No 2.º semestre, alunos de Engenharia vão a campo para diagnosticar desafios e prototipar aplicativos que atendam às necessidades dos usuários
Conceber soluções desejáveis pelos usuários, com viabilidade técnica e econômica, implantar soluções de forma empreendedora, avaliando seus impactos, e interagir com a indústria por meio do desenvolvimento de projetos são características das Engenharias do Insper desde o seu início, em 2015, e estão presentes ao longo de todo o curso.
Todos os aspectos citados acima podem ser observados na disciplina Co-design de aplicativos, oferecida no 2º semestre para os alunos de Engenharia Mecânica, Engenharia Mecatrônica e Engenharia da Computação. Nela, o processo de diagnosticar um desafio real e propor uma solução viável, já apresentado no 1º semestre, é aprofundado e trazido para o ambiente digital.
“No lugar da prototipação física, entra nesta disciplina a construção de um protótipo digital – no caso, de um aplicativo, além da realização de um processo mais profundo de entrevista de usuários para a descoberta de problemas e proposta de soluções, até chegar ao ponto da prototipação”, conta Marcelo Hashimoto, professor do Insper.
A disciplina é dividida em duas partes e, em ambas, os alunos trabalham em grupos. Na primeira, aprendem ferramentas de prototipação digital e de design gráfico. A segunda é composta pelo processo de escolher um grupo de usuários, como funcionários de estabelecimentos comerciais ou alunos de intercâmbio, por exemplo, e ir a campo para a realização de entrevistas com pelo menos 10 representantes. O objetivo é descobrir problemas reais e pensar em soluções viáveis para resolvê-los.
Na sequência, os alunos passam por etapas como traçar perfil do usuário, a criação de personas e a ideação das propostas de solução. “Após validarmos uma proposta, os alunos passam a desenvolver o protótipo para depois voltar a campo e realizar testes com usuários reais.”
De acordo com Hashimoto, todo esse processo desenvolve competências que vão além dos aspectos técnicos. “Um diferencial da disciplina é que nós ouvimos todas as entrevistas que eles fazem, damos feedback e avaliamos pontos como a quantidade e qualidade de informação que eles conseguiram extrair dos usuários e o tom usado durante a conversa. Essa habilidade comunicacional é uma competência que será muito útil em suas carreiras”.
Saber ouvir o usuário
Para Marcelo Terreiro Prado, aluno do 5º semestre de Engenharia de Computação e Co-Founder & Lead Software Engineer da LaPag, plataforma de tecnologia criada para o mercado de beleza, os conhecimentos adquiridos na disciplina Co-design de aplicativos foram fundamentais para a expansão do negócio. “A Lapag nasceu no mesmo semestre em que cursei a disciplina. A ideia do empreendimento veio da minha sócia, Carolina Mendes da Costa. Inicialmente, foi imaginado um aplicativo para resolver o problema de booking em salões de beleza. Após entrevistas feitas em mais de cem estabelecimentos, detectamos que o grande problema nesse mercado era o fluxo financeiro e a gestão de negócios”.
A importância de ouvir o usuário foi o conhecimento mais valioso obtido na disciplina, segundo Marcelo. “Meu grupo escolheu os estúdios de tatuagem para o trabalho final. Através das diversas entrevistas exigidas, muitas vezes tivemos que sair da zona de conforto para completá-las a tempo. Confesso que na época não entendia por que tínhamos de conversar com tantos usuários, mas após três anos de empresa e sido responsável por criar todas as nossas soluções, percebo que essa é a única forma (e a mais eficiente) de entregar um excelente produto. Decidimos transformar a proximidade com os clientes em um dos principais valores de empresa e hoje é um dos maiores diferenciais competitivos da LaPag.”
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