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“A ponte entre indústria e academia é muito importante”, diz professor

Professor da disciplina de Inteligência Artificial no novo curso de Ciência da Computação, Fabrício Barth concilia ensino e mercado há duas décadas

Docente da disciplina de Inteligência Artificial no novo curso de Ciência da Computação, o catarinense Fabrício Barth concilia ensino e mercado há duas décadas

Professor Fabricio Barth
Professor Fabrício Barth

 

Tiago Cordeiro

 

Nascido há 43 anos em Ibirama, cidade catarinense que hoje tem 18 mil habitantes, Fabrício Barth cursou a graduação em Ciências da Computação na Universidade Regional de Blumenau, em Santa Catarina. Quando terminou o curso, em 2000, estava interessado em aprofundar as pesquisas sobre inteligência artificial.

Foi quando migrou para a capital paulista, para realizar mestrado em Engenharia Elétrica na Universidade de São Paulo. Seguiu-se um doutorado, na mesma área, pela mesma universidade. Ao concluir o curso, em 2009, Barth, que dava aulas desde 2002, reduziu a carga horária e passou a dedicar mais tempo a atividades na indústria.

Agora, ele se prepara para um novo momento na carreira: ao se tornar professor do Insper, há poucas semanas, ele espera aumentar novamente a dedicação a lecionar, sem perder um pé na relação com o mercado.

O professor vai ministrar a disciplina de Inteligência Artificial do novo curso de Ciência da Computação do Insper. O curso tem início em 2022 e a disciplina será ministrada no terceiro semestre – a primeira turma, portanto, vai ter contato com o docente no primeiro semestre de 2023.

Na entrevista a seguir, Barth conta sobre sua trajetória profissional e acadêmica e explica o que mudou no campo da inteligência artificial nos últimos 20 anos.

 

Como foi sua formação?

Durante a graduação em Ciência da Computação, tomei gosto por iniciação científica e atividades mais acadêmicas. Decidido a fazer mestrado, me mudei para São Paulo. Meu orientador tinha fortes conexões no mercado e, por influência dele, minhas bolsas foram financiadas, pela Ericsson, no mestrado, e por um consórcio da Comunidade Europeia, no doutorado. Minha conexão com a indústria foi fortalecida nesse período. Com o fim do doutorado, comecei a dedicar mais tempo para a indústria e menos para a academia. Sempre acreditei que a ponte entre indústria e academia é muito importante.

 

Como surgiu o interesse por inteligência artificial?

Tive contato com essa área no final da graduação. Pensei: “É um negócio interessante, fazer o computador aprender por conta própria. Quero ver funcionar”. Comecei o mestrado nessa área movido por essa curiosidade. Na época, o mercado e a academia trabalhavam com conjuntos de problemas para fazer a tecnologia funcionar. À medida que o tempo foi passando, o mercado e a academia perceberam que funciona. A grande preocupação passou a ser aumentar a escala de uso. Hoje meu objetivo é fazer funcionar em aplicações de larga escala.

 

Qual sua área de atuação?

Minha linha de pesquisa sempre foi na área de aprendizagem de máquina. Quando trabalhei na IBM, por exemplo, ajudei o Bradesco a desenvolver o assistente virtual do banco. É uma aplicação com escopo reduzido, dedicado apenas a tirar dúvidas. Mas, se você olhar a quantidade de usuários, são milhões de pessoas consultando diariamente. Existe todo um processo para esse tipo de sistema. Vão aparecendo outros desafios do ponto de vista de tecnologias, processos e pessoas, o que torna o desenvolvimento muito interessante.

 

Por que decidiu vir para o Insper?

A minha vinda para o Insper está relacionada primeiro com o propósito das atividades como docente. Não que as atividades no mercado não sejam relevantes, mas é que os desafios do dia a dia de um professor me deixam mais motivado. Agora, por que Insper e não outra instituição? Eu acompanho o Insper desde a criação dos cursos de Engenharia, inclusive participando do Programa Final de Engenharia (PFE) como parceiro da indústria. Ao longo destes anos, pude perceber que o corpo docente do Insper é muito qualificado e que o perfil do egresso é importante para o mercado de engenharia e tecnologia. Em outras palavras, é um perfil sobre o qual eu gostaria de ajudar na formação.

 

Quais as diferenças de cenário entre meados dos anos 90, quando o senhor começou a graduação, e o mundo em que seu aluno no Insper está inserido hoje?

O que o aluno vai encontrar, em termos de conceito, não mudou muito. Mas, no que diz respeito às aplicações, a forma de desenvolver e implementar esses conceitos, é um cenário que mudou drasticamente. Hoje, se você precisa de um conjunto de dados sobre saúde, ou meio ambiente, ou transporte, é muito fácil. Há duas décadas, acessar um conjunto de dados era um desfio. Assim, era muito mais difícil saber se o algoritmo funcionava. Hoje, existem até mesmo conjuntos de dados prontos, disponibilizados por iniciativas de open data. O contexto é bem diferente.

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