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Insper lança curso de curta duração sobre a economia prateada

Em parceria com as consultorias Ativen e Copenhagen Institute for Futures Studies e a organização Aging 2.0, o curso abordará o crescente mercado da longevidade e os novos modelos de negócio para pessoas acima de 50 anos.

Em parceria com as consultorias Ativen e Copenhagen Institute for Futures Studies e a organização Aging 2.0, o curso Negócios para a Longevidade abordará o crescente mercado e os novos modelos de negócio para pessoas acima de 50 anos.   

Mercado sênior, economia da longevidade, oceano prateado: são muitos os nomes dados ao consumo da população acima dos 50 anos que vem despontando com o aumento da expectativa média de vida. Em busca de produtos e serviços de qualidade, esse segmento está crescendo e exige um olhar especial. Diante desse cenário, o Insper criou o curso “Negócios para a longevidade”, que terá o início das aulas a partir de 7 de fevereiro de 2022.   

O curso nasce da união de esforços da escola com outras três instituições: as consultorias Ativen, o Copenhagen Institute for Futures Studies e a organização internacional Aging2.0. O curso terá 33 horas de duração e a proposta é oferecer aos alunos a oportunidade de entender a relevância e o potencial do segmento sênior, a partir das mudanças demográficas sentidas no Brasil e da importância do foco no curso de vida.    

O curso também prioriza a discussão de caminhos para o envelhecimento saudável, a ênfase na diversidade etária nas instituições e o combate ao “idadismo” – o preconceito de idade – para o fortalecimento da economia nacional e mundial. 

Como já é marca do Insper, o curso terá formato dinâmico, com aulas síncronas, discussões, análises de casos, e ainda a parceria com o Hub de Inovação do Insper para desenhar e testar novos projetos e apoiar o empreendedorismo intergeracional.   

Na entrevista a seguir, Sérgio W. Duque Estrada, docente-líder da iniciativa, fala um pouco mais sobre esse mercado e o que os alunos podem esperar das aulas. Além de professor do Insper, ele é CEO da Ativen, consultoria estratégica para longevidade, sócio da consultoria financeira Valormax e representante do Aging 2.0 na América do Sul.  

Como você define Economia da Longevidade e por que esse tema tem ganhado cada vez mais relevância?   

Sérgio Duque Estrada  Existe uma questão da própria representatividade desses segmentos populacionais. O IBGE havia previsto que chegaríamos à 20 milhões de pessoas acima dos 60 anos no Brasil em 2025. Eis que, em 2018, nos surpreendemos por já ter ultrapassado esse número. Sempre pensamos o Brasil como um país eternamente jovem, mas isso passou a ser desconstruído com a acelerada mudança em nossa pirâmide etária: a velocidade do envelhecimento da população brasileira é superior à dos países europeus, por exemplo. Surgiu daí uma curiosidade em relação ao comportamento desse grupo, que difere muito dos estereótipos do que é ser idoso. Muitos são extremamente ativos, têm muita vontade de empreender e fazem novos projetos para a aposentadoria. Os mercados não haviam se dado conta de que esse consumidor não aceita os estereótipos da figura do idoso e reivindica cada vez seu protagonismo no mundo atual. Foram surgindo pesquisas de mercado que evidenciam a necessidade de revisar os conceitos sobre essa população.    

É essencial para as empresas que seus planos estratégicos considerem o consumidor sênior em um mercado que está envelhecendo. Ainda são enfrentados obstáculos, pois o mercado ainda tem receio de contaminar suas marcas com a imagem de algo “velho”.  O desafio está em criar produtos e serviços que possam ser vistos como “inclusivos”, e desenvolver uma nova visão de negócio. Ao passo que a população mais jovem sempre demanda algo novo, a sênior tende a ser mais fiel a produtos e serviços com os quais se identifica, garantindo receitas perenes.    

Essa população também está rapidamente se tornando digital, processo que foi catalisado pela pandemia do COVID 19: houve uma grande onda de solidariedade para acelerar a alfabetização digital, e assim os seniores passaram a usar o internet banking, fazer compras online e usar aplicativos de conversa. As empresas estão ainda engatinhando no entendimento destas mudanças, e de como se comunicar com os 50+ utilizando de forma eficaz as mídias digitais.  Gradualmente começa a surgir a ideia de intergeracionalidade das equipes de planejamento, para melhorar o resultado das empresas e a satisfação dos consumidores e da sociedade.   

O mercado está notando também que pessoas na faixa de idade elevada têm mais renda livre disponível tanto para consumo próprio quanto para ajudar suas famílias – 25% dos lares brasileiros hoje têm como única ou principal fonte de renda uma pessoa com mais de 60 anos. Temos um consumidor sênior importante, que quer defender o seu espaço, pois está envelhecendo com mais saúde e novos desejos e necessidades.    

Qual é a proposta do curso Negócios para a Longevidade?   

