Instrumento inédito analisa variáveis como a independência das instituições judiciais, a força do jornalismo investigativo e o nível de recursos disponíveis para combater crimes de colarinho branco
No dia 17 de setembro, recebemos a apresentação do Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (Capacity to Combat Corruption (CCC) Index), instrumento inédito desenvolvido pela Americas Society/Council of the Americas (AS/COA) e a Control Risks que avalia, por meio de dados quantitativos e qualitativos, a capacidade de países-chave da América Latina de detectar, punir e prevenir a corrupção.
O professor Geert Albers apresentou os principais passos para a construção do índice. “Foi utilizado o máximo de fontes públicas. Também foi realizada uma pesquisa exclusiva com especialistas em anticorrupção oriundos da academia, sociedade civil, mídia e do setor privado”, ressaltou.
Em vez de estimar perdas econômicas ou medir o nível de percepção da corrupção, o índice CCC avalia e classifica 8 países da América Latina com base em 14 variáveis, como a independência das instituições judiciais, a força do jornalismo investigativo e o nível de recursos disponíveis para combater crimes de colarinho branco.
Essas variáveis são divididas em três subcategorias: capacidade legal; democracia e instituições políticas; e sociedade civil, mídia e setor privado. As pontuações gerais dos países são um agregado ponderado dessas três subcategorias.
O caso das reformas contra a corrupção no Chile, primeiro colocado no ranking, foi analisado por Roberto Simon, Diretor Senior da Americas Society/Council of the Americas. “O Chile soube converter a pressão criada por uma sucessão de escândalos em mudanças profundas no sistema político. O sucesso das medidas adotadas no país é devido a diversos fatores, como liderança presidencial, apoio suprapartidário, envolvimento de outros atores além de políticos tradicionais e o uso do congresso para legitimar as reformas.”
As apresentações foram seguidas por um debate sobre os desafios para a prevenção de condutas de corrupção no Brasil, mediado pelo professor Karlis Novickis. Participaram o professor Geert Albers, Roberto Simon e a coordenadora do curso Compliance, no portfólio de Educação Executiva do Insper, Marina Coelho Araújo. “Entre os principais desafios que enfrentamos em nosso país, destaco a questão da centralização ou descentralização do combate à corrupção e a necessidade de um melhor mecanismo de decisão de conflito por consenso”, disse Marina.
Para conhecer o ranking dos países e mais informações, acesse o estudo completo.