A escolha de uma profissão é marcada por uma dose de ansiedade por parte dos jovens que estão para concluir o ensino médio. É um momento decisivo que assinala o início da vida adulta e a construção dos pilares do conhecimento que serão utilizados pelo futuro profissional no mercado de trabalho.
O impacto da educação superior na renda individual e na empregabilidade é expressivo. Uma pesquisa mundial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada no segundo semestre de 2020, indicou que pessoas de 25 a 64 anos empregadas em tempo integral e com diploma de ensino superior ganhavam 144% a mais do que aqueles com apenas o ensino médio.
A tarefa é complexa e, apesar de alguns estudantes saberem exatamente o que querem para seu futuro já durante o ensino médio, há uma série de etapas que podem ajudar quem ainda está incerto ou inseguro sobre essa decisão:
Analise se você tem um perfil mais identificado com as Ciências Humanas, Exatas ou Biológicas, e anote quais são as graduações nessas áreas que podem ser de seu interesse ou aquelas sobre as quais você não tem muito conhecimento.
Fique atento, pois esta divisão não é clara para todas as profissões. Administração e Economia, por exemplo, são Ciências Sociais Aplicadas e, dessa forma, combinam Ciências Humanas e Exatas em sua formação. Outro aspecto importante é que, com o volume de dados e informações que temos atualmente, você dependerá, em menor ou maior grau, de raciocínio matemático para se destacar na sua profissão. Então, não é uma questão de gostar ou não de matemática que deve pautar sua escolha de uma profissão.
Como é uma escolha importante para sua vida, espera-se que você faça uma boa pesquisa para cada curso que você tenha pré-selecionado, assim como as atividades que você poderá realizar no mercado de trabalho e – por que não? – a renda salarial média em seu estado. À medida que for coletando as informações, você terá uma ideia melhor de cada formação.
Procure trocar ideias com seus pais, colegas, professores e orientadores educacionais, mas também tire proveito das redes sociais para entrar em contato com profissionais que já atuem na área de seu interesse. Muitos são abertos para conversas com estudantes desconhecidos que buscam uma orientação sobre a carreira.
Ouça a opinião das pessoas, mas não se apegue tanto a ela. Isso fará com que você pense mais a respeito da escolha da carreira sob pontos de vista diferentes. Mas o que conta, no final, é o seu sentimento de pertencimento e de satisfação que virá das áreas com as quais você se identifica mais, levando em consideração seu gosto pessoal e interesses.
Considere com precaução tanto as carreiras mais tradicionais quanto as carreiras “da moda”. Isso por um motivo simples: de repente, elas podem (ou não) ser para você! Além disso, a tecnologia e a inovação estão impondo uma transformação em ritmo muito rápido, gerando novas atividades que antes não existiam para atender uma demanda do mercado de trabalho, o que leva à criação de cursos novos e que podem ser de seu interesse.
Fique atento às diferenças de proposta de formação de um mesmo curso em instituições diferentes. Por exemplo, o curso de Administração varia muito entre várias instituições, que escolhem ênfases diversas. O mesmo acontece com Direito e Engenharias, em que currículos mais modernos buscam aliar teoria e prática desde o início dos cursos.
Esteja aberto, também, a profissões sobre as quais você não conhece muito bem. O conselho é o mesmo para todas profissões: pesquisar, pesquisar e pesquisar.
O primeiro curso de Mecatrônica no Brasil, por exemplo, foi criado nos anos de 1980, e levou tempo para que a sua aplicação na automação de processos industriais fosse compreendida por mais pessoas.
Examine o que é melhor para você, se um bacharelado ou licenciatura (duração de 4 a 5 anos) ou um curso tecnológico (duração de 2 a 3 anos).
A diferença entre eles é que, no bacharelado, o profissional tem uma formação generalista que atende o mercado de trabalho. Já a licenciatura se destina para quem pretende ser professor do ensino fundamental, médio ou profissionalizante, e o tecnológico enfatiza o aspecto prático de uma carreira.
Converse com seus pais sobre a possibilidade de eles o ajudarem financeiramente caso queira uma graduação que não é oferecida na sua cidade ou regiões vizinhas. Analise, também, as chances de você trabalhar meio período se o horário do seu curso permitir.
Para encerrar, acredite no seu potencial, mesmo que a sua tão sonhada graduação seja em outro estado. Há bolsas de estudo parciais e integrais pelo ProUni, mantido pelo Ministério da Educação (MEC), ajuda de custos ou bolsas próprias mantidas pelas instituições públicas e privadas.
Em São Paulo, o Insper oferece sete graduações ao todo, nas áreas de Administração, Economia, Direito, Engenharias de Computação, Mecânica e Mecatrônica e o mais recente curso de Ciência da Computação. A instituição tem um programa de bolsas próprio para alunos de baixa renda.