Canadá aparecia em terceiro com cerca de 60.

 

A assintonia entre a liderança eleita e as recomendações científicas, em meio ao relativo desapego da sociedade à observação das normas e à desconfiança na ciência, também marcou a resposta no Brasil, afirmam Seligman e Kalout, que não obstante elencam algumas sugestões no sentido de aproximar a política pública brasileira da orientação embasada, não só em situações de crise.

As sugestões estão concentradas em cinco eixos: adotar mecanismo segmentado de formulação de programas, que parta do diagnóstico, defina os indicadores de avaliação e chegue à implementação; prever faseamentos de adaptação e testes antes de expansões da política pública, submetendo-a a avaliação técnica externa; rever os métodos de contratação para privilegiar o atendimento de objetivos pactuados; aperfeiçoar os mecanismos de responsabilização dos agentes de modo a abarcar experimentações, fracassos não intencionais e mudanças de curso; e organizar e disponibilizar os dados de modo universal e eficiente.


Leia o livro

“Legado de uma Pandemia”



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