Sérgio Duque Estrada  A proposta é fazer nossos alunos entenderem como e porque esse mercado está evoluindo e o potencial de empreender neste segmento – desde o empreendedorismo “clássico” (criar um novo empreendimento), até as iniciativas dentro de uma empresa já existente (o intraempreendedorismo). O foco é preparar os alunos para atenderem com excelência o segmento prateado, que é exigente e sabe o que quer. No momento, os 60+ são 16% da população brasileira, mas serão 31% em 2050. Urge a necessidade de quebrar a barreira do preconceito etário, o “idadismo”, mostrando a relevância do “novo idoso” e a heterogeneidade deste grupo. A longevidade traz a possibilidade de novas carreiras, novos desejos e de novas aptidões. O curso é em essência um aprendizado sobre nosso processo de envelhecimento como país e as decorrentes consequências econômicas e sociais.  

O Brasil está se preparando para acolher e investir nesse mercado ou ainda temos um longo caminho a ser trilhado para atender às necessidades do público com mais de 50 anos?   

Sérgio Duque Estrada  Os mercados voltados primordialmente para as classes A e B estão se preparando mais, e a conscientização está sendo rápida nessas camadas. Há muitos aposentados importantes para a suplementação de renda de suas famílias. Normalmente, quando uma tendência começa nas classes mais abastadas, ela acaba reverberando para outros segmentos e outros mercados passam a prestar atenção na novidade. Muitas vezes o dono de uma empresa de pequeno ou médio porte acaba servindo apenas o próprio mercado e não consegue acompanhar as mudanças na pirâmide etária, tornando mais complicado investir em um planejamento estratégico e olhar para tendências mais amplas.    

A partir do momento que essas informações passam a ser mais disseminadas e compartilhadas, os empresários passam a pensar mais no tema. Por exemplo, pequenos varejistas começam a analisar questões como: “será que as etiquetas dos meus produtos são legíveis para uma pessoa idosa?”; “será que a iluminação da minha loja atende às necessidades dos meus consumidores mais velhos? Será que meu call center está preparado para uma clientela sênior?”. E repare que muitos desses negócios têm uma importante clientela 50+ e pouco sabem sobre ela. Poderiam estar faturando mais se tivessem um olhar diferenciado. O curso ajudará na aceleração e difusão deste conhecimento.   

A percepção sobre essa população tem mudado nos últimos anos. Como um(a) executiv(a) pode começar a entender e a atender o segmento sênior produtivo?   

Sérgio Duque Estrada  O curso será um catalisador, pois ele trará a possibilidade de analisarmos os principais pontos e informações que já coletamos e avaliar como elas evoluirão nos próximos anos. No ambiente que ofereceremos será estabelecida uma troca dinâmica entre alunos, para que todos participem das discussões. Os professores serão curadores de ideias e moderadores de debates, além de compartilharem seus conhecimentos. Há também a parte assíncrona do curso, com bibliografia selecionada que complementa o conteúdo absorvido. Será um processo de aceleração do aprendizado e das ideias, além de orientar o participante sobre como colocá-las em prática e ainda com alertas sobre o que não fazer para ter êxito neste mercado.    

Podemos considerá-lo um curso B2B2C, pois o final é entender esse consumidor, esse mercado plural, sem colocar todo mundo em um rótulo só. Ensinaremos o aluno a perceber diferenças, estimular a reflexão sobre o tema e a criar suas próprias ferramentas para desenhar seu plano estratégico e criar valor para todos os stakeholders. 

O que são as chamadas seniortechs e qual o seu potencial de mercado?  

Sérgio Duque Estrada  Como já foi criada toda uma vertente para esse tipo de empresa – fintech, healthtech, agrotech –, nós também acreditamos que existe espaço para pensar nas seniortechs. São as startups dedicadas à criação de ferramentas digitais que propiciam melhoria da qualidade de vida tanto das pessoas acima de 50 anos quanto das que convivem com elas. Por exemplo, temos empresas que fazem smartwatches que medem sinais vitais; dispositivos que avisam parentes se o usuário caiu e facilitam o socorro médico; aplicativos de transporte especializado; aplicativos que ajudam na previsão de quedas, que ajudam na melhoria da cognição etc. Cria-se um segmento de atenção para os investidores, em um mercado no qual as seniortechs possam se destacar e crescer.   

O curso tem o diferencial de ter parcerias com outras instituições, até internacionais. Pode falar um pouco sobre elas?   

Sérgio Duque Estrada  O Aging 2.0 é uma instituição internacional que represento no Brasil. Está presente 31 países, de modo que o conhecimento é compartilhado mostrando tendências do que é visto na economia prateada em diferentes territórios. A Ativen é uma consultoria estratégica voltada para “inovação 50+” dentro de empresas e também uma aceleradora de seniortechs.   

 O Copenhagen Institute for Futures Studies é um dos maiores institutos mundiais de análise de tendências, fundamental para podermos discutir como o mundo ficará em função de vetores econômicos, sociais e políticos. A ideia é unir esses fatores, com foco na questão demográfica, para descobrirmos para onde está indo o mercado e como poderemos atender esse segmento daqui a 10 ou 20 anos. Cada um poderá usar esse conhecimento para modular o seu próprio horizonte. 

Juntando tudo isso com a experiência de empreendedorismo do Insper, creio que teremos um curso único no mercado brasileiro. 

Inscreva-se para o curso “Negócios para a Longevidade”  

 

